Jugger - Born From The Ashes
EP - 5 Faixas - Independente - 2013

    Em março de 2011, na cidade de São Paulo/SP tiveram início as atividades de uma a banda com o nome de Jugger Note com a proposta de seguir para um Classic Rock, mas com o passar os meses, eles caminharam mais para o Progressive Metal com influências de Dream Theater, Opeth, Symphony X, Angra e até Queen.

    O nome Jugger Note foi abreviado para Jugger e o quinteto formado atualmente por Rafael Savone na guitarra, Lucas Prado na bateria, Eduardo Covello no baixo, Filipe Hauache nos teclados e Lucas Povinha nos vocais registraram o primeiro EP, intitulado como Born From The Ashes no Lumen Studios em São Paulo entre fevereiro e junho de 2013. A mixagem e masterização é de Caio Schmid.

    Com linhas mais viajantes, um tanto sombrias e épicas, graças ao uso de teclados de Filipe Hauache, que passam com brilho as belas dosagens de emoção, a instrumental Rise abre Born From The Ashes - EP dotado de uma bela capa - e nesta primeira faixa temos a participação também nos teclados de José Cardillo do Eterna. E o que se observa é que temos um Prog Metal vibrante, que se liga na segunda, a Dark Angel, música que está muito bem vocalizada por Lucas Povinha em meio à ótimas mudanças de ritmo feitas pelos demais músicos. E eles criaram um som que os apreciadores de Dream Theater irão identificar a influência na hora, aliás, quero ressaltar a habilidade do baterista Lucas Prado junto ao baixista Eduardo Covello. E se não fosse suficiente, durante os oito minutos desta faixa, eles ainda exibem uma parte acelerada antes do momento mais viajante, com excelentes solos de guitarra feitos por Rafael Savone. Em suma, uma excelente abertura.

   Depois com um arranjo muito técnico e viajante, onde destacam-se o baterista discípulo de Mike Portnoy - Lucas Prado - e o mergulho nos teclados feitos com primor por Filipe Hauache temos Blessed Garden, outra faixa grandiosa deste EP. Nesta, além dos compenetrados vocais de Lucas Povinha, ouvimos alterações no andamento que nos conquistam ainda mais pela leveza exibida e que deixam bem claro o grande potencial do quinteto. No final temos aqueles riffs combinados de baixo, guitarra, bateria e teclados que vão culminar em um final de pura virtuose musical, com uma harmonia de vocais, em toda sua duração, bastante cativante.

    A quarta de Born From The Ashes é a Purgatory, que é cantada com muito feeling pelo vocalista do Jugger em suas linhas mais acústicas iniciais e com uso de flauta ( lembrando música celta ), que recebem mais peso em alguns trechos pontuais e aumentam sua conexão com o fã. Inclusive, quando o vocalista canta o título da música, junto a um crescente instrumental emocionante, não tem jeito... você acabará facilmente sairá cantando com ele. E o Jugger comove mais nos versos finais, que são falados.

    Com ares suntuosos, quase que árabes, Nothing At All começa com linhas bastante progressivas feitas nos teclados de Filipe Hauache e que depois recebem riffs rápidos de guitarra para que então... seu ritmo seja modificado com vocais mais agressivos, evidenciando assim, o lado mais Heavy Metal do Jugger. Entretanto, inteligentemente eles aplicaram uma linha mais calma, que contrasta positivamente ao som e para enaltecer tanto a categoria dos músicos da parte instrumental e de seu vocalista, notamos muitas alterações no andamento desta última canção de Born From The Ashes, cuja capa exibe um renascimento, e de certa forma como renascer é voltar, a vontade que se tem ao terminar de ouvir o EP, é uma nova audição, que é altamente recomendada.

    A produção de Caio Schmid capturou e deixou todos os instrumentos com uma clareza enorme, fato que contribuiu para que este Born From The Ashes fosse um trabalho ainda melhor. Estou certo que temos aqui um vislumbrante quinteto de Prog Metal, que desponta entre as revelações do ano e termino esta resenha desejando que eles possam gravar seu full lenght o quanto antes.
Nota: 10,0.

Sites: https://www.facebook.com/JuggerBrasil
e http://www.youtube.com/user/JuggerBrasil.

 Por Fernando R. R. Júnior
Outubro/2014

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