SSD - Nova Era
7 Faixas - Independente - 2017

    Em 2005, o vocalista Renan Ricci e sua amiga Andreza Simões se apresentaram na escola onde estudavam em São Paulo/SP sobre o nome de Psicopatas, que neste início procurava encontrar os membros certos para sua formação e ainda neste período chegaram a se chamar de Sr. Sem Dedo, uma homenagem à um certo ex-presidente do país e a mudança para o nome atual SSD, que significa Sistema Sob Descontrole ocorreu em 2009, assim como várias alterações no seu line up.

    Em 2016, o primeiro registro de estúdio é lançado com o nome de Nova Era e trouxe à tona o seu Groove Metal com a seguinte formação: Renan Ricci nos vocais, Caio Maior na guitarra, Gustavo Manente no baixo e Henrique Polak na bateria. A produção é assinada por Dré Guines enquanto que as vozes, guitarra e baixo foram gravados no Goma Inc., que também cuidou da mixagem. E o baterista Henrique Polak fez a masterização no Estúdio Armazém. A capa simples do cd Nova Era foi criada por Renan Ricci e Dré Guines.

    A curta, cadenciada, pesada e de clima introspectivo Intro abre o cd e se liga na Nova Era, que entra em um ritmo raivoso próximos a um Metalcore, que alterna trechos mais leves e distantes com outros devidamente irados, cuja letra aborda a importante questão do abuso sexual, que inclusive foi sofrido pelo vocalista Renan Ricci. Depois temos Retratos da Realidade, que vai de trechos suaves para agressivos com facilidade e passa por pontos onde notamos um bom tanto de Hip Hop em uma letra bastante atual criticando a alienação de nossa sociedade, onde a violência acontece e nós erroneamente a consideramos como natural. Em Belas Faces, o SSD nos conduz para uma reflexão interior em seus suaves dedilhados, que posteriormente caminham em um ritmo forte e que se tornam um Crossover, onde o Hip Hop se faz presente novamente entre doses de vocais coléricos e ritmo furioso em uma grande mistura musical feita com competência pelo quarteto, que pode se tornar interessante.

    A fórmula de juntar linhas calmas e intimistas é novamente aplicada em O Antigo e o Moderno, que ao contrário das demais, curiosamente, não se torna mais raivosa em nenhum momento. Na sexta do cd, o quarteto dispara uma canção aparentemente mais rápida, porém, Arte Sufocada, também possui seus momentos mais calmos e seus vocais ferozes, sendo estes inspiradores para a abertura de uma roda em suas execuções ao vivo. 

    No encerramento de Nova Era temos os dedilhados de O Meu Silêncio, composição que recebe Teco Martins do Rancore, sendo que o SSD produz um andamento sereno e até viajante, que inclusive é notado em sua letra, que é dotada de versos falados, entretanto, alguma agressividade existe, como por exemplo na parte final, onde os vocais rasgados eclodem e aparecem junto aos mais suaves.

    A proposta de cantar letras relativas à problemas de nosso tempo como violência e abuso sexual em português feitas pelo SSD através de músicas que estão ora distantes e ora mais agressivas aliando uma ternura quase Pop com a cólera do seu Groove Metal nos leva a precisar de várias audições de Nova Era para uma absorção maior do que a banda desejou nos passar.
Nota: 7,5.

Site: http://www.ssdoficial.com.br.
Facebook: www.facebook.com/bandassdoficial.
Youtube: www.youtube.com/ssdoficial.

Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2018

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