The Heathen Scÿthe - The Heathen Scÿthe
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Faixas - EP - Independente - 2024

    A banda paulistana The Heathen Scÿthe formou-se em 2018, possui em sua formação músicos consagrados da cena brasileira de Heavy Metal e neste novo projeto, eles investiram em letras sobre ocultismo e paganismo de diferentes lugares do globo com a intenção que seus seguidores reconectem-se com a natureza, algo perdido em nossa sociedade e um provável motivo da destruição que acompanhamos dia após dia nos noticiários.

    O som do The Heathen Scÿthe é definido por seus integrantes como um Post Apocalypse Pagan Metal e foi incluso por eles - além do tradicional Heavy Metal - elementos do Power Metal, Doom Metal, Metalcore, Black Metal, Industrial Metal entre outros.

    O conceito deste primeiro EP autointitulado é o seguinte: após 17 anos do apocalipse ( 600 anos em nosso futuro, todavia, parece que será bem antes pelo andar dos 'nossos cuidados' com o planeta ), os clãs sobreviventes enviaram seus mais sábios representantes para que estes formem uma nova seita, que foi nomeada como The Heathen Scÿthe ( ou A Foice Pagã ).

    Os estudos destes sábios resultaram na volta de algumas tecnologias perdidas e na viagem no tempo e assim, eles procuraram aprender as religiões que sabiam preservar a natureza para que a humanidade não colapsasse. 

    Esses sinistros heróis do futuro são personagens representados por:

- Tato de Luca ( Da'At - xamã do Clã Visari ) nos vocais, que fundou o Accla e idealizou em 2015 o projeto O Levante do Metal Nativo com 14 bandas brasileiras, que tinham em seus temas história e a cultura do Brasil.

- Flávio Sallin ( Hokhmah - o tecnomante do Clã Ashari ) nos teclados, que é formado em produção musical pela Universidade Anhembi Morumbi, tem o canal Teclas e Ideias no Youtube e é tecladista do Ozzmosis Ozzy Osbourne Tribute e do duo de Synthwave Omnicode.

- Paulo Roveri ( Hesed do Clã Subterrâneo dos Silvai ) na guitarra, que toca também com o Almanak, que entre outros feitos executou o Hino do Corinthians para quase 40 mil pessoas no aniversário do lendário clube paulista.

- Bruno Luiz ( Netzah do Clã Isteni ) na guitarra, que é professor da School Of Rock, já tocou na banda do cantor Supla e na Stormsons, porém, atualmente está na Command6 e na Código Clone.

- Marcos Dotta ( Malkuth do Clã Militar Tarkasi ) na bateria, que já comandou as baquetas em shows do saudoso Warrel Dane ( Nevermore ), de Tim "Ripper" Owens ( KK Priest ), de Roland Grapow ( Masterplan e ex-Helloween ), de Leather Leone e de Udo Dirkschneider ( ex-Accept ) em suas turnês brasileiras, além de fazer parte da banda banda alemã Metallium.

- Fernando Giovannetti ( Yesod do Clã Cybertech dos Ghenari ) no baixo, que já tocou com o Karma, o Aquaria, o Soulspell, o Wizards, o Glory Opera e o Armored Dawn, sem contar que foi 'sideman' do mestre Vinnie Appice em sua tour brasileira.

    Após explicar um pouco do conceito da banda e de seus músicos vale dizer ainda que a capa foi inspirada no vocalista Da'At com sua foice é um desenho sombrio do requisitado ilustrador brasileiro Marcelo Vasco ( Krisiun, Kreator, Dee Snider, Slayer, Testament, entre tantas outras ) e antes do EP, o The Heathen Scÿthe lançou o single e o videoclipe Into The Fire no dia 29 de agosto de 2023 para que a banda fosse apresentada aos headbangers brasileiros ( e também aos mundiais ).

    O segundo single autointitulado saiu no dia 31 de outubro de 2023 e seu clipe no dia 30 de novembro de 2023 e este EP foi embalado em digipack, possui um encarte de 12 páginas, que teve seu lançamento no dia 28 de março de 2023 é um guia de magia cerimonial baseado em bruxarias, goétia e magia do caos e tudo que está mencionado nele é real... sejam ervas, ferramentas, passos bem como "a receita do ritual", que pode ser usado para que seus objetivos sejam alcançados.

    Deixando a parte mística e retornando à parte musical, o EP foi mixado e masterizado por Lasse Lammet no LSD Studios e os vocais foram captados por Henrique "Baboom" Canalle no Sonora Brasil e a bateria foi gravada por Rodolfo Bittencourt no Vibe Vale Studio. Depois de todas essas informações creio que esteja curioso(a) para saber sobre as músicas do The Heathen Scÿthe, não é mesmo caro leitor(a) do Rock On Stage?

    Bem vamos lá... aberto com fortificada e impetuosa Casting The Circle, o EP demonstra seu peso sombrio através de uma percussão forte e vocais exalando muita raiva em suas falas em uma envolvente base de Heavy Metal, cujas variações representam um desafio ao ouvinte e detalhe, a ligação para a segunda canção, a The Heathen Scÿthe não é percebida, mas, o seu refrão sim, pois, fica na memória com facilidade, inclusive, devo enaltecer também os seus momentos melódicos, suas variações, o seu exuberante solo de guitarra e o seu final épico, acústico e de vocais suaves.

    A terceira é bastante diversificada, todavia, torna-se consideravelmente pesada e intrigante, sendo que isso faz Welcome ( To The Death ) ser uma faixa complexa e de andamento carregado em que suas vocalizações são repletas de ira e totalmente encorpadas alternando momentos que chegam ao Death, enquanto que outros são quase introspectivos. Vale mencionar também, que ainda crava seu título em nossas mentes através dos vocais envolventes de Tato de Luca, o The Heathen Scÿthe exibiu um trabalho excelente do tecladista Flávio Sallin, do baixista Fernando Giovannetti e do baterista Marcos Dotta.

    De ares obscuros, The Offering parece uma oração pagã que é interrompida pelos teclados e pela junção de bateria e de guitarras, sempre com muita percussão até conectar-se a Into The Fire, cujas vocalizações são deveras interessantes e alguns de seus trechos não se assemelham à nada que você tenha ouvido antes. A evolução da música imposta pelos teclados e pelos demais instrumentos é outro destaque, pois, é impossível prever ou imaginar por onde o The Heathen Scÿthe pretende seguir e isso, sem contar com o seu ótimo refrão, ou seja, ponto para a banda.

    Fechando este marcante EP temos Spiral Dance/The Egregore, cujo estilo lembra uma celebração ritualística com frases repetidas quase que incessantemente pelo vocalista, que depois passa uma atmosfera viajante antes de um momento robusto de Heavy Metal e um término no piano que é bastante calmo, obscuro e até tétrico, tal como se o ritual proposto pela banda tivesse sido realizado e seu propósito alcançado.

    Embora seja um EP curto de apenas 19  minutos, esta estreia do The Heathen Scÿthe é feita com músicas que incitam e capturam o ouvinte por exibirem a fusão de estilos promovida por eles com perfeição dentro de um conceito lírico metafísico e de ficção científica, que agradará aos fãs de Heavy Metal em geral e - especialmente - aqueles que apreciam nomes do porte Mercyful Fate, King Diamond, Rob Zombie, Ghost e afins.
Nota: 9,5.

Por Fernando R. R. Júnior
Agosto/2024

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