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Quando uma pessoa se depara com um músico, por de trás sempre tem aquela pergunta que não quer calar, "você e músico e o que mais?", como se isso por si só não bastasse, não fosse suficiente ou profissional, e sim visto como hobbie ou lazer tanto que as bandas que estão em início de carreira são as que mais sofrem, pois, dependem do apoio inicial das pessoas próximas para alçar voos maiores, porém, muitas vezes, as pessoas próximas são justamente as que mais sugam o gás que a banda está tentando alcançar, quando querem favores em troca de um curtir, compartilhar, um voto para alguma campanha, ou um simples pré-salve nas plataformas digitais, o que é gratuito, e em média leva segundos para ser realizado ( as pessoas fazem 'textão' de crítica ou reclamação, que leva muito mais tempo fazendo do que simplesmente ajudar no engajamento ), não têm a coragem de ajudar, entretanto, a reclamação de que o Rock está morrendo, que não se faz banda como antigamente é um discurso contante e repetitivo nas redes!
Mas enfim, o importante é ver a luta e batalha de quem está tentando... posso dizer de até mesmo salvar a música e a cultura nacional, já que a internacional é tão valorizada, todo mundo tem coragem de ir para festivais, pagar preços absurdos em ingressos e itens de consumo ( camisetas, bonés, copos, etc. ) e sair falando mal da organização e valores ( mas pagam, e pasmem, lotam o lugar ), todavia, não tem coragem de consumir um merchan, pagar um ingresso, ou como já citei ajudar uma banda em iniciando sua carreira, porque ela ainda não é comercialmente famosa, e quando fica, batem no peito para dizer "alá meu amigo" ou "aqueles ali conheço desde sempre" ou "ajudei a formar essa banda" ou ainda "sempre apoiei" e por aí vai...
Mas, deixando de lado esse desabafo, estou sempre fuçando pelas redes sociais, e me deparei com uma banda que me diz que a cena nacional de bandas autorais está vivíssima, rendendo frutos e sim cantando em português. A que está nesta resenha é a banda Turim de São Paulo/SP, que parei para ouvir e conhecer, achei bem surpreendente, pois, a cada acorde e verso das músicas, cria-se uma identificação como algo que a gente já conhece, que já ouviu e que você fica tentando trazer a memória de onde é... de qual banda que esse som pertence... qual é parecido... enfim... Curiosa que sou, fiz questão de conhecer os membros da banda e saber um pouco mais a respeito da história e formação ( e descobri hehe ), então, porque não resenhar sobre esta descoberta?
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A Turim tem o dom de trazer composições "chicletes", sim, essas que você escuta poucas vezes e já sai cantarolando em pouco tempo, decora-se a letra ou por identificação ou pelas composições geniais do talentoso Inácio Neto ( vocalista da banda ) que tem esse intuito, eles já estão prestes a lançar o terceiro single e a primeira música de trabalho ( a mesma que ouvi e gerou a tal curiosidade) foi a Te Quero Bem”.
A letra desta canção cita o termino de um relacionamento e a tentativa de superação, mas é ambígua, pois, dependendo de quem a escutar pode ter visões de interpretação de maneira variada como conseguir superar ou nem tanto, mas, de toda forma a vida esta seguindo trechos como "Te quero bem, mas não consigo ficar tão bem"... e "Pra te dizer que eu lamento por esse sentimento se esconder" ou ainda "Te quero bem mas não consigo ficar também..." trazem a tona de qualquer pessoa que já passou por relações que chegaram ao fim, esses momentos de reflexão erros e tentativas de seguir sem olhar para trás, mas com aquele sentimento de ainda gostaria de estar ao seu lado, entretanto, melhor não...
Já o segundo single da banda é Voltar a Sorrir e traz trechos como "A vida cobra decisões que as vezes não dá para tomar..." ou ainda "Todo esse inferno que ainda existe em mim parece não ter fim" e "Buscar maneiras para me curar e voltar a sorrir", te leva a reflexões de como a gente às vezes perde tempo esperando um sinal de alguém, dos céus, do universo, para deixar claro o que já está estampado e você só não teve coragem de encarar a vida de frente com medo de soltar e deixar ir o que já terminou - às vezes - de uma forma que seja irreversível.
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Recentemente a banda ganhou um concurso promovido pela rádio KISS 92.5 FM de São Paulo O Papo é Rock e teve seu som tocando na programação ( FDP - Filhos da Pátria do Clemente Tadeu ) por meio de eleição popular ( voto na plataforma do Instagram ) ficou em primeiro lugar com larga vantagem sobre a concorrência, onde foi apresentado o terceiro single da banda e diga-se de passagem, o meu preferido, Depois de um Longo Dia, música esta que fala sobre o cotidiano de um relacionamento que não vingou, mas que aguarda-se que o tempo feche as feridas em trechos como: "Sei que o tempo vai poder me curar mas ele segue o rumo que quer..." ou seja, não tão breve... e ainda em: "Sei que eu já vou estar longe da sua vida saiba que, eu estarei bem melhor!" uma tentativa de fingir estar bem e está tudo bem, mesmo não estando... vida que segue...
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