Aborted - Global Flatline
13 Faixas - Shinigami Records - 2012

    Os belgas do Aborted estão de volta com seu Death Metal totalmente extremo que adiciona Grindcore em letras mais Splatter em seu novo lançamento, o cd Global Flatline, que é o sétimo de estúdio da carreira e saiu após uma reformulação da banda, acontecida posterior ao lançamento do álbum Strychnine 213.

    Este putrefático álbum, editado aqui pela Shinigami Records foi gravado, mixado e masterizado entre junho e julho de 2011 no Hansen Studios na Dinamarca por Jacob Hansen e os membros do Aborted ( a saber: Sven “Svencho” de Caluwé nos vocais, Eran Segal e Michael Wilson nas guitarras, JB van de Wal no baixo e Ken Bedene na bateria ) que juntos, garantiram uma sonoridade ainda mais extrema e brutal que você possa imaginar. A capa e encartes que são para zumbi nenhum por defeito e ainda sentir-se em casa são um ótimo trabalho do artista Justin Osbourn.

    Omega Mortis é a introdução com falatórios ( como se fossem extraídos de um noticiário ) e batimentos cardíacos para que a faixa título do cd, Global Flatline, entre com todo o peso rápido e esmagador do quinteto belga, seja na parte instrumental ou nos vocais de Sven “Svencho” de Caluwé, que canta cada verso da forma mais vomitada possível. Com algumas palavras em russo, Источник Болезни - The Origin Of Disease é a maléfica terceira faixa do cd, que no meio de tanta brutalidade notamos alguns trechos mais cadenciados e a bela atuação cheia de 'triggers' do baterista Ken Bedene, que são para matar a pauladas, isso além de Julien Truchan do Benighted participando dos vocais. Em Coronary Reconstruction a agressividade sonora do Aborted é elevada para níveis alarmantes após algumas falas que dão mais ainda um jeito de filme ao cd, entretanto, mesmo sendo bastante extremos, os belgas deixaram um espaço para os solos de guitarras mais melodiosos Eran Segal e Michael Wilson, o que é uma boa surpresa.

    A sensação que fica no ar ao ouvir o cd é que a infestação de zumbis está cada vez maior e tornando-se incontrolável, e assim que Fecal Forgery começa, a comprovação dessa afirmação está exibida em todo a sua pesada ferocidade, cujo destaque vai novamente para os solos de guitarras de Eran Segal e Michael Wilson. Em Scabs And Boils, o Aborted continuou com o clima de apocalipse de mortos-vivos e chega a promover linhas quem mantém a agressividade ríspida e veloz, mas, alternam trechos cadenciados com urros bem violentos.

    Vermicular, Obscen Obese marca a participação de Trevor Strnad em Global Flatline, e a banda preparou um ritmo cadenciado fortíssimo para que o músico do The Black Dahlia Murder pudesse cantar em alternações destruidores, que vão do agressivo ao gutural facilmente. Com toques no piano, que dão uma cara ainda mais sombria ao álbum, a cadenciada Expurgation Euphoria é a oitava do cd e seu andamento, mais parece um Doom Metal com um clima tétrico no ar mesmo.

    From A Tepid Whiff vem com um andamento caótico, acelerado e violentíssimo, que é vocalizado com a mais plena fúria insana que  Sven “Svencho” de Caluwé conseguiu expor em sua voz, e o interessante é como a banda fez as guitarras segurarem muito bem a forma que o peso é aplicado.

     The Kallinger Theory tem sua violenta sessão de pancadas ligadas com a anterior, de uma forma que não se nota quando muda a faixa, a única diferença fica para o decorrer mais cadenciado da música. Com a participação de Keiijo Ninimaa ( do Rotten Sound ) nos vocais de Our Father, Who Art Of Feces, o Aborted mete o pé sem perdão em uma das mais brutais faixas de Global Flatline, e detalhe nesta, seus dois guitarristas mostram mais uma vez porque estão na banda fazendo ótimos solos. Gime conta com Jason Nether do Misery Index nos vocais em uma brutal, agressiva e impiedosa pancadaria de baixo, bateria e guitarras, estas últimas assumindo mais uma vez os holofotes, pela variedade de solos que deixaram na música.

    Fechando o cd, temos Endstille, que depois de uma parte instrumental bem pesada e muito bem feita pela banda, temos novamente as notícias de um rádio ambientadas em um ritmo muito pesado ( novamente, caminhando para quase que um Doom Metal ) e alguns versos em alemão ( no discurso de Robert Oppenheimer, o físico e cientista chefe do Projeto Manhattan, criador da Little Boy, a primeira bomba Atômica lançada em Hiroshima em 6 de agosto de 1945 ), além de competentes solos de guitarras distorcidos e um pouco longos, que vão se prosseguindo com alguns guturais até que quando finalmente terminam e passam a ideia que o último sobrevivente do contágio dos zumbis tivesse se sucumbido ou conseguiu chamar por um lançamento de uma arma de destruição em massa, como solução da epidemia dos mortos-vivos.

    Com certeza os fãs do estilo Death Metal extremo irão apreciar Global Flatline, pois o Aborted passou 2010 e 2011 preparando, e sem nenhuma piedade, a sua “hecatombe zumbi” com todo peso, fúria, brutalidade, agressividade, velocidade que lhes foi possível encontrar.
Nota: 8,5.

Site: www.goremageddon.be e www.myspace.com/abortedmetal.

Por Fernando R. R. Júnior
Março/2012

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