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Amaranthe -
Manifest
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A capa é de Emmanuel Shiu e mostra uma cidade futurista e em suas letras, o Amaranthe abordou temas sobre desastres climáticos relacionados com a mitologia teísta, conforme define Olof Mörck: "É definitivamente o álbum mais maduro e filosófico que já fizemos. É profundo e há uma grande variedade de tópicos [líricos] nele. Falamos um pouco sobre as mudanças ambientais e climáticas atuais. Também falamos sobre o que está acontecendo com o coronavírus, mesmo que não sejam totalmente exatos. Também temos uma música sobre separação - não apenas em um relacionamento amoroso, mas também em uma amizade ou nos negócios". É eles estão de olho no triste momento que vivemos e procuram nos animar com seu novo disco, que é simplificado da seguinte forma pelo guitarrista: "É um excepcional motivo para estar alegre”, que nestes tempos obscuros e indefinidos é o que mais precisamos para aguentar esta dura travessia até podermos encontrar nossa normalidade de volta.
Em estilo épico, o Amaranthe abre Manifest com Fearless, onde os vocais dos três vocalistas aparecem em uma base Power Metal rápida com vocais agressivos, limpos e femininos alterando seus versos, que trazem em seu ritmo discretos flertes Pop e também alguns solos de guitarra mais pronunciados resultando em uma canção moderna e até que gostosa de ouvir. De um andamento cadenciado mais puxado ao Heavy Metal e um estilo bastante Pop dançante Make It Better é a segunda de Manifest e o seu maior destaque fica para a atuação da beldade Elize Ryd ao cantar suas partes, mas nesta mistura feita pela banda há de se lembrar também dos vocais guturais de Henrik "GG6" Englund Wilhelmsson. Consideravelmente encorpada Scream My Name também está aberta para receber suas melodias Pop, mas os vocais agressivos de Henrik "GG6" Englund Wilhelmsson ficam evidentes concebendo o lado Metal do sexteto ao mesmo tempo que agradam... também desafiam o ouvinte pela sua divisão - muito bem postada - de estilos na mesma música.
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Aparentemente rápida e pesada temos The Game, que possui texturas Power Metal em seu decorrer, entretanto, os suecos desejaram que seu lado Pop ficasse salientado, mesmo com as atuações de qualidade feitas pelo baixista Johan Andreassen e pelo baterista Morten Løwe Sørensen. Não posso deixar de comentar sobre os vocais coléricos Henrik "GG6" Englund Wilhelmsson contracenando com os vocais de Elize Ryd nesta The Game culminando em uma interação onde um acaba por completar o outro de forma que fazem a música ser no mínimo incomum de se ouvir, afinal está tudo junto Metal Melódico, Pop, Metalcore...
Em Crystalline somos expostos à uma balada com a belíssima Elize Ryd comandando sozinha a primeira estrofe junto aos arranjos orquestrados e também ao piano tocado por Elias Holmlid, que posteriormente ganha um ritmo envolvente e os vocais limpos de Nis Molin na melhor faixa do álbum até aqui e disparada a minha favorita com direito a participação de Perttu Kivilaakso do Apocalyptica no violoncelo. Henrik "GG6" Englund Wilhelmsson solta sua raiva com muitos urros logo nos primeiros versos de Archangel, uma composição Pop acelerada e de refrão viciante, especialmente, no jeito livre que Elize Ryd canta suas partes. A estranha BOOM! conta com a vocalista Heidi Shepherd do Butcher Babies junto ao trio do Amaranthe e é muito 'americanizada' ao fundir sua sonoridade de Rap à Metal Melódico ( cortesia de Henrik "GG6" Englund Wilhelmsson ) , além das demais misturas costumeiras dos suecos, mas, para quem gosta de um Heavy Metal mais direto será difícil de absorver.
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O amálgama de Pop/Dance, Power Metal, Heavy Metal Melódico, Metalcore vocais limpos, vocais femininos e vocais masculinos limpos e agressivos feita pelo Amaranthe e ouvida neste Manifest não é algo que será assimilado logo em suas primeiras audições, pois, este caminho seguido com ênfase pelos suecos é algo que não estamos acostumados a ouvir, porém, devo enaltecer as sempre eficientes e envolventes vocalizações de Elize Ryd, as melodias no refrão e o empenho da banda em insistir em sua proposta musical.
Todavia, esta fórmula que o Amaranthe insiste pode cativar fãs de outras correntes musicais para o Heavy Metal e se isso acontecer Manifest, que saiu no Brasil pela parceria da Shinigami Records com a Nuclear Blast já cumpre sua missão.
Nota: 7,0.Por Fernando R. R. Júnior
Maio/2021
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