Amaranthe 
9 Faixas - Hellion Records - 2012

     O Amaranthe teve sua origem na cidade de Gotemburgo na Suécia no ano de 2008 e como não é diferente daquela região, eles foram influenciados pelo Death Metal. Só que o ponto muito interessante do som da banda não está na mistura de Death Metal mais Melódico com Power, Gothic Metal e Pop e sim, na presença de três vocalistas cantando cada uma das músicas da banda, sendo eles: Jake E. ( ex-Dream Evil e Dreamland ) e a belíssima Elize Ryd ( que também é backing vocal do Kamelot ) nos vocais limpos e Andy Solvestrom nos guturais ( Within Y, Evildoer e Cipher System ). Completando o line up da banda temos Olof Mörck ( Nightrage e Dragonland ) nas guitarras e teclados, Morten Løwe Sørensen ( The Arcana Order e Submission ) na bateria e Johan Andreassen ( ex-Engel ) no baixo.

    Depois do EP de 2009 intitulado Leave Everything Behind, o sexteto concentrou no lançamento do seu primeiro cd, Amaranthe, que saiu no Brasil pela Hellion Records. O álbum foi gravado entre 06 de outubro a 04 de dezembro de 2010 no Jacob Hansen Studios em Ribe na Dinamarca e sendo que somente os teclados e efeitos eletrônicos que foram gravados no Metalmedia Studios em Gotemburgo na Suécia. A produção, mixagem e masterização é do renomado Jacob Hansen e a capa é do artista brasileiro Gustavo Sazes.
 

    Leave Everything Behind inicia o cd de forma mais rápida e pesada bem Power Metal na guitarra, baixo e bateria com os vocais mais gritados de Andy Solvestrom se alternando com os suaves de Elize Ryd e de Jake E. garantindo ótimas linhas melódicas que se assemelham em alguns momentos ao trabalho de bandas como o Evanescence ( inclusive a beldade do Amaranthe se parece bastante com a Amy Lee ) e o Lacuna Coil ( em sua atual fase ).

    Hunger traz alguns efeitos eletrônicos em um ambiente pesado que dá espaço para os três vocalistas atuarem entre si e quem se destaca mais são os dois que cantam com vocais limpos, com uma certa exibição maior de Elize Ryd e seus poderosos vocais, que valem lembrar, o refrão da música é significativamente cativante e crava na memória. 1.000.000 Ligth Years exibe distorções e a fórmula do Amaranthe claramente: cada um dos seus trechos é devidamente cantado por cada um dos vocalistas que alteram muito bem suas partes ( e em algumas vezes juntos ) em uma harmonia bem feita, forte e bastante envolvente em um certo caldeirão sonoro permeado com bons riffs de guitarra.

    Automatic começa com versos que são vocalizados em coro em meio à uma base instrumental muito interessante e aí os vocalistas da banda começam a se alternar passando mais calma, raiva ou emoção de acordo com a característica de cada um em uma música que possui um refrão muito competente. Em My Transition, o resultado é de jogo ganho pois, encontramos aliando sua ótima base instrumental - que é muito bem enfatizada no solo de guitarra de Olof Mörc - com os três vocalistas fazendo sua divisão perfeitamente - como é percebido no vigoroso refrão.

    Com a bela Elize Ryd exibindo toda a leveza de sua linda voz ao fundo de um piano, Amaranthine passa uma linha emocionante que é aumentada por Jake E. em uma áurea mais Pop que só é modificada com os vocais guturais de Andy Solvestrom soltando ótimos berros que trazem o lado Metal do sexteto. Em Rain, o Amaranthe mergulha no peso mais cadenciado com vocais gritados de Andy Solvestrom contrastando com os outros dois, que propositalmente quebram o ritmo pesado desta ótima sétima canção do cd que recebe solos de guitarra mais melódicos.

    Depois em Call Me Out My Name o guitarrista/tecladista Olof Mörck faz um excelente solo nos teclados para que Andy Solvestrom solte seus coléricos vocais em um ponto e receba a 'oposição' da doce voz de Elize Ryd e Jake E. em mais uma boa harmonia dos demais músicos da banda, mas o que é mais estranho é o andamento meio dançante que o som exibe sem mudar muito sua cara.

    Enter The Maze é interessante e focada no estilo do Amaranthe ( ou seja, boas melodias e bons refrãos ) e mesmo sendo praticamente idêntica ao que ouvimos antes, esta música consegue cativar sendo que suas únicas diferenças estão nos trechos com dedilhados e nos solos de Olof Mörck na guitarra. Director's Cut possui um inicio mais melódico de teclados e guitarra com os vocais gritados e raivosos de Andy Solvestrom sendo divididos com os outros dois em uma mistura que parece que ter uma certa viagem escondida no ambiente pesado da canção e detalhe, mais uma vez ressalto os vocais da morena Elize Ryd, especialmente no final.

      Em Act Of Desperation, o Amaranthe trouxe um ritmo cadenciado e cheio de alternações, que assim que os gritados de Andy Solvestrom saem de cena Elize Ryd comanda junto a Jake E. a linha sonora da banda e quando você acha que seguiremos por um caminho mais tranquilo Andy Solvestrom volta com seus urros novamente junto a Elize, que canta mais forte que o costume, tudo isso é claro sempre acompanhado pela ótima linha melódica instrumental.

    A última é Serendipity e seu maior ponto forte está nos lindos vocais de Elize Ryd, que se destacam mais que os guturais de Andy Solvestrom em uma harmonia que, assim como as anteriores, acaba sendo agradável por não ser o que o ouvinte está imaginando.

    É sabido que o disco de estreia do Amaranthe será melhor apreciado pelos fãs do Lacuna Coil e do Evanescence, pois algumas semelhanças são notórias, eles agradam mais pelas melodias instrumentais e pela voz de Elize Ryd, para mim disparada a melhor dos três vocalistas. É um disco que quanto mais você o ouve, mais vai gostando dele, enfim, vale conhecer mais este lançamento da Hellion Records.
Nota: 8,5.

Site: http://www.amaranthe.se e http://www.myspace.com/amaranthemetal
 

Por Fernando R. R. Júnior
Maio/2012

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