Artillery - Legions
12 Faixas - Shinigami Records - 2014

    O Artillery é uma banda de Thrash Metal que surgiu na Dinamarca nos anos 80, na cidade de Taastrup. De lá para cá, já contribuíram à cena do país e mundial com oito álbuns, entre eles os clássicos Fear Of Tomorrow de 1985 e Terror Squad de 1987. Em 2011, pouco tempo após o lançamento do cd My Blood Carsten N. Nielsen ( bateria ) e Søren Nico Adamsenn ( vocais ) deixam a banda. O que deveria ser um problema para a banda, serviu para um revigoramento, pois rapidamente foram recrutados Josua Madsen ( bateria ) e Michael Bastholm Dahl ( vocais ) para ocupar as vagas e a criação de um excelente disco.

    Assim que assumiram estas importantes posições e se ligaram à proposta do Artillery, Michael Stützer disse: Josua [Madsen] é um baterista incrível e um cara muito legal e Michael [Bastholm Dahl] vem aportando novos elementos à banda devido a seu alcance vocal”. O novo trabalho intitulado como Legions foi lançado em 2013 e trazido no Brasil pela Shinigami Records com os novos integrantes ao lado de Morten Stützer ( baixo / guitarra ), Michael Stützer ( guitarra ) e Peter Thorslund ( baixo ), que gravaram, mixaram e masterizaram o cd no Medley Studio entre abril e junho de 2013, produzido pelo ex-vocalista, Søren Andarsen. E a obscura capa é de Mircea Gabriel Eftemie ( responsável pelas capas de cd´s Kataklysm, Soilwork, Malevolent Creation, para citar alguns ).

    Com um ritmo de percussão extraído de povos do norte a África, que em instantes depois recebe as linhas mais rápidas e pesadas Chili My Bones ( Burn My Flesh ), que dão vida ao ótimo Thrash Metal do quinteto, que além das boas vocalizações de Michael Bastholm Dahl conta com as vigorosas sequencias de solos dos guitarristas Morten Stützer e Michael Stützer, que conquistam o ouvinte facilmente, pois são somadas às encorpadas atuações de Peter Thorslund no baixo e Josua Madsen na bateria. Na faixa Godfather, eles aceleram mais em um andamento destruidor, que é cantado com a devida força por Michael Bastholm Dahl e seus maiores destaques são: o ritmo instrumental intenso, os incansáveis solos de guitarras e os  berros do vocalista, especialmente no refrão, que te fazem querer gritar junto com ele.

    Após um pequeno "grito de ordem", a faixa título Legions entra de forma mais cadenciada colocando os "pingos nos is", ou seja, o Artillery mira suas notas com precisão para que esta composição seja tão certeira quanto rápida com suas ótimas evoluções. Com alguns batimentos cardíacos sendo ouvidos, o quinteto dinamarquês, começa a disparar a Wardrum Heartbeat, cuja metralhadora sonora não para nem para ser recarregada, temos aqui uma baita música que nos agrada ha hora, pois cada um dos músicos deixa você perceber como deram o seu melhor, isso, sem contar o refrão que é outro ponto forte.

    Ao som de uma tempestade e um riff mais cadenciado ( e não menos forte ), Global Flatline se inicia com o Artillery nos levando um misto de emoção com um verdadeiro convite às armas e um ritmo melodioso, que está aliado aos vocais de forma muito precisa, fato que engrandece ainda mais a música. Melhor que isso, somente quando eles aceleram de vez esta quinta faixa na ligação perfeita de baixo-guitarras-bateria-vocais em linhas matadoras.

    Em Dies Irae temos toques em um estilo militar feitos pelo baterista Josua Madsen, que faz esta música se elevar bem mais em um andamento forte, onde novamente os vocais de Michael Bastholm Dahl se destacam ante a efervescência dos solos de guitarras, ainda mais quando a afiada dupla sola sem parar, isso caro leitor(a) é ótimo de se ouvir normalmente, mas quando é feito com primor como o Artillery fez... é melhor ainda. O "Metalzão" seguinte recebeu o título de Anno Requiem e exibiu logo de cara um andamento direcionado pela dupla de guitarristas, que assume o controle e fornece o ponto exato para Michael Bastholm Dahl energizar o ouvinte, tanto que não tem como não 'bater a cabeça', ainda mais no momento que Morten Stützer e Michael Stützer se superam e nos enviam uma rifflerama descomunal.

    Os dedilhados de Enslaved To The Nether acalmam um pouco depois de sete excelentes marteladas, mas os dinamarqueses souberam como criar uma música emocionante, que no seu decorrer ganha potência e velocidade, de forma que gostamos com muita facilidade dela. Confirme isto sentindo a beleza dos solos no violão e na guitarra, muito bem combinados.

    Com um vibrante crescente na parte instrumental ( especialmente nas guitarras ) e com Michael Bastholm Dahl se entregando por completo nos vocais, a nona, Doctor Evil é uma sonzeira - que assim como as anteriores - te fará sentir vontade de cantar o refrão com o quinteto.

    Ethos Of Wrath prossegue com o implacável ímpeto deste novo line-up do Artillery e caminha perfeitamente de forma tão gratificante que só posso expressar de uma única forma: Heavy Metal de primeira. A versão brasileira de Legions conta com dois bônus do álbum Fear Of Tomorrow e no primeiro temos The Almight, com as guitarras explodindo sua energia junto com a pegada forte de baixo e bateria, que deixam o vocalista vociferar com toda sua garra. E no segundo bônus ouvimos o Artillery "quebrando tudo" com a animalesca The Eternal War, que inicia um pouco cadenciada, porém, recebe sua dosagem cavalar de eletricidade e segue arrebentando para o deleite dos fãs do bom e velho Metal.

    Legions nos mostra que este novo Artillery está pronto não apenas para consolidar o domínio nas bases já conquistadas ao longo da carreira, como também qualificar o quinteto entre as grandes bandas de Heavy Metal em franca atividade e quem gosta deve adquirir este cd o mais breve possível.
Nota: 10,0.

Sites: http://artillery.dk/ e http://www.shinigamirecords.com.

Por Fernando R. R. Júnior
Abril/2014

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