Auri - II - Those We About Don't Speak Of
10 Faixas - Shinigami Records/Nuclear Blast - 2021

    O Auri completou 10 anos de sua formação neste ano de 2021 e a banda que é capitaneada pelo líder do Nightwish Tuomas Holopainen, até por conta das turnês e gravações da banda principal, lançou somente agora o seu segundo álbum de estúdio nomeado como Auri - II - Those We About Don't Speak Of, três anos após o seu debut autointitulado de 2018 ( leia resenha ), que alcançou uma ótima repercussão entre os fãs de Rock Progressivo, Folk Rock, os curiosos que procuram tudo que os membros do Nightwish lançam e também da mídia especializada.

    Neste novo trabalho, Tuomas Holopainen ( teclados e backing vocals ) sua esposa Johanna Kurkela ( vocais, violino, viola e teclados ) e o seu parceiro de Nightwish, Troy Donockley ( violão, guitarra, bouzouki, mandola, uillean pipes, low whistles, aerophone, bodhran, teclados e vocais ) contaram com o também membro do Nightwish Kai Hahto na bateria e percussão para que suas esbeltas músicas de aura celestial tornassem ainda mais formidáveis entre o seu citado Folk com aromas de Celta, Rock Progressivo e até Pop Cinematographic.

    Auri - II - Those We About Don't Speak Of foi gravado no The Paha Pajari Palace e no Petrax Studio em Portero Kinnunen, porém, Johanna Kurkela e Troy Donockley tiveram suas partes registradas no Corner House Mansion. A mixagem é de Tero Kinnunen e feita no Petrax Studio enquanto que a masterização é assinada por Minerva Pappi e realizada no Waudio.

    Na capa temos o logotipo do Auri, que foi desenhado por Johanna Kurkela e as informações do nome do disco estão em um fundo preto, porém, como o álbum está em digipack triplo temos várias paisagens noturnas em cada parte, além do encarte de muitas páginas e algo que se tornou um padrão nos cd's lançados pela Shinigami Records neste formato: uma contracapa extra para quem gosta de armazenar seus discos nas caixas de acrílico.

    E a doce atmosfera etérea desde CD começa com a sua faixa título, a Those We About Don't Speak Of com Johanna Kurkela passando muito sentimento de paz em sua voz nos convidando a fechar os olhos e relaxar com ela viajando até as paisagens presentes no encarte. Entretanto, mesmo no clima calmo desta primeira música sente-se também a presença de algo obscuro no ar.

    Mais serena e com formosos dedilhados de violão, The Valley nos tranquiliza tanto em suas linhas de vocais quanto em seus toques instrumentais leves e bastante animados, que ganham mais movimento e ficam envolventes nos levando a abrir um sorriso de plena satisfação por estarmos sendo transportados à um mundo pacífico.

    De vocais emotivos e entristecidos, The Duty Of Dust é uma canção que te inspira a fazer uma reflexão de olhos fechados, praticamente uma meditação, enquanto libera sua mente para viajar em suas melodias, que estão mergulhadas na linhagem Folk Celta e que, posteriormente, te convoco para reparar no crescimento que é aplicado pelo Auri no decorrer da música, que é de uma magnífica beleza e captura o ouvinte imediatamente ao se interligar ao seu ritmo e em seus vocais espirituais.  

    Logo nas primeiras notas de Pearl Diving, o trio já nos faz imaginar que estamos à beira da praia esperando um barco chegar e seu andamento passa uma positividade enorme, assim como as vocalizações joviais de Johanna Kurkela. E uma dica aos admiradores de Rock Progressivo... se atentem ao meio desta composição em que ela canta delicadamente em meio aos toques de piano feitos por Tuomas Holopainen e aos sons das flautas tocadas por Troy Donockley no momento que antecede o aumento de seu contagiante ritmo conduzindo para um mergulho completo em suas harmonias, que fizeram desta a minha favorita até aqui.

     Para a quinta de II - Those We About Don't Speak Of, cujo título é Kiss The Mountain somos conduzidos para uma longa, terna e deliciosa viagem ao comando de Johanna Kurkela, Tuomas Holopainen e Troy Donockley, onde o estilo cinematográfico está em plena evidência, sendo que a concordância com a sua consonância musical é feita de uma forma belíssima e nos conecta à ela. Em seguida nos apresentam a Light And Flood, que é direcionada através dos toques no piano e no violino, este último tocado sempre por Frank Van Essen e a sonoridade produzida somada aos outros ritmos feitos pelos demais nos colocam diante de uma emblemática e exuberante criação, que obrigatoriamente será melhor absorvida com a mente livre de qualquer pensamento, assim você terá uma imersão ampliada em suas harmonias configurando assim uma viagem fantástica, que é acentuada pela incursão do coral e das vocalizações, que não contém nenhum verso, mas, são indispensáveis para a elegância da música.

    Johanna Kurkela novamente nos encanta a cada verso durante a melodia de piano presente na puramente Folk It Takes Me Place, que também é detentora de linhas devidamente viajantes em que sentiremos muito prazer em sua audição. The Long Walk é a oitava do cd e percebe-se a percussão feita por Tony Hahto em destaque produzindo uma linhagem que lembra uma marcha e depois exibe a inclusão de toques mais pesados como se estivessem lhe preparando para uma jornada perigosa.

    Seja por conta do violino ou por contracenar com o andamento da anterior, tal como se fosse uma continuação Scattered To The Four Winds é gentilmente cantada com muito feeling por Johanna Kurkela sendo que estes fatores deixam você ligado em cada minuto da canção e também concede o direito de se surpreender quando sua melodia cresce e traz toda sua energia otimista diretamente em sua mente marcando o final do percurso.

    Encerrando este II - Those We About Don't Speak Of temos a branda e porque não dizer - etérea - Fireside Bard aos dedilhados suaves e também com os vocais mais graves de Troy Donockley em seus primeiros versos para depois Johanna Kurkela aparecer e dividir as estrofes com ele em uma música consideravelmente pacata, viajante e deliciosa de se ouvir imaginando-se perto do fogo em uma localidade gélida.

    Neste Auri II - Those We About Don't Speak Of, o trio cativou ainda mais seus seguidores ao nos proporcionar canções admiráveis e dotadas de uma serenidade gigantesca, que nos fazem desejar viver neste seu mundo de sonhos atmosféricos e celestiais, que podem e serão revividos a cada execução deste lançamento da Shinigami Records em parceria com a Nuclear Blast no Brasil.
Nota: 10,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2021

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