Aversions Crown - Xenocide
12 Faixas - Shinigami Records - 2017

     O quarteto de Brutal Death Metal/DeathCore Aversions Crown surgiu na cidade de Brisbaine na Austrália no ano de 2010 e após turnê do álbum Tyrant ( de 2014 ) resolveu ficar mais violento e veloz criando atmosferas consideravelmente assustadoras.

    Assim, o quarteto formado por Mark Poida nos vocais, Chris Cougan e Mick Jeffery nas guitarras e Jayden Mason na bateria deram origem ao seu terceiro disco, que foi nomeado como Xenocide e produzido com Adam Merker no Anders Debeerz Studio em Queensland na Austrália. A mixagem e masterização foi realizada no Audio Hammer Studio na Flórida nos Estados Unidos. Para a capa de Xenocide temos um desenho de Ryohel Hase e mostra um ser monstruoso adquirindo um imenso poder ao segurar um artefato com as mãos e iniciar a destruição completa de onde está. 

    O objetivo do Aversions Crown quando compuseram Xenocide era o seguinte: "nós queríamos acentuar os nossos pontos fortes como Aversions Crown; a bateria extrema, a interação entre guitarras, os impressionantes vocais de Mark Poida e realmente trabalhar nos arranjos em vez de ter um monte de riffs sobre algumas explosões", conforme relatou o guitarrista Chris Cougan.

    Sobre as letras que foram compostas pelo vocalista Mark Poida e versam sobre pequenos contos de destruição, vingança, reanimação e assassinatos, ficamos sabendo conforme ele mesmo explica: "Eu tinha, realmente, uma incrível e brutal tela na minha frente para pintar uma imagem lírica má e horrível. Nós fomos além da nossa capacidade compositiva e estamos muito orgulhosos do trabalho." E antes de comentar mais sobre o álbum, posso dizer que conseguiram atingir os objetivos tanto na parte instrumental quando nos vocais e o que vamos encontrar aqui é um dos mais brutais Death Metal que ouvi nestes últimos anos.

    Sabendo disso, vamos agora ao massacre sonoro que se aproxima nas doze faixas do cd, que começa com a instrumental Void, canção sombria com harmonias e percussões se evidenciando até que o Aversions Crown traga seu Death Metal contido na caótica Prismatic Abyss, que é repleta de ferozes urros e vocais rasgados através de um andamento cadenciado. A imponente violência do quarteto continua com a The Soulless Acolyte, que salvo em alguns instantes em que seu ritmo abranda um pouco ( pouco mesmo ) é porrada e urros por todo o tempo.

    Uma breve atmosfera viajante antecede a fúria contida em Hybridization, que desfere urros cada vez mais violentos e agressivos, que praticamente guiam a insanidade instrumental extrema que amparam a composição. Para Erebus, o Aversions Crown dentro de sua agonizante viagem interplanetária a bordo deste Xenocide apresenta uma canção de linhas fortemente rápidas nas guitarras e na bateria, porém com direito a algumas partes e lentas em outras, mas, sempre com um índice de urros descomunal, que somente quem gosta mesmo de Metal Extremo conseguirá absorver esta barbaridade sonora. Sem diferenciar muito uma música da outra, a cólera dos australianos tem sequencia em Ophiophagy, que é consideravelmente mais implacável que as anteriores, mesmo nos momentos em que aparentam serem calmos, ou seja, são urros cruéis expelidos de forma incansável por Mark Poida.

 

    A sétima é The Oracles Of Existence e nesta, os caras elevam sua raiva a patamares incomuns e o tom disforme da composição serve para que isso se amplifique gerando um caos urrado e praticamente sem fim, que é acalmado próximo ao seu final, porém, isso apenas ocorre para que ressurja novamente na canção seguinte, a dilacerante Cynical Entity em que alguns solos aparecem em meio a uma enormidade de urros guturais.

    Em Still Born Existence não sente-se modificações com relação as anteriores, ou seja, são mais alguns minutos do mais Brutal Death Metal cru e totalmente mortífero, que acaba se tornando repetitivo, mesmo sendo deveras mais pesado que as outras músicas do cd.

 

    A décima é Cyrcles Of Haruspex e se você pensava que em Still Born Existence o Aversions Crown havia atingido o seu ápice do ódio de sua crueza... enganou-se caro leitor(a) do Rock On Stage, pois, aqui eles foram muito além em uma das mais ásperas do cd, entretanto, longe de empolgar à menos que este tipo de som faça a sua cabeça. A penúltima de Xenocide é a destroçadora Misery, que não acrescenta novidade ao que ouvimos até aqui, apenas uma impiedosa avalanche de vocais urrados à enésima potência. E por fim, eles encerram com Odium, onde até dão um destaque para as guitarras, mas, elas some ante ao tamanho do som Brutal imposto em tantos urros simplesmente torturantes.

    Mesmo quem é acostumado com sonoridades extremas pode demorar para adaptar-ser ao Brutal Death Metal/DeathCore tão ríspido quanto ao praticado pelo Aversions Crown neste Xenocide. Se for o seu caso, então prepare-se para sua aniquiladora viagem de 50 horrendos minutos de um álbum conceitual, que para os admiradores de obras assim... vale que vale observar mais as letras que contam uma massacrante história de ficção científica e terror, que neste caso é sobre o personagem Erebus enfrentando Nexus, ambos da raça dos Aeons.
Nota: 7,0.
 

Por Fernando R. R. Júnior
Setembro/2020

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