Avi Rosenfeld - Very Heepy... Very Purple VII
10 Faixas - Independente - Importado - 2017

    O músico e multiinstrumentista da cidade de Jerusalém em Israel é um amante do Rock Clássico de nomes como Deep Purple, Uriah Heep, Rainbow, Dio e tantos outros renomados grupos que fizeram, fazem e sempre farão parte da história do estilo, sendo lembrado como os favoritos de gerações de fãs no mundo todo.

    Ao longo de sua carreira, ele já lançou o expressivo número de 39 álbuns ( inclusive já lançou 5 em apenas um ano ), sendo que sete deles são dedicados às suas maiores influências do Rock Clássico e este Very Heepy... Very Purple VII, contração do disco de estreia do Uriah Heep, o Very' eavy... Very'umble com o Deep Purple, que homenageia os dois lendários quintetos ingleses. Porém, nas dez faixas do cd não temos nenhum cover e sim ótimas composições próprias de Avi Rosenfeld, um verdadeiro discípulo de Ritchie Blackmore.

    Very Heepy... Very Purple VII é o trigésimo terceiro desta frutífera carreira e ele utilizou a cada música do álbum um line up de músicos diferentes, que mantiveram a qualidade de todas elas masterizadas e mixadas por Alessio Vitali. A capa do cd é da Sandara e mostra um guerreiro com uma guitarra nas mãos combatendo um enorme morcego.

    Para começar temos Walls Of Castle Black, que exibe longos e rápidos solos de guitarra em uma pegada direcionada ao Hard Rock setentista baseada nos nomes já citados passando muita energia, seja nos vocais ou na robusta parte instrumental em que sente-se que é devidamente feita com capricho, com direito a poderosos agudos da voz de Vahtango Zadiev e muitos solos de teclados Hammond feitos por Mathew Bennett. A eletricidade prossegue em ritmo de Rock'n'Roll com a empolgada Somebody Alone em que Piyush Kapoor canta de forma mais 'suja'  e contracena com os teclados - agora capitaneados por Nick Foley e George Barabas - significativamente exalando claríssimas influências do saudoso e nobre Jon Lord. A ótima voz de Gautam Tamang nos cativa em Caejars através de um ritmo épico em que percebe-se que sua inspiração foi no Rainbow, quando Dio comandou os vocais da banda e aqui Avi Rosenfeld adicionou melodias marcantes em suas linhas instrumentais, que seguem para o longe em vibrantes viagens que quantificam a potência desta composição, confirme ao sentir até onde são elevados os seus solos de sua guitarra sempre devidamente harmonizados pelos teclados Hammond, que desta vez tiveram o convidado Salvo DAddeo.

    Para a rápida Castle Knights From Edimburgh, o israelense dispara fervoroso solos de guitarra para uma 'purpleana' canção que traduz linhas excelentes para se apreciar de olhos fechados destacando os teclados tocados por Carlo Peluso e também o ótimo timbre da voz do cantor Luca Micioni, que nos proporciona calorosas variações. Detalhe, os solos de teclados combinados com a bateria ( executada por Thomas Lofholm ) e a guitarra suspendem-se até o topo e tornam esta quarta canção de Very Heepy... Very Purple VII ainda mais emblemática. Relembrando do mestre Ronnie James Dio temos a cativante Evil Clown, cujos teclados tocados por Victor Hugo Santafe Ossa só não são melhores que as vocalizações feitas por Peter Rudolf, ambos executados em um estilo medieval dotado de uma riqueza instrumental muito grande, como pode ser melhor percebido também ao se reparar nas evoluções de teclados e bateria da dupla Victor Hugo Santafe Ossa e Patrik Sviberg, respectivamente.

    Em City Gates, Avi Rosenfeld apresenta um esbelto e viajante Heavy Rock de formato pulsante em que deixa a voz de Rilvas Silva fluir livremente e nos envolver nesta ótima canção em que te recomendo uma audição apurada nos seus solos de guitarra e nos toques nos teclados, que tiveram Nick Foley ao comando, que são devidamente amparados com os eficientes repiques de bateria feitos por Alexis Breton, além também de seu término com dedilhados no violão.

    Composta de solos fascinantes na guitarra, que chama um ritmo rápido a la Rainbow, Rock In Heaven é a sétima sonzeira deste incandescente Very Heepy... Very Purple VII em que logo após ouví-la uma vez já vamos gostar de suas melodias, especialmente, os fãs de combinações das seis cordas com os teclados na cortesia de Avi Rosenfeld duelando com Victor Hugo Santafe Ossa,  e isso, sem contar as marcantes linhas dos vocais de Ray ( Blindman ). Took The Morning Train é um Blues Rock cheio de voltagem que terá uma fácil absorção por conta do nível de competência que é aplicado nos vocais de Robert Hernandez, em seu ritmo e nas 'conversas' dos teclados de Thomas Vogt com a guitarra, aliás, é impressionante como Avi Rosenfeld concede liberdade para a música, principalmente, nos solos de guitarra e como isso faz a diferença para quem está ouvindo o cd.

    Próximo ao final temos a Layla's Lover, onde são demonstrados toques orientais em um andamento Heavy Rock, que é conduzido com habilidade por Avi Rosenfeld em meio a vocais mais largados de Luca Micioni, além de uma percussão e toques de baixo, ambos proeminentes e executados por Gabriele Caroniti na mais diferenciada canção do cd em que seu Heavy Rock é quase um coadjuvante e por isso mesmo... se torna deveras interessante. Encerrando este ótimo Very Heepy.. Very Purple VII temos a veloz Tailgunner com vocais de Ivan Giannini que me lembraram Graham Bonett e um estilo Rock'n'Roll transbordando energia em um padrão voltado para o Deep Purple.

    Poderia definir este Very Heepy... Very Purple VII de Avi Rosenfeld simplesmente dizendo que se trata de uma verdadeira sonzeira setentista, mas não estaria falando a realidade deste álbum, pois, o israelense provou que é muito mais que isso ao juntar o legado de grandes nomes clássicos do Heavy Rock e moldar em novas e empolgantes composições que se destacam neste cenário globalizado, que facilitam o acesso às novidades, seja de onde forem. Quem gosta de Deep Purple, Uriah Heep, Dio e Rainbow deve conhecer o sétimo volume ( e os outros também ) de sua homenagem aos mestres e saber que o futuro do nosso amado estilo está assegurado com muita boa música vinda de lugares inesperados e não tão tradicionais como é o caso de Israel. Continue firme Avi Roselfeld mantendo a chama do Heavy Rock em queimando.
Nota: 9,5.

Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2018

 

 

 

 

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