Axel Rudi Pell - Lost XXIII
10 Faixas - Shinigami Records/SPV Steamhammer/SoundCity Records - 2022

    O genial guitarrista alemão Axel Rudi Pell da cidade de Bochum, que desde 1989 está em carreira solo e tem o excelente costume de lançar ótimos álbuns de Hard Rock e Heavy Metal disponibilizou em 2022 o seu 21º registro de estúdio nomeado como Lost XXIII, que nos trouxe dez novas composições e saiu no Brasil pela Shinigami Records em parceria com a SPV SteeamHammer e a SoundCity Records.

    Ao seu lado estão o excelente vocalista Johnny Gioeli, o baixista Volker Krawczak, o tecladista Ferdy Doernberg e a lenda da bateria Bobby Rondinelli ( ex-Rainbow, ex-Black Sabbath, ex-Quiet Riot, ex-Doro, ex-Blue Oyster Cult e outros ).

    As gravações de Lost XXIII aconteceram no Twilight Hall Studios em Grefrath na Alemanha junto a Tommy Geiger, que cuidou também da mixagem feita no Berlin Klangmanufaktur na Alemanha, sendo que ambos os processos foram realizados entre dezembro de 2021 a janeiro de 2022 e apenas os vocais capturados em Connecticut nos Estados Unidos no The Box.

     A masterização ficou por conta de Ulf Horbelt no DMS Mastering Studios em Marl na Alemanha. Já a capa de Lost XXIII é o padrão épico dos discos de Axel Rudi Pell e mostra sacerdotes/feiticeiros encapuzados em um local sombrio foi criada pelo artista Thomas Ewerhard ( Gotthard, Edguy e Sons Of Apollo ) de Düsseldorf na Alemanha.

    Coube a faixa instrumental Lost XXIII Prequel ( Intro ) e seus riffs de guitarras ambientados em um fundo épico de batalha nos teclados a abertura do cd e depois dela, logo em seguida somos expostos ao Heavy Metal inflamável e veloz presente em Survive, que aparece trazendo consigo os empolgantes vocais de Johnny Gioeli em um ritmo consistente, que exibe também um ótimo refrão, além de fervorosos e técnicos solos de guitarras feitos pelo mentor da banda Axel Rudi Pell. De uma alma Hard'n'Heavy oitentista e um estilo cadenciado, No Compromise é vigorosa, bem vocalizada e é possuidora de uma pegada pulsante em que se deseja gritar o seu refrão com Johnny Gioeli e então admirar as suas criativas linhas melodiosas extraídas por Axel Rudi Pell em sua guitarra.

    Na quarta, o baixo de Volker Krawczak fica mais proeminente mesmo durante quando os vocais e os demais instrumentos eclodem e isso dá uma gama Hard Rock a Down On The Streets, que é uma canção possuidora de muita adrenalina, que deverá funcionar muito bem ao vivo por conta de sua inspiração no Thin Lizzy, que inclusive foi admitida pelo guitarrista.

    Em Gone With The Wind temos uma balada romântica emocionante em que Johnny Gioeli arrasa em seus vocais e é daquelas que Axel Rudi Pell costuma ter em sua carreira que nos impactam imediatamente, ainda mais com os dedilhados que ele faz em sua guitarra em uma atuação brilhante dele e de toda a banda, que na hora dos solos se torna ainda mais formosa. Com a linhagem Hard'n'Heavy de volta, o guitarrista e os seus comandados encaminham agora a encorpada Freight Train, que é orientada pelos solos de guitarra e pelos teclados em uma aura 'a la' Deep Purple resultando em uma formidável composição e que é bastante envolvente.

    A rápida Follow The Beast é a sétima de Lost XXIII e aqui encontramos um Heavy Metal forjado nos versáteis vocais de Johnny Gioeli e nos incandescentes solos de Axel Rudi Pell em sua guitarra, que apreciamos imediatamente. Depois da mais encorpada música do cd, temos outra balada, que tal como a outra é belíssima e recebeu o nome de Fly With Me com Ferdy Doernberg exibindo linhas devidamente sensíveis no piano, que abrem o espaço para Johnny Gioeli cantar com muito feeling seus versos e também para os solos encantadores de Axel Rudi Pell, cujo refrão certamente fixará na memória.

    A penúltima é a instrumental The Rise Of Ankhoor, que é um atraente Heavy que demonstra como a banda reunida por Axel Rudi Pell é afiada e como os seus solos são melodicamente sensacionais e variados. No encerramento do cd, o guitarrista escolheu a sua longa faixa título, a Lost XXIII, que já nos conquista logo em seus dedilhados iniciais e na impactante forma que Johnny Gioeli começa a cantar, porque depois a música adquire um crescente marcante que lhe concede um estilo grandioso, heroico e viajante se tornando cada vez melhor e lembrando do que Ritchie Blackmore já fez com o Rainbow, onde saliento a beleza de cada um de seus solos de guitarra.

    Sem inovar e com uma fórmula que sempre funciona perfeitamente, Axel Rudi Pell entregou novamente outro excelente álbum com este Lost XXIII sabendo dosar como poucos as canções mais pesadas, as baladas, os momentos instrumentais épicos e sempre deixando o nível de todas as dez músicas lá no alto. Aliás, é um padrão estabelecido em seus discos que deixam claro porque ele é considerado um mestre da seis cordas na Alemanha e no mundo.
Nota: 9,5. 

Por Fernando R. R. Júnior
Março/2023

Site: https://www.axel-rudi-pell.de/.
Facebook: https://www.facebook.com/axelrudipellofficial/.    

 

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