Belphegor - The Devils
9 Faixas - Shinigami Records/Nuclear Blast Records - 2022

    A maligna horda austríaca da cidade de Salzburgo, que é conhecida como Belphegor desde 1991, que é praticante de um odioso e destruidor Death/Black Metal e chegou com The Devils ao seu décimo segundo disco de estúdio, que no Brasil saiu pela parceria da Shinigami Records com a Nuclear Blast Records em digipack triplo com a inlay ( contracapa para as caixas de acrílico ) e um encarte de doze páginas.

    Formado por Helmuth Lehner ( guitarra, vocais guturais e coros ), Serpeth ( baixo e backing vocals ) e David Diepold ( bateria no estúdio ), o Belphegor em The Devils nos mostra oito faixas profanas com letras em inglês e alemão, sendo que as guitarras, baixo e os vocais foram gravados por Jakob Klingbigl no Studio Mich Machine em Oberalm na Áustria e a bateria foi registrada por David Castillo no Fascination Street Studios em Estocolmo na Suécia.

    A produção, mixagem e masterização é do renomado Jens Bogren ( Kreator, Rotting Christ, At The Gates e entre outros ) e feita no seu Fascination Street Studios em Örebro na Suécia.

    Na blasfêmica capa que vemos vários demônios importunando o Cristo crucificado é uma ofensiva arte ( padrão das bandas de Black Metal ) de Seth Siro Anton, artista que trabalhou com Septic Flesh, Nile e Paradise Lost, que baseou seu desenho nos conceitos fornecidos por Helmuth Lehner.

    De curiosidade vale dizer que Christos Antoniu fez as orquestrações de Creature Of Fire e Damnation Hüllenturz, que tiveram os vocais femininos de Fany Melfi. Já a Totentanz - Dance Macabre teve suas partes faladas por Sandie "The Lilith" Jortz do Defacing God e por fim e também importante temos também Johanna Sadonis do Lucifer, que é outra voz por traz de Glorifizierung den Teufels. Sabendo de tudo isso vamos conhecer mais das músicas desta obra descrente nas linhas seguintes.

    Instantes após vozes desconexas, o Death/Black Metal do Belphegor inicia-se com a sua carregada e obscura faixa título The Devils, que é dotada de vocais tão odiosamente extremos quanto os versos de sua letra altamente repletos de blasfêmias. Depois de breves vocais agonizantes, temos a amaldiçoada Totentanz - Dance Macabre, que é esmagadoramente encorpada e violenta desabando toda sua ferocidade através de seus vocais guturais e sua insana parte instrumental. Com alguns dedilhados que começam a ganharem força, Glorifizierung den Teufels é um Black Metal de ritmo arrastado e totalmente sombrio com vocais rasgados em alemão seguindo por uma atmosfera que lhe conferem ares de Doom Metal, porém, dos mais lúgubres possíveis.

    Na quarta, que é a Damnation - Höllensturz notamos vocais rasgados e urrados duelando diante de um andamento bastante pesado e ríspido, que se teve a intenção de deixar a música tenebrosa... saiba que eles conseguiram. De poucos versos e com uma linhagem um pouco calma para os padrões do Belphegor, a sinistra e horripilante Virtus Asinaria - Prayer antecede a devastadora Kingdom Of Cold Flesh, que é um acelerado e urrado Death Metal de partes melódicas e outras mais Black Metal tornando a música cada vez mais extrema e rude.

    De vocais rasgados e urrados que levam para Ritus Incendium Diabolus um teor anda mais insano e aniquilador chegamos na sétima cria do mal deste The Devils com o Belphegor elevando consideravelmente o caos e a cólera de seu Death/Black Metal a níveis fora do normal, que somente os impuros seguidores da banda apreciarão, que poderão notar também seus flertes com o Melodic Black Metal.

    Os toques praticamente militares de Creature Of Fire em seu início parece como uma ordem de um agrupamento de forças maldosas e isso, se torna mais assustador quando aos dedilhados ouvimos seus únicos versos fechando o tracklist normal de The Devils nos gemidos de Fany Melfi e os guturais de Helmuth Lehner.

    Como música bônus, os austríacos incluíram a rápida e melódica Blackest Sabbath 1997 ( junção de Blut Sabbath e Blackest Ecstasy ), que traz em suas variações de guturais rasgados um Black Metal Tradicional à esta canção que foi originalmente gravada para o álbum Blut Sabbath de 1997 e que foi refeita em 2021 com o convidado Torturer ( ou Florian Klein ) na bateria.

       Álbuns como este The Devils do Belphegor não são indicados para ouvintes comuns... estes devem simplesmente passarem longe deste opus abominável... e somente aqueles que poderão ouvir sem dó, nem piedade e em alto volume serão apenas aquela almas cruéis e desumanas que já estão acostumados com as mais hereges e indecentes hordas do Black Metal, que fazem um som implacavelmente grosseiro e hediondo.
Nota: 7,0.
 

Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2023

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