Bleed From Within - Shrine
12 Faixas - Shinigami Records/Nuclear Blast - 2022

    Na cidade escocesa de Glasgow teve origem em 2005 a banda Bleed From Within e em poucos anos de atividades, eles estiveram ao lado de nomes como Sylosis, While She Sleeps, Soilwork, Suicide Silence, Caliban, All That Remains ( entre outros ) aproveitando a explosão do Metalcore na Europa, porém, a sua orientação é voltada ao Deathcore.

    Nestes quase já 20 anos de atividades foram seis álbuns de estúdio ( incluindo este Shrire ) e outros três EP's, contratos com Century Media e mais recentemente com a Nuclear Blast. O atual line up que é responsável por este Shrine está junto desde 2017 e lançou anteriormente os álbuns Era ( 2018 ) e Fracture ( 2020 ) e é formado por Scott Kennedy nos vocais, Craig "Goonzi" Gowans e Steve Jones nas guitarras, Dave Provan no baixo e Ali Richardson na bateria.

    Sobre a liga formada por eles, Ali Richardson comenta: "Quando o Steven se juntou à banda ( em 2017 ), saímos da rotina na qual nos encontrávamos. O processo de composição com nós cinco agora é brilhante. Steven está muito envolvido com engenharia vocal e de gravação, ele trabalha em estreita colaboração com o Kennedy e eles experimentam muito com as melodias que você ouve. Gosto de pensar em Era, Fracture e Shrine quase como uma trilogia que cobre a evolução do nosso som. Já estamos conversando sobre o próximo álbum e a direção dele, então vamos reiniciar depois disso".

    E sobre especificamente o álbum Shrine, Scott Kennedy refletiu: "Fracture foi um divisor de águas e depois disso tudo meio que fez sentido. Isto foi sempre conduzido para essa direção. O que você ouve no Shrine, saiu naturalmente. Obviamente, trabalhamos muito para refiná-lo e torná-lo o melhor álbum possível, mas tudo o que sai é muito natural e literalmente nada é forçado. É definitivamente o que está dentro de nós, saindo".

    Shrine teve suas guitarras e vocais gravados por Steve Jones no BFW HQ, já a bateria foi registrada por Adam 'Nolly' Getgood e Sebastian Sendon enquanto que a masterização é assinada por Mike Kajajian e feita no Rogue Planet Mastering. Vale dizer também que os arranjos de cordas foram compostos por Simon Dobson e executados pela Parallax Por Orcherstra ( com Will Harvey e Guy Burton nos violinos, Rick Jones na viola e Peteris Sokolovskis no cello ) e gravadas por Peter Miles no Middle Farm Studios. A sombria - mas deveras abstrata - capa é uma criação do baixista David Provan.   

    I Am Damnation abre Shrine com sonoridades estranhas e posteriormente recebemos um ritmo cru e bastante pesado, que é embasado nos toques de baixo e nas guitarras amplamente distorcidas, que favorecem aos vocais urrados de Scott Kennedy concedendo a música um estilo totalmente caótico em seu Deathcore. Em seguida, o Bleed From Within adiciona mais velocidade e torna Sovereign uma canção tão densa quanto a anterior, só que agora com os índices de violência elevados para patamares maiores, mesmo em suas partes cadenciadas destacando a participação de Waclaw "Vogg" Kiestika do Decapited.

    Então na sequência temos formosos dedilhados, porém, bastante breves e assim entra Levitate, onde o Deathcore dos escoceses alterna na partes extremas com outras melodiosas e surpreendentemente, algumas até suaves em seus vocais, porém, mesmo durante os solos de guitarras de Craig "Goonzi" Gowans e Steve Jones quem chama atenção é Dave Provan com seus fortes toques no baixo e também Ali Richardson detonou para valer na sua bateria. Para Flesh And Stone, eles promovem um terremoto sonoro rápido e visceral com algumas partes melódicas, mas, a síntese aqui é de desolação completa, como está estampado nos vocais de Scott Kennedy, que contam com a presença de Hannah Boulton nos backing vocals.

    A quinta é Invisible Enemy e novamente o seu estilo ríspido fica em evidência sendo somente quebrado em seus parcos instantes melódicos, porque de resto é baixo no talo e muita fúria devidamente incontida em seus vocais. Tentando remediar a tamanha agressividade da anterior, a instrumental Skye é um curto momento calmo para que sejamos preparados para outro Deathcore fulminante com Stand Down, cujo ódio nos vocais de Scott Kennedy é efetivamente latente e os demais por sua vez fornecem um ritmo instrumental devastador excetuando-se apenas os instantes melódicos, que se você gosta do Slipknot identificará uma semelhança com a banda americana.

    Shrine continua com Death Defined com o seu padrão Deathcore, ou seja uma nova e enorme dosagem de vocais coléricos, andamento rude e poucos pontos onde encontramos mais melodia, entretanto, é isso mesmo que os fãs esperam e desejam em um álbum como este.   

    O transtorno sônico deste cd segue firme com Shapeshifter, que aparenta ser uma das mais obtusas do cd por conta de seus muitos urros e de seu o andamento hostilizador. A impiedosa Temple Of Lunacy marca a décima composição de Shrine e a ordem foi de soar o mais brutal e insano possível na maior parte do tempo, pois, apenas o seu refrão é melódico, mas atente-se também ao fundo, onde percebemos teclados que ecoando na faixa. Se aproximando do final, os escoceses disparam a revoltada Killing Time, que não difere tanto das demais, sendo que percebemos a característica que a difere das demais é a presença dos teclados, que entram em cena vez ou outra.

    Fechando a conta é a vez de Paradise, que exibe uma nova participação de Hannah Boulton nos backing vocals e a composição começa entristecida por conta dos seus toques de piano e ganha em dramaticidade durante o seu andamento à maneira que Scott Kennedy aplica sua raiva ao cantar os seus versos resultando assim em uma canção teoricamente mais lenta, porém, como em tudo que o Bleed From Within fez neste álbum é brutal, todavia, com um complemento específico: seu estilo tenebroso.

     Mesmo com toda ira ouvida em cada uma das músicas deste álbum Shrine é importante pontuar que todos os instrumentos e vocais foram ouvidos com exatidão de forma que os admiradores de nomes do Metalcore e do Deathcore, tais como Bring Me The Horizon, Suicide Silence, Caliban, White Chapel, Carnifex entre tantos outros tem aqui um porto seguro e uma garantia que o Bleed From Within é um dos nomes que não desapontam os seus seguidores e entregou um disco simplesmente desmantelador.
Nota: 8,0.

 Por Fernando R. R. Júnior
Abril/2023


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