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Blues Pills -
Holy Moly!
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Se no primeiro disco e no seu sucessor, o aclamado Lady In Gold, o Blues Pills nos entregou dois álbuns excelentes, sendo que o último resultou também em um cd e DVD ao vivo intitulado Layd In Gold - Live In Paris de 2017, a missão de se superar no próximo lançamento aumentou consideravelmente, e só para complicar mais um pouco, o guitarrista Dorian Sorriaux decidiu deixar amigavelmente a banda e Zach Anderson deixou o baixo e pegou a guitarra, mas, eles tinham que encontrar um baixista, que acabou sendo Kristoffer Schander.
Mesmo com estas condições teoricamente adversas, a química entre os integrantes voltou a acontecer e neste terceiro registro de estúdio nomeado como Holy Moly!, o Blues Pills além de nos mostrar suas novas e vibrantes composições recrutaram o ganhador do Grammy Andrew Schelps ( Red Hot Chilli Peppers, Iggy Pop, Adele, Black Sabbath, Rival Sons e Hozier ) para a mixagem e Brian Lucey para a masterização, sendo que a produção é da própria banda. As gravações foram realizadas no Lindbacka Sounds, no Örebro Musikhogskolan Sounds ( piano ) e no Örebro Concert Hall ( guitarra e baixo ). E após cautelosas audições do disco, já cravo logo no começo desta resenha, eles conseguiram superar o anterior, cuja capa foi desenhada por Daria Hlazatova e passa uma ideia de Psicodelismo, que nos leva a diversas interpretações como por exemplo, o abraço da morte.
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Após uma procura nas "estações de rádio" é "encontrada" a magnífica Rhythm In The Blood, composição em que tanto Elin Larsson quanto os outros três fazem a melodia crescer de tal forma e tão abrangente que só pode-se dançar e perceber a música se tornar parte de você caro leitor(a), pois seja na voz, nos solos de guitarra inflamáveis, nos toques de baixo ou de bateria, o Blues Pills se supera e te conquista para valer neste verdadeiro Rockão frenético. Com ares de balada, mas centrada no Blues e no Soul, Dust é a sexta de Holy Moly! e provoca deliciosas emoções com os vocais de Elin Larsson, que lembra do timbre de Amy Winehouse e certifica um domínio excelente em cada música, onde saliento também os solos de Zack Anderson em sua guitarra, que trazem aquela atmosfera entristecida e viajante.
Novamente te chamando para dançar com seu vibrante estilo Blues Rock, os suecos exibem agora a Psicodélica Kiss My Past Goodbye, onde novamente Zack Anderson nos envia solos 'zeppelinianos' e Elin Larsson garante o encanto em sua fascinante voz, mas, senão bastasse André Kvarnströn toca com muita precisão sua bateria segurando o ritmo para a música fluir livremente. A lenta e sensibilizante Wish I'd Known é para ouvir de olhos fechados e, se possível, abraçando a sua garota deixando os ouvidos atentos para reter cada verso cantado com todo o carisma que Elin Larsson é detentora nesta música que te faz questionar se o quarteto é sueco mesmo, pois, isso meu caro leitor(a) é Blues e Soul puro e, definitivamente, de DNA norte-americano.
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Para quem pensa que o 'Rock morreu' é altamente recomendável conhecer o Blues Pills imediatamente, pois, estes suecos deixaram claro porque Holy Moly! é um dos grandes discos de 2020 ao apresentar uma mistura tão marcante de Rock'n'Roll, Blues e Soul de forma que me leva a citar e concordar com a definição da banda para ele: "Este álbum é algo pelo qual nos sentiremos orgulhosos até a nossa morte. Estas músicas veem de um período bem obscuro de nossas vidas. Muitas perdas, raiva, ansiedade, tristeza e mudanças. A gente endossa cada nota e cada letra. Este álbum foi criado na escuridão e nos guiou para a luz de novo. A gente só espera que possa confortá-los também".
Tenham certeza galera do Blues Pills, que as músicas de Holy Moly! não só confortam como também inspiram, motivam e nos fazem ter mais vontade de lutar todos os dias e procurar vencer as batalhas a que somos expostos, que neste momento, a principal é sobreviver à esta temível praga que a humanidade foi acometida. Assim sendo, não perca tempo e coloque este lançamento da Shinigami Records em parceria com a Nuclear Blast em sua coleção.
Nota: 10,0.Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2020
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