Burning Rain - Face The Music
11 Faixas - Shinigami Records/Frontiers Records - 2020

    O admirável guitarrista norte americano Doug Aldrich ( The Dead Daisies, ex-Dio, ex-Whitesnake e outras ) e o vocalista Keith St. John ( Montrose, L.A. Guns e ex-Lynch Mob ) formaram em Los Angeles na Califórnia ( E.U.A. ) o Burning Rain em 1998 após serem apresentados um ao outro por amigos em comum. Seu primeiro disco autointitulado saiu já em 1999, porém, não foi tão bem divulgado e ainda assim conquistou boas recepções na imprensa especializada e também com os fãs de Hard Rock e de Blues.

    Em 2000, após os bons resultados do debut foi lançado Pleasure To Burn e este alcançou elogios maiores, mas, graças a agenda cheia de compromissos dos membros fundadores do Burning Rain, a banda deu uma pausa forçada e só voltou a ativa mais de dez anos depois já com o terceiro álbum de estúdio, o Epic Obsession em 2013, que também contou com um caloroso respaldo seja da mídia especializada ou dos fãs. Entretanto, uma nova parada aconteceu pelos mesmos motivos de outrora: a agenda bastante ativa dos músicos.

    Assim, somente em 2019 ( lá fora e aqui em 2020 ) foi disponibilizado o quarto disco da carreira desta superbanda Burning Rain com o nome de Face The Music, que contou neste registro, além dos fundadores já citados estão na banda Brad Lang ( ex-Y&T ) no baixo e Blas Elias ( ex-Slaughter e ex-Trans Siberian Orchestra ) na bateria nos trazendo onze faixas centradas no mais puro Hard Rock setentista com certeiros toques de Blues para os amantes de Dokken, Whitesnake, Winger, Montrose, Kingdom Come, Led Zeppelin, The Dead Daisies e outros, possam saborear com gosto.

    Produzido, gravado, mixado e masterizado por Alessandro Del Vecchio e o Burning Rain na Casa Dala Studios em Sherman Oaks na Califórnia nos Estados Unidos, Face The Music teve uma remasterização feita por Maor Appelbaum ( Halford, Faith No More, Angra, The Mission, Sepultura, Fates Warning e outros ) no seu Maor Appelbaum Mastering e todas as suas letras foram escritas pela dupla Doug Aldrich e Keith St. John. A capa que mostra uma linda e loura sereia em uma noite de tempestade atraindo um barco aos sempre perigosos recifes é de Mark Leary do Asylum Seventy7.

    Forjada no melhor do Hard'n'Heavy, Revolution já empolga logo nos seus primeiros riffs de guitarra e depois caminha por um andamento pulsante graças aos vocais de Keith St. John, mas, devo destacar também os trechos em coro, sua notável base de baixo e bateria e, também, a hora em que Doug Aldrich entrega aquele solo grandioso de guitarra. Aliás, se você gostar desta primeira faixa, em seguida repare na pesada Lorelei, um Hard Rock de alma setentista que recorda do Aerosmith em seus vocais largados e que somados ao seu estilo vibrante resultam em exuberantes solos tocados por Doug Aldrich em sua guitarra até que o refrão seja repetido novamente. Depois em Nasty Hustle temos uma canção explosiva e festiva te convidando para cantar com Keith St. John e sair pulando com o seu estilo proveniente da trinca guitarra, baixo e bateria, que passa uma aura devidamente envolvente revisitando a linhagem do Hard Rock oitentista, especialmente em seus incandescentes solos de guitarra.

    Para Midnight Train, a quarta de Face The Music, o Burning Rain nos enviou uma composição cativante e de ritmo e vocais marcantes te convocando para interagir com eles. Além disso, se você aprecia o que Doug Aldrich fez na guitarra quando esteve no Whitesnake ou no Dio, se ligue nos solos que são executados nesta faixa e na sua parte final, que está totalmente com pitadas de Blues.

    Com ares viajantes, dedilhados, uma forte pegada 'Bluesística' e até um pouco de Country, Shelter te conquistará já em sua primeira audição e não apenas pelos vocais de Keith St. John, mas também pelo coro dos demais em seu poderoso refrão e por fim, a forma como o quarteto eletrifica a música, na cortesia do 'guitar hero' Doug Aldrich com seus exuberantes solos. Se a anterior já pode e deve ser considerada como uma das melhores do cd, a faixa título entrará facilmente nesta lista, pois, se trata de um Hard Rock animado e bem anos 70, que faz Face The Music se tornar daquelas que o desejo de se cantar com eles é desperto imediatamente e recomendo uma percepção maior em sua letra bastante positiva.

    Mais fortificada, Beatiful Road é um Hard Rock contagiante, é vocalizado com destreza por Keith St. John e é dotado de uma garra enorme em seu andamento a la Whitesnake, que nos apresenta também mais solos formidáveis de Doug Aldrich e também uma atuação impecável de Blas Elias com seus distintos toques em seu kit de bateria.

     A oitava do cd é um Blues consideravelmente fascinante em que você sente a necessidade de agitar com o Burning Rain e deixar sua melodia fluir por suas células, mas, depois Hit and Run se transforma em um Hard Rock repleto de adrenalina, solos e vocais impactantes, enfim, uma sonzeira. Para If It's Love, os flertes com o Blues estão de novo em evidência e o seu andamento orientado pelos toques de bateria feitos por Blas Elias unidos ao discreto teclado Hammond dão a tônica para Keith St. John vocalizar seus versos e conduzir junto a Doug Aldrich o prazer que temos ao ouvir sua linhagem Hard Rock, que culmina em um longo e esbelto solo de guitarra e termina com o seu refrão reaparecendo para dinamizar o grau  que sentimos nesta música.

    A penúltima de Face The Music é Hideaway e nesta, o quarteto nos colocou diante de uma canção inflamável já logo nos seus riffs iniciais, que chegam juntos aos vocais e uma pegada de baixo e de bateria intensa na cortesia de Brad Lang e Blas Elias, respectivamente, que fazem deste Hard Rock cheio de suingue também de capturar com facilidade. E repare bem caro leitor(a) do Rock On Stage e me fale se não temos aqui uma linhagem a la The Rolling Stones. Para encerrar Since I've Been Loving You ( que apesar do nome não é uma versão para a canção do Led Zeppelin III ) e Blas Elias dispara um solo de primeira em sua bateria, que traz um ritmo infectante calcado no Blues e no Hard Rock, cujos vocais providos por Keith St. John passam muito 'feeling' e uma dose alta de malícia e, por fim, Doug Aldrich nos encanta com os solos feitos em sua guitarra conduzindo a canção à um final 'zeppeliniano'.

    Face The Music é um disco tão bom que não se percebe os seus quase 50 minutos passarem e o sentimento que fica é de quero mais, assim sendo, recoloque para rodar este imponente lançamento da Shinigami Records em parceria com a Frontiers Records no país, pois, o Burning Rain está literalmente faiscando em suas onze criações e fará a alegria dos fãs de um Hard Rock repleto de voltagem. Que a próxima incursão em estúdio do quarteto não demore muito tempo, afinal, nem preciso mencionar o potencial dos envolvidos para nos entregarem outra leva de grandes músicas como estas, ou preciso?
Nota: 10,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Junho/2021

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