Carl Sentance - Electric Eye
10 Faixas - Shinigami Records/Drakkar Entertainment/Valhall Music - 2022

    Carl Sentance, o atual vocalista do Nazareth lançou em 2022 o seu segundo disco solo nomeado como Electric Eye. Sua carreira começou lá nos anos 80 como vocalista do Persian Risk e contou com passagens pelo Geezer Butler Band e pelo Krokus. Carl Sentance também esteve no Power Project ( superbanda com Jeff Pilson do Dokken, Dio e Foreigner; Carlos Cavazo do Quiet Riot e Ratt e Vinny Appice do Black Sabbath e Dio ), já com o tecladista do Deep Purple, Don Airey, ele esteve no álbum A Light In The Sky de 2008 e no One Of a Kind de 2018 ( leia resenha ).

    Seu primeiro disco solo data de 2008 e chama-se Mind Doltor e desde 2015, o inglês de Lough Borough está com a banda escocesa Nazareth substituindo o lendário e saudoso Dan McCafferty gravando com eles os álbuns Tattooed My Brain de 2018 e Surviving The Law de 2022. Neste Electric Eye, Carl Sentance, que faz os vocais e guitarras contou com Bob Richards ( Asia, Adrian Smith e AC/DC ) na bateria, Wayne Banks ( Robin Gibb, Brazen Abbot, Blaze Bayley e Persian Risk ) no baixo e Don Airey ( Deep Purple ) nos teclados. A produção é de Carl Sentance enquanto que a mixagem e a masterização do disco é de Yan Rouiller e a capa que mostra metade do rosto do cantor e um trovão logo abaixo do logotipo de seu nome e do disco é de Karim König.

    É com a pura energia do Hard Rock que Judas abre Electric Eye e traz a vibrante voz de Carl Sentance em uma pegada setentista com as atualizações de nossos dias e também devo salientar os ótimos solos de guitarra notados em seu decorrer. Depois é a vez de Alright, que contém a primeira participação de Don Airey nos teclados em uma faixa pulsante e possuidora de um ótimo refrão melodioso que fica na memória, porém, menos veloz que a primeira. Em seguida temos Electric Eye, a emblemática canção que intitula o álbum com um andamento envolvente e que captura facilmente o ouvinte através de suas linhas altamente inflamáveis, onde Carl Sentance vocaliza com muito carisma e sola sua guitarra com muita precisão culminando em um final incandescente e fascinante.

    A rápida Overload possui um estilo Hard Rock cativante e traz o convidado Jay Banks na guitarra junto a Carl Sentance e o resultado é uma música impactante, que vamos apreciar logo na sua primeira audição, confirme reparando na sua potente rifflerama a la Deep Purple que é garantida com a competente base feita por Bob Richards na bateria e Wayne Banks no baixo. Para a quinta de Electric Eye, Carl Sentance exibe agora uma balada Hard Rock intitulada com Nervous Breakdown, que traz novamente Don Airey e nesta ele aplica um curto, porém, excelente solo de teclado durante o seu ritmo cheio de suingue nos vocais e nos animados riffs de guitarra feitos por Jay Banks. E lembre-se seu refrão é altamente infectante e será rapidamente cravado na memória.

    Em Exile, temos uma composição notadamente mais pesada e cadenciada, onde a forma que Carl Sentance a canta favorece para que os longos solos de guitarra feitos pelo convidado Dario Mollo do Crossbones possam fluir livremente e, além dos vocais, enalteço também a cozinha de Bob Richards e Wayne Banks nesta música convidativa para viajar em suas linhas instrumentais, cujo final é magnífico e vale uma atenção em sua letra nesta que é a melhor de Electric Eye até este ponto.

    A mais lenta Young Beggars possui um esbelto riff melodioso que conduz a voz de Carl Sentance em uma formosa canção de um estilo emocionado e atraente, que no momento em que chega a hora de seus solos de guitarra percebemos os teclados de Don Airey evidenciando e fazendo o fundo certeiro para eles; além disso devo salientar também o seu refrão, que também será memorizado prontamente. Contando novamente com Jay Banks na guitarra, a divertida If This Is Heaven é um Rock'n'Roll pesado e consideravelmente marcante, que tornaremos fãs instantaneamente, onde mais uma vez Carl Sentance canta com muita destreza e muita voltagem a cada um de seus versos, tanto que esta desperta aquela vontade de dar um replay, porém, no meu caso esperarei o disco acabar para fazer isso.

    A penúltima é a Battlecry e notamos empolgadas linhas cheias de eletricidade e um padrão Hard Rock contemporâneo devidamente bem agradável com vocalizações repletas de feeling. No encerramento de Electric Eye, Carl Sentance escolheu a festiva, ardorosa e voltada ao Hard Rock e Blues nomeado como California Queen, que tece um convite para dançar e para rodar o álbum mais uma vez do começo ao fim em outra participação - esta até que discreta - de Don Airey.

    Para quem ouviu Carl Sentance no Nazareh, gostou da sua voz e desejava ver o seu potencial liberado em um álbum solo, neste Electric Eye ( que no Brasil saiu pela Shinigami Records em parceria com a Drakkar Entertainment e a Valhall Music ), o vocalista canta e toca sua guitarra com toda a tranquilidade nos colocando diante de dez ótimas e entusiasmadas composições canções devidamente eletrificadas.
Nota: 9,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2023

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