Chickenfoot - Best + Live
25 - Faixas Cd Duplo - Shinigami Records 2017

    Em 2008 recebemos o anúncio da fundação do supergrupo Chickenfoot com o boa praça e sempre muito animado vocalista Sammy Hagar ( ex-Van Halen ) ao lado do genial guitarrista Joe Satriani, do amigo de longa data Michael Anthony ( ex-Van Halen ) e do habilidoso baterista Chad Smith ( do Red Hot Chilli Peppers ) com a ideia de realizarem algumas Jams em clubes para se divertirem, porém, com toda a capacidade musical acumulada em anos de estrada e sucesso de cada um era praticamente certeza, que isso se tornaria um álbum de estúdio com composições próprias dos envolvidos. O primeiro registro de ficou logo pronto em junho de 2009 e vendeu mais de 1 milhão de cópias sendo platina triplo nos Estados Unidos e alcançou o Gold Impala Award por registrar várias de suas música no Top 10 europeu.

    O sucessor foi chamado de III saiu em setembro de 2011 e também foi outro estrondoso sucesso, entretanto, a agenda agitada destes célebres músicos impediu novos álbuns e por cinco longos anos não tivemos mais nenhuma música ou disco do Chickenfoot. Em maio de 2016, eles se reuniram para mais dois shows - deveras esperados - no Clube Harrah no Lago Tahoe executando o seu set completo e a nova composição, a Divine Termination, que foi escrita por Sammy Hagar em um voo para Cabo Wabo, onde ele mantém um bar.

    Neste álbum duplo lançado no Brasil pela Shinigami Records encontramos esta nova canção, as melhores de seus dois cd´s, alguns clássicos do Rock na interpretação do Chickenfoot e o show realizado no Dodge Theater em Phoenix no Arizona ( Estados Unidos ) no dia 23 de setembro de 2009, cuja gravação foi de Jay Vicari e a mixagem do lendário Mike Fraser ( Van Halen, AC/DC, Aerosmith, Metallica, Joe Satriani, The Cult e outros ). Estas músicas ao vivo estão disponíveis pela primeira vez em cd, sendo que anteriormente só eram encontradas no DVD/Blu Ray Get Your Buzz On Live e vamos aos seus detalhes.

    Na abertura deste Best+Live temos a contagiante Divine Termination, um Hard Rock de pegada vintage, que é vocalizado com destreza por Sammy Hagar e possuidor de riffs fabulosos de Joe Satriani através de um andamento encorpado e de média velocidade. Do álbum de estreia do Chickenfoot estão cinco faixas e a primeira é a empolgante Soap On A Hope, que é um Hard Rock cheio de energia, que contém solos pesados de Joe Satriani, uma grande quantidade de toques fortificados do baterista Chad Smith e os vocais inflamados de Sammy Hagar, que transformam esta canção em algo memorável e que gosta-se imediatamente. Com dedilhados animados, Sexy Little Thing é um 'Rockão' de primeira, cujo refrão será cravado na memória e sua parte instrumental é simplesmente fabulosa e deliciosa de se curtir, nesta canção que nasceu para ser tocada ao vivo e que vai crescendo e aumentando seu poder de provocar um grande prazer ao ouví-la.

    Possuidora de ares festivos e também de momentos para que participemos de sua execução nos shows, Oh Yeah é um Hard Rock onde a harmonia entre os vocais, baixo, guitarra e bateria funcionam realizando uma fusão perfeita. Entretanto, quando o Chickenfoot deixa a música fluir é que sentimos o poder deste quatro grandes nomes do Rock, confira e me fale. Mais robusta e com ares atuais ( para 2009, ano que eles estrearam com a banda ) Get It Up é a quinta de Best+Live em seu primeiro cd, sendo que seus vocais em coro e os solos magistrais de Joe Satriani são os seus maiores destaques, junto claro com as linhas de baixo de Michael Anthony e a bateria de Chad Smith. Para Future In The Past, o quarteto relembra de uma linda e sensível balada Hard, que é vocalizada com emoção por Sammy Hagar através de dedilhados marcantes de Joe Satriani, que em seu decorrer ganha mais 'swing' e peso, além de algumas viagens instrumentais ( e de vocais ) esbanjando categoria, que colocam esta canção em algo a ser descrito como uma 'delícia sonora'.

    A partir desta sétima faixa até a décima segunda de Best+Live, o supergrupo relembra do seu segundo álbum de estúdio, que foi curiosamente nomeado como III e Big Foot é uma canção pulsante, com estilo festivo orientada pelos solos de guitarra de Joe Satriani e com o jeito despojado de Sammy Hagar cantar seus versos, onde recomendo você caro leitor(a) se atentar para os toques e viradas de Chad Smith na sua bateria. Na acústica Different Devil, que trouxe o renomado Mike Keneally nos teclados e órgão, o Chickenfoot apresentou uma balada Hard Rock aos dedilhados feita para se cantar com eles e sentir suas emoções em um crescente positivo. 'Reeletrificando' novamente temos Lighten Up com uma pegada pesada e envolvente, que te conquistará logo na sua primeira audição, especialmente, quem aprecia os solos de guitarra com uma roupagem setentista, que terminam um final suntuoso e majestoso.

    Chad Smith puxa na bateria o ritmo que pouco depois recebe os toques de baixo feitos com precisão por Michael Anthony e a vibração dos solos de Joe Satriani na guitarra, que preparam o caminho para Sammy Hagar cantar Dubai Blues, outro Hard Rock infectante conduzido com maestria pelo Chickenfoot. Com uma atmosfera Blues Something Going Wrong é bastante emblemática e destaca os vocais de Sammy Hagar, que estão sempre cheios de 'feeling' e também os soberbos solos de Joe Satriani, que passam uma sensação de liberdade. As primeiras faixas ao vivo encerram este primeiro cd e a versão para Highway Star do Deep Purple feita pelo Chickenfoot é altamente inflamável e forjada com as tradições do quinteto inglês e aqui conta com uma execução incrível. Imagino as reações provocadas na galera e valorizo como Sammy Hagar a cantou bem.

    Continuando com as homenagens, o quarteto mostra a sua versão para Bad Motor Scooter do Montrose, a primeira banda de Sammy Hagar, que mergulhou em um Blues elétrico, onde Joe Satriani solta fagulhas de sua guitarra até que sua face Hard Rock chegue e capture a todos me levando a cravar aqui: Ouça o Montrose, pois é pura sonzeira. E como o Chickenfoot alongou esta Bad Motor Scooter com solos de bateria e guitarra, ela ficou ainda mais incendiária. No término deste primeiro cd, o super quarteto apresenta a matadora My Generation do The Who em uma versão pesadaça para quebrar tudo com direito a improvisos impactantes, que deixaram o público presente extasiado e com trechos do hino americano, The Star Spangled Banner, capitaneado por Joe Satriani e cantado pelo também patriota Sammy Hagar.

    Com a euforia dos fãs estampada em seus muitos 'heys' e um solo robusto de Joe Satriani, Avenida Revolution abre o segundo cd deste Best+Live com o quarteto sincronizado tal como um relógio, confirme reparando por exemplo na atuação de Chad Smith na bateria e Michael Anthony no baixo. Logo depois deste começo fulminante, o Chickenfoot suaviza um pouco com Sexy Little Thing, que ao vivo ficou tão divertida e provocante quanto no estúdio. Com Sammy Hagar anunciando a próxima, que é a fascinante Soap On A Rope, o astral do show é mantido lá no alto, além de evidenciar sua exuberante parte instrumental com prolongamentos repletos de adrenalina, mas, também pudera, com os nomes envolvidos seria daí para mais.

    My Kinda Girl prossegue em um clima mais Hard Rock Tradicional evidenciado os solos do incontestável Joe Satriani, que logo depois eleva o peso de sua guitarra com a cadenciada Down The Drain dotada evoluções marcantes na bateria de Chad Smith, onde podemos perceber Michael Anthony no baixo junto a Joe Satriani na guitarra exponenciando o grau desta canção, que graças aos seus prolongamentos transforma-se em um Rock'n'Roll incrível. Sammy Hagar comenta da próxima música e no violão Bitten By The Wolf traz aquela mistura de Blues Rural ao show do Chickenfoot, que emociona e acalora consideravelmente em um grande momento do show. Veteranos que são... eles mexem com a plateia antes da execução de Oh Yeah, que conforme já imaginava ficou melhor ao vivo e contou com viagens instrumentais maiores.

    Para acalmar um pouco, Learning To Fall desfila suas emoções com Sammy Hagar se dedicando à canção, que contém solos maravilhosos e viajantes na guitarra, que são executados com a devida nobreza por Joe Satriani. Se em estúdio Get It Up chamou a atenção por conta da atuação de Chad Smith na bateria, ao vivo é para colocar o cara entre os melhores bateristas do mundo, assim como.... adivinha quem... dica... ele toca guitarra... e também Sammy Hagar como o grande frontman que é ao comandar a vibração dos fãs e no decorrer da música temos trechos de Immigrant Song do Led Zeppelin com direito a um prolongamento, que faz a diferença em um show.

    Já próximo do final do show eles continuam fervendo com Turning Left, um Hard Rock cativante que é direcionado pelos riffs de guitarras, que viajam longe; pelo jeito descontraído de Sammy Hagar cantar seus versos e claro... pela técnica sentida no baixo e bateria, que fornecem a base para Joe Satriani produzir solos alucinantes, aliás, nesta todos eles fazem isso, até que o vocalista apresente a banda. Com muitos agradecimentos, Sammy Hagar avisa que a última do show ( e também deste Best+Live ) é a estrondosa Future In The Past, que se torna mais saborosa de se ouvir ao vivo, por conta da participação dos fãs e dos improvisos transbordando técnica que o supergrupo aplicou.

    Se por um acaso você caro leitor(a) não tenha acompanhado a trajetória ( hein?!?!? como assim... ) em seus dois discos de estúdio nesta desconexa existência do Chickenfoot este Best+Live sintetiza as melhores de seus álbuns, mostra o potencial de algumas delas ao vivo e aponta o caminho de seu possível terceiro disco ( Ahhh... e após ouvir o segundo cd fico pensando como seria espetacular um show deles no Brasil ). Em suma, Best+Live é mais um lançamento altamente recomendável.
Nota: 10,0.

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Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2017

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