Climatic Terra - Entity
11 Faixas - Independente - 2013

    O Climatic Terra é uma banda argentina formada na capital hermana Buenos Aires em 2004, e assim como acontece com as bandas brasileiras, eles levaram vários anos batalhando no cenário underground do Death/Thrash Metal até que em 2010 conseguiram lançar seu debut cd, com o título de Pollution de forma independente, que levou o quinteto a dividir o palco com nomes como o The Agonist, Carcass e o Obituary, além de shows ao lados dos brasileiros do Distraught, Krisiun, Necropsya, SatisFire e Sacrário. E com a boa aceitação do primeiro trabalho, o segundo não tardou muito para ser lançado, tanto que em 2013, James Wright nos vocais, Ezequiel Catalano e Frederico Rodríguez nas guitarras, Herna Martiarena na bateria e Leonardo Báez no baixo registraram Entity no Absolute Studio, onde foram realizadas as gravações e mixagem.

    E o Climatic Terra expressa nas onze composições de Entity as suas preocupações com a destruição do meio ambiente em ácidas críticas à humanidade, que pensa somente em dinheiro e não com o futuro do planeta. É muito bom que uma banda lembre desses problemas, porém eles os exibem com muita fúria comparada apenas à nomes com Arch Enemy, Soilwork, Slayer, ou seja, só galera da pesada mesmo. A capa é assinada por Pedro Sciammarella e o encarte torna-se um miniposter como se fosse um porão cheio de coisas jogadas. 

    Indignation abre o cd sem introdução e com muita violência em um Death Metal voraz e cadenciado, cheio de urros e com a parte instrumental muito bem colocada para sustentar este ambiente devastador. A seguinte é a truculenta An Unforgiving God, cujos urros são proferidos em uma sequencia muito forte na bateria de Hernan Martiarena, que dita a linha cadenciada do petardo, mesmo quando Ezequiel Catalno e Frederico Rodriguez solam suas guitarras. Mais acelerada que as duas primeiras, Traffic apresenta uma ótima evolução dos solos de guitarras, que recebe a cavernosa voz de James Wright e aí mostra sua pegada mais cadenciada, porém, muito técnica. Com as guitarras de Ezequiel Catalano e Frederico Rodriguez se evidenciando significativamente junto aos pesados toques de bateria feitos por Hernan Martiarena, To Be Heard é urrada com uma ira imensa por James Wright, cravadas em meio a ótimas evoluções instrumentais de muita habilidade.

    Em What Could Have Been, o Climatic Terra preparou uma canção que está muito bem embasada na condução dos guitarristas, que deixam os pontos acertados para que o vocalista dispare seus versos irados neste caótico ambiente, que torna esta uma das melhores do cd. Como um trovão My Sanity entra com todo o peso denso e cadenciado, que se tornou uma marca do Climatic Terra neste cd, ou seja, bateria e guitarras exibindo toques fortificados em meio a vocais totalmente tétricos e urrados. Para The Socialist um início cheio de repiques na bateria que se ligam a uma boa evolução de guitarras, pavimentando assim, a linha que o vocalista destilará seus enraivecidos rugidos a cada um de seus versos, aliás, o baterista Hernan Martiarena soca seu kit com tanta vontade, que é o destaque da música.

    Aplicando uma dose maior de riffs de guitarras com uma certa velocidade e um índice de peso descomunal na bateria, Blood Walk Way marca a oitava e crua faixa de Entity, que pelo seu ritmo é para quebrar tudo em uma roda. E as linhas raivosas e primais do quinteto prosseguem com We Are Not Dead, que está lotada de urros, tem sua bateria tocada com uma pegada totalmente caótica e guitarras matadoras, enfim, uma canção extrema praticamente tribal.

    No Forgiveness termina Entity da mesma forma que começou: pesado, cadenciado e brutal a cada um dos seus minutos com o vocalista usando seus guturais como se estivesse sofrendo uma tortura. De bônus, existe uma faixa não relacionada no tracklist oficial do cd ( cujo título parece que é End Of Darkness ), que continua com a fúria extrema que ouvimos nas anteriores embora com mais trechos  voltados ao Thrash Metal, pois, o que encontramos são vocais agonizantes em um ritmo cadenciado e com muito peso de bateria.

    Para quem aprecia álbuns de bandas extremas, cruas, que não se importe com o excesso de vocais guturais, como In Flames, Lamb Of God e Nuclear Assault então este trabalho do Climatic Terra é o que você está esperando. Os hermanos também sabem fazer Metal Extremo de qualidade.... eles não agitam tanto nos shows à toa.
Nota: 8,5.

Sites: www.climaticterra.com.ar, www.facebook.com/climaticterra
e www.youtube.com/user/ClimaticTerra.

Por Fernando R. R. Júnior
Setembro/2014

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