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Esta capa já fornece a dimensão da sonoridade contida Existence Is Futile, que é um dos mais obscuros e macabros álbuns já feitos pelo Cradle Of Filth, cujo line up responsável foi o seguinte: o citado Dani Filth nos vocais, Richard Shaw e Marek "Ashok" Smerda nas guitarras, Daniel Firth no baixo, Martin "Marthus" Skaroupka na bateria teclados e orquestrações e também a Annabelle Iratni nos vocais femininos, teclados, orquestrações e lira.
Para temática de Existence Is Futile, nós encontramos as visões de Dani Filth para o inevitável o fim da vida na Terra e que segundo ele, a pandemia não estava nessas visões, conforme sua longa declaração a respeito: "O álbum é sobre existencialismo, angústia existencial e medo do desconhecido. O conceito não foi criado pela pandemia. Já tínhamos escrito tudo antes do início, mas a pandemia é a ponta do iceberg no que diz respeito ao andamento do mundo, entendeu? Acho que o título "Existence Is Futile" [ A existência é fútil ], parece um pouco mórbido. Mas, de novo, é mais sobre reconhecer isto e dizer que tudo é permitido porque nada realmente importa, o que imita a máxima de Aleister Crowley. Todos nós sabemos que vamos morrer, então devemos aproveitar a vida enquanto a temos. A última faixa do álbum 'Us, Dark, Invincible' realmente enfatiza isso. Além disso, a arte deste álbum foi feita pelo visionário letão Arthur Berzinsh, que também fez a arte dos dois últimos álbuns, e ele é extremamente bonito, mas também apocalíptico".
Assim sendo, saibamos mais sobre as doze faixas de Existence Is Futile, que aqui no Brasil saiu pela Shinigami Records em parceria com a Nuclear Blast. Como o esperado em um álbum extremo como este, a instrumental The Fate Of The World On Our Shoulders abre Existence Is Futile com orquestrações exibindo uma tensão notadamente maldosa para que o Black Metal Sinfônico do Cradle Of Filth estoure de vez com Existencial Terror, onde somos submetidos aos vocais rasgados e raivosos de Dani Filth junto as robustas linhas instrumentais feitas pelos demais músicos, sendo que elas são percebidas durante os solos guitarras e também no grande apelo sinfônico, que trazem as muitas variações de andamento que caracterizam e aumentam a potência da música.
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Existence Is Futile prossegue com os vocais de Annabelle Iratni no princípio da oitava função do cd, que é a tétrica The Dying Of The Embers, outra composição de muitas alterações em seu ritmo, que a tornam bastante intrigante, principalmente, depois que Dani Filth assume o controle da música com seus vocais rasgados. A terceira instrumental do álbum traz um aspecto triste nos seus toques de piano e teclados, sendo que Ashen Mortiality ganha tons muito bem orquestrados para conceder em uma tomada de ar aos ouvintes até que How Many Tears To Nurture A Rose? ecloda com o seu colérico Black Metal Sinfônico de vocais rasgados, que trazem a sua atmosfera caótica de momentos Melódicos, trechos viajantes e de solos de guitarras voltados ao Heavy Metal Tradicional.
A penúltima começa com vocais falados de Doug Bradley ( o ator que deu vida ao Pinhead da franquia de filmes Hellraiser ) e depois exibe um ritmo poderoso, que excluindo as suas partes Melódicas é totalmente devastadora fazendo de Suffer Our Dominion ser bastante interessante e dotada de uma letra que serve de um alerta para o que ligeira destruição da natureza feita pela humanidade está provocando e poderá causar nos próximos anos, exageros de Dani Filth? Não... a discussão é válida e importante, pois, enquanto raça humana precisamos discutir com seriedade e tentar frear o quanto antes o iminente fim - ou redução em grandes proporções - das condições de vida na Terra.
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Embora nos momentos mais tenebrosos da nossas vidas, nós até possamos pensar de forma igual a Dani Filth... que a existência humana na terra seja fútil e o fim de tudo está logo ali, discordo de Dani Filth e ainda que saiba que a cada dia se torne mais difícil ainda reverter os estragos, acredito que se as decisões corretas forem tomadas por cada um de nós, independente de classe social, credo e país... ainda há tempo de parar o colapso do planeta e da humanidade. Entretanto, concordo com ele que devemos aproveitar nossos dias de nossa vida ao máximo.
Assim sendo, a verdade é que devemos ouvir esta insana obra de Black Metal Sinfônico chamada Existence Is Futile como um real alerta e viver superando todos os desafios de nosso cotidiano destes tempos lamentáveis, se considerarmos as guerras, as pandemias, todas as besteiras feitas pelos governantes e também pela raça humana em geral.
Nota: 8,0.
Por Fernando R. R. Júnior
Março/2023
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