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Cynic
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Ascension Codes
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Para substituir Sean Malone, Paul Masvidal disse "nem tente" e o baixo em Ascension Codes foi executado no sintetizador do tecladista Dave Mackay, sendo que o guitarrista e vocalista falou sobre isso: "Eu sabia que nunca poderia substituir Malone. Se espera que qualquer um que eu encontrasse deveria tocar como ele, e isso não é justo com o novo músico."
Ascension Codes foi mixado por Warren Riker ( que trabalhou com o Cynic no disco Traced In Air de 2008 e que mixou a trilogia acústica solo de Paul Masvidal ) e masterizado por Andrew Mendelson. A capa é de Martina Hoffmann e possui o nome de The Landing e suas imagens mostram praias que foram inspiradas após a sua passagem pela costa da Bretanha na França após as mortes de seu parceiro de longa data Robert Venosa ( que trabalhou com o Cynic entre 1993 e 2008 ) e de sua mãe. No seu desenho vemos uma nave mãe feita de luz e carne pairando sobre a paisagem praiana e Paul Masvidal disse sobre a artista Martina Hoffmann: "Seu espírito e talentos multidimensionais são verdadeiramente um presente para este mundo. Eu sinto que ela é uma das grandes vozes artísticas de nossa época".
Dito tudo isso, vamos agora imergir nas dezoito faixas de Ascension Codes rumo ao universo musical desconhecido presente no álbum que marca a guinada profunda do Cynic ao Rock Progressivo.
A viagem começa com a curta e quase instrumental Mu-54* ornamentando o caminho para The Winged Ones, essa com uma atuação marcante do baterista Matt Lynch e do tecladista Dave Mackay nos conduzindo à outra dimensão, sendo que recomendo sentir suas exuberantes climatizações instrumentais de olhos fechados como se estivesse atravessando o cosmo a bordo da nave da capa de Ascension Codes, sendo que em alguns momentos sentimos inclusive uma tensão nas melodias, como se a viagem enfrentasse algumas dificuldades também.
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Ascension Codes continua com DA'z-a86.4, que parece uma marcação de tempo para que Aurora chegue exibindo um aroma pacífico nesta décima terceira composição em que Paul Masvidal canta com muita emoção os seus versos, que contém uma formosa e impactante sequencia de viagens na sua parte instrumental. E antes de uma canção elaborada como a anterior, o Cynic optou por mais um interlúdio instrumental, este agora chamado de DU-*61.714285, que parecem coordenadas espaciais com a ideia de mandar sua mente para longe e resgatá-la quando a magnitude da imersão Progressiva chegar como acontece no momento em que In A Multiverse Where Atoms Sing entra em nossos ouvidos criando neste caso uma grandiosa viagem de aromas positivos.
E isto necessita percorrer o próximo interlúdio, que recebeu o título de A'jha108, que parece como as demais nomes e planetas e então nos transporta para Diamond Light Body, a penúltima de Ascension Codes e que o lado Heavy Metal do Prog Metal do Cynic fica em evidência sendo habilmente alternado com outros trechos bastante viajantes e culminando em um clímax deveras animador, que é finalizado de forma serena em Ec-ka72.
Se Paul Masvidal decidir que este é efetivamente o último disco do Cynic em virtude das lastimáveis perdas de seus amigos e colocar um fim à banda ( tomara que não faça isso... ), ele fez isso com um brilhante álbum nas mãos, que deverá ser apreciado por todos os fãs de Rock Progressivo que estejam preparados para 49 minutos de viagens únicas e incríveis por linhas impressionantes e que acompanharão o ouvinte para outro plano astral. Se você se identificou com a proposta do Cynic neste Ascension Codes caro leitor(a) do Rock On Stage, então se surpreenda neste lançamento da Shinigami Records no Brasil.
Nota: 10,0.Por Fernando R. R. Júnior
Junho/2022
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