Na abertura do cd temos a
sua faixa título, a Black Laden Crown, que começa com solos melódicos,
porém, nefastos, um sinistro andamento cadenciado nas
batidas de Johnny Kelly ( ex-Type O Negative ), que seguem carregando uma
aura lamuriante nos vocais em seu decorrer, que apresenta trechos mais pesados e até um
tanto Rock'n'Roll. Em Eyes Ripping Fire ouvimos um ritmo arrastado em suas
primeiras notas, que pouco depois dá lugar a um estilo mais agressivo nos
vocais de Glenn Danzig, que demonstram uma certa insatisfação, onde destaco
os seus solos de guitarras dele e do 'fiel escudeiro' Tommy Victor. A terceira é Devil On My Hwy 9 e ele nos mostra
um 'Rockão' pesado, mais cru e direto, que conquistará seus fãs facilmente,
inclusive nos solos eletrificados de guitarras, que nesta faixa contam com Joey Castillo
do Queens Of The Stone Age na bateria.
Com um ar introspectivo e uma linhagem mais distante em seus vocais, Last Ride continua
Black Laden Crown e durante o crescente que esta música nos apresenta...
sentimos seu peso ser elevado em uma pegada meio que Southern Rock, onde
claramente notamos que a ideia foi de seu ritmo ser orientado pelos solos de
guitarras, que estão repletos de distorção. Pertencente ao time das canções
mais intimistas e indignadas, The Witching Hour conta com Johnny Kelly
novamente na bateria apenas ambientando o andamento largado e de
vocalizações que recebem mais força de Glenn Danzig, onde novamente
recomendo uma atenção aos solos de guitarras, que estão bastante cativantes.
Para But A Nightmare, os solos estão mais vigorosos e mesmo em uma canção
mais densa e de poderosos vocais, eles se sobressaem e nos
envolvendo entre os toques pesados de bateria, que foram executados por Dirk
Verbeuren ( ex-Soilwork e atual Megadeth ). Interessante de se mencionar
nesta sexta canção do cd também é como o Danzig faz a música caminhar para
um Heavy Metal. Dotada de um ritmo cadenciado de ares
sombrios de bateria, Skulls & Daisies prossegue Black Laden Crown
e mesmo
sendo neste formato próprio, todo soturno, também é possuidora de elementos para te
intrigar e deixar curioso em sua audição para qual lado vai seguir.
A raivosa Blackness Falss, que prefere atravessar um percurso denso e
obscurecido, marca uma nova participação de Joey Castillo no cd, sendo que
este estilo
fica evidente nos vocais de Glenn Danzig, que assim como nas demais
faixas demonstram sua habilidade e são devidamente 'do mal'. Em tempo, ouvidos atentos
aos efervescentes solos de guitarras de Glenn Danzig e Tommy Victor,
que tornam a música um Rock Heavy dos que gostamos imediatamente. No fim
de Black Laden Crown, o mentor da banda nos mostra a Pull The Sun
com a
presença de Karl Rocket na bateria e também um formato um tanto que lento,
mas voltado ao Heavy Metal, cujas vocalizações estão mais agudas e bastante
emblemáticas no padrão que exige o som de um álbum do Danzig.
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Disponibilizado em digipack pela
Shinigami Records no Brasil, porém, sem encarte com letras e informações,
o que para os fãs mais antigos é uma pena, pois, apreciamos ler e ver seus
detalhes,
Black Laden Crown deixa claro que Glenn Danzig continua
habilmente a criar álbuns com as tonalidades marcantes de sua carreira e que
entretêm com qualidade o ouvinte em um ambiente denso nos vocais, na maioria
das vezes arrastado, flertes com o Rock'n'Roll e o Heavy Metal,
porém, sempre repleto de inúmeros solos de guitarras
caprichados. Audição recomendada seja em dias felizes ou nos que sentimos
mais raiva por algum motivo, e sendo uma ou outra situação, a certeza é que
sairemos de energia revigorada.
Nota: 9,0.
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Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2018
