|
|
O set desta parte da A.Band.On.Tour é aberto com Woman From Tokyo de forma direta já nos repiques certeiros dos pratos de Ian Paice, que são prontamente acompanhados pela entrada dos demais músicos até que Ian Gillan cante empolgadamente seus versos em uma belíssima versão deste clássico do álbum Who Do We Think We Are de 1973 em que saliento também a atuação de Jon Lord nos teclados nas partes leves da música encerrando em uma atmosfera Rock'n'Roll fabulosa. Ian Gillan agradece aos fãs e comenta da primeira música e anuncia a segunda, a pulsante Ted The Mechanic e neste começo de século, então aos 56 anos, a sua voz estava poderosa no padrão que o garantiu a alcunha de Silver Voice e quem abusa dos solos neste música do Purpendicular de 1996 é Steve Morse ante ao ritmo envolvente assegurado na base de Roger Glover no baixo e Ian Paice na bateria, que juntos são a mais impressionante cozinha do Rock.
Comunicativo, Ian Gillan agradece os aplausos e fala sobre Mary Long, a seguinte do show que é outra que foi registrada no Who Do We Think We Are e sua aura Hard Rock setentista captura facilmente o ouvinte, que se conecta de vez na música quando temos Steve Morse chamando a nossa atenção com a intensidade de seus solos de guitarra, que após Ian Gillan cantar a segunda parte de seus versos recebemos os improvisos mais Blues para finalizá-la. Para a quarta do set, o vocalista informa que a música é do espetacular Machine Head de 1972 e assim que Lazy começa temos Jon Lord fazendo a sua magia nos teclados em sua introdução até que Ian Paice o siga nos pratos - e os fãs nas palmas - enquanto que em instantes posteriores, Steve Morse percorra o braço de sua guitarra nos solos iniciais chegando naquele maravilhoso andamento conhecido por todos determinando o ponto para Ian Gillan cantar seus versos e tocar sua gaita terminando a composição em linhas voltadas ao Blues.
|
|
A oitava é pertencente ao Fireball, sendo que na versão de Fools desta noite no Win Entertainment Centre, o Deep Purple lhe concedeu um aspecto mais introspectivo no órgão Hammond de Jon Lord até que o seu peso estoure capitaneado pela voz de Ian Gillan. Entretanto, não posso deixar de mencionar as viagens feitas por Jon Lord e Steve Morse em seus instrumentos configurando mais um magnífico duelo dos dois enquanto que Ian Paice segura o ritmo da música em sua bateria, que é de uma beleza sem igual e que deve ser saboreada com muita atenção.
Depois de comentar da anterior e ganhar seus aplausos, Ian Gillan deixa os holofotes mirarem novamente para Jon Lord, que faz o reluzente solo de teclados atravessando formosas melodias e se unindo ao épico início do clássico Perfect Strangers, que intitula o álbum de 1984 e neste dia em Wollongong teve mais uma exibição de gala com inclusive sons do naipe de metais para abrilhantá-la ainda mais. Fechando o primeiro cd, mas não o show, o quinteto anuncia por meio de seu vocalista Hey Cisco, outra do Purpendicular que já era bonita no estúdio e ao vivo com os solos de Steve Morse combinados aos toques feitos por Jon Lord em seus teclados se tornou esplendida. E lógico... o Deep Purple improvisou bastante durante os solos de Steve Morse e Jon Lord do jeito que nos acostumaram a curtir e que sempre ficamos deslumbrado por mais vezes que já tenhamos visto ou ouvido os ingleses ao vivo.
No segundo cd, Ian Gillan anuncia a When The Blind Man Cries, que foi "Lado B" do single de Never Before de 1971 ( mas foi gravada durante as sessões do Machine Head ) e que já começa com um teclado dramático e com Steve Morse nos enviando seus garbosos harmônicos para que o vocalista pouco depois nos emocione ao cantar seus versos. Em canções como esta em que os solos são favorecidos pelo seu ritmo lento, Jon Lord e Steve Morse só não nos fascinam mais que a interpretação de Ian Gillan de sua letra.
|
|
Os fãs reagiram com insistentes gritos e aplausos conclamando que o Deep Purple se reestabelecesse no palco para o bis, que acontece com Hush, música registrada no Shades Of Deep Purple de 1968 levando todo o seu suingue à todos os presentes no Win Entertainment Centre e também à uma nova participação do trio de mulheres nos backing vocals e também de Jimmy Barnes nos vocais com Ian Gillan, bem como à outra sessão de improvisos executados pelo inigualável Jon Lord nos seus teclados. A última do cd e do show possui também todo o seu padrão com viagens que lhe são características antes de Ian Gillan cantar seus versos com toda a potência de sua voz acompanhado novamente por Jimmy Barnes, estou falando da estonteante Highway Star do Machine Head em que o Deep Purple transcende os limites e sabemos porque sua sonzeira é absolutamente magnífica.
Costumo dizer que quando estamos em um show vemos a história acontecer diante de nossos olhos e ouvidos sendo parte das sensações que são despertadas com as músicas que presenciamos e foi isso que os presentes no Win Entertainment Centre assistiram nesta inesquecível data com este incrível apresentação do Deep Purple que agora é compartilhada com todos nós através soberbo disco Live In Wollongong 2001. Nem é preciso dizer que estamos diante de um item de colecionador em que agradeço ao Deep Purple e à Shinigami Records por trazer até nós.
Nota:10,0.Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2021