Destruction - Thrash Anthems II
12 Faixas - Shinigami Records - 2017

    Com quase quatro décadas de história, peso avassalador, velocidade, riffs monstruosos, fúria e muitos serviços prestados ao Thrash Metal, o Destruction é um dos mais importantes nomes do estilo e um dos quatro pilares fundamentais do Big Four alemão ao lado do Sodom, Kreator e Tankard. Além dos excelentes e matadores álbuns lançados ao longo de sua carreira, o Destruction disponibilizou em 2007 o disco Thrash Anthems, onde regravou vários de seus imortais clássicos e em 2017, o segundo volume nomeado sugestivamente como Thrash Anthems II, que surgiu quando Schmier ( vocais e baixo ) Mike ( guitarra ), e Vaaver ( bateria ) convocaram os fãs através da plataforma Pledge Music para viabilizarem o projeto. Entretanto, o disco ficou tão bom que foi estendido a todos com a versão da Nuclear Blast, que aqui no Brasil saiu pela Shinigami Records.

    Thrash Antems II foi gravado e mixado no Little Creek Studios na Suíça com produção da banda junto a V. O. "Otti" Pulver ( que está no Pänzer com o baixista Schmier ) e também com o mestre Jacob Hansen. A capa teve os cuidados de Gyula Havancjak, onde vemos os músicos da banda em um cenário apocalíptico com referências aos álbuns homenageados em meio a chamas e no encarte, além das letras, temos fotos, depoimentos, as formações responsáveis pelas músicas inclusas e a que discos eles pertencem.

    A primeira pedrada é a Confused Mind do Eternal Devastation de 1986, que chega aos dedilhados e depois inflama-se em um Thrash Metal rápido e esmagador em que é impossível não ser contagiado com tamanha adrenalina exposta pelo trio, que é vocalizada de forma intensa por Schmier. Do EP Sentenced Of Death de 1984 foi escolhida a dilacerante ( e clássica ) Black Mass, um Thrash vigoroso em que os solos de guitarra feitos por Mike ditaram ( e ditam até hoje ) o caminho da canção, que é vocalizada com toda a crueza por Schmier liberando seu rolo compressor sonoro cravado pelos alemães em um ritmo frenético. Sem diminuir o peso e muito menos a rapidez, Front Beast do Cracked Brain de 1990 vem para cima desferindo suas pancadas sonoras, que são executadas com a tradicional precisão germânica nos convidando para abrir uma roda.

   O melhor de nomes como o Destruction é que eles não param de fulminar nossos ouvidos por nada e Dissastified Existence - gravada no Release From Agony de 1987 - sentimos isso acontecer a cada eletrizante solo de guitarra tocado por Mike e também na fervorosa cozinha de Vaaver e Schmier, sendo que este último canta com uma fúria simplesmente insana. United By Hatred - gravada originalmente no Eternal Devastation - traz solos mais Heavy Metal, que seguem por linhas cadenciadas, cujas letras narram sobre as batalhas entre os romanos e os alemães através de acelerações marcantes na junção instrumental com os vocais, que nos fazem desejar socar o ar e ir para a roda novamente. Sem pestanejar, o Destruction nos expõe a The Ritual do Infernal Overkill, que é datada de 1985 com suas massacrantes linhas Thrash, que são obtidas na guitarra de Mike e na bateria de Vaaver em vocais ásperos, que trazem uma letra blasfêmica em que recomendo uma atenção especial aos solos de guitarra.

    Outra do Infernal Overkill e com a mesma temática é a Black Death, que após uma sequencia inicial devastadora segue por um ritmo caótico e rápido, pronto para aniquilar com grande cólera nossos ouvidos através de variações ótimas para se curtir, especialmente, em suas execuções ao vivo, que já tiver o prazer de conferir algumas vezes.

    Fechando a trinca do Infernal Overkill temos a crua e cadenciada Antichrist de letra também profana, que em seu decorrer recebe um andamento célere, que é dotado de uma voltagem imensa e incansável feita pelo Destruction. Para Confound Games do Eternal Devastation entendemos a capacidade dos alemães em criar canções demolidoras, que elevaram ao longo dos anos a banda ao status de lenda, pois, a ideia foi de não deixar pedra sobre pedra em uma execução perfeita.

    Ao retonar ao Cracked Brain, os alemães enviam uma música cadenciada com a Rippin' You Off Blind, que se torna um incontrolável Thrash encorpado, que amplia seus domínios a cada evolução dos solos de guitarra e dos toques na bateria do jeito que apreciamos, onde facilmente seu refrão berrado nesta versão por Schmier voltará a sua memória. A última do tracklist normal aparece após gritos agonizantes e percorre a linhagem exterminadora do Destruction, pois, Satan's Vengeance do Release From Agony pode ser comparada a uma metralhadora .50 em ação ao disparar suas poderosas notas por todos os lados e em velocidade terminal. Como bônus temos a versão do trio para Holiday In Camboja dos Punks do The Dead Kennedys, que ficou obviamente mais raivosa e mais pesada, porém, manteve suas origens.

    Como temos só clássicos matadores dos álbuns dos anos 80 do Destruction... dizer que Thrash Anthems II é um disco excelente e cativante o tempo todo é quase que uma redundância, pois, o fã já sabe disso há décadas, porém, a 'joia da coroa' aqui é poder conferir a produção mais limpa que nos anos 80 e o poder de fogo deste line up ao regravá-las. Enfim, um tributo ao melhor do Destruction feito pelo próprio Destruction, que ainda serve para muitos garotos novos descobrirem porque o trio é um dos melhores e mais renomados do Thrash Metal Teutônico.
Nota: 9,5.

Por Fernando R. R. Júnior
Setembro/2018

 

 

 

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