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Algumas partes do baixo e os vocais de David Ellefson foram gravados por Kristian Kohle no Kohle Keller Studio em Seeheim-Jugenhein na Alemanha e antes de comentar sobre as músicas lembro que a capa de To Hell and Back é de Fábio Timpanaro, que fez uma sombria e ótima arte totalmente adequada à sonoridade que ouviremos.
De um princípio relativamente melancólico e entristecido nos dedilhados que ouvimos no violão, o voraz e apocalíptico Death Metal do Dieth começa com a sua faixa título, a To Hell and Back, onde Guilherme Miranda vocifera com uma imensa cólera os seus versos deixando os guturais dominarem a música, que possui uma base Thrash pesadíssima e muito bem conduzida por David Ellefson e Michał Łysejko.
A brutalidade continua com a cadenciada Don't Get Mad... Get Even!, que mesmo com toda a sua rispidez, que está presente em seus vocais ( que tem David Ellefson atuando nos backing vocals ) podemos notar uma marcante base instrumental enaltecida pelos riffs de guitarra e pela proeminente cozinha do Dieth ( nesta música conseguimos imaginar um show, a entrada em uma roda e participação berrando seu título com o trio socando o ar ). Na terceira, o trio apresentou um início perturbador, que descamba na avassaladora Wicked Disdain em que encontramos um Death Metal cheio de ódio com solos dilacerantes, vocais urrados e todo o caos que permeia uma canção assim ( vide como Michał Łysejko espanca sua bateria ), que conta com dedilhados pesados e certeiros feitos por David Ellefson em seu baixo na sua parte final.
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Mas calma, essa incursão foi apenas na sexta canção, porque logo depois Guilherme Miranda reassume o comando e envia o Death Metal devastador e colérico contido em Dead Inside, onde seus vocais guturais estão alicerçados por uma encorpada base de baixo e de guitarra produzindo ritmos cadenciados e que são deveras criativos em suas evoluções direcionadas ao Thrash Metal. Acelerando e adicionando uma considerável dosagem de ira, o Dieth nos colocou diante de The Mark Of Cain com os vocais urrados de Guilherme Miranda exalando toda a sua incontável fúria, que também está expressa nos solos de guitarras, nas pancadas na bateria e nos toques de baixo conquistando assim os ouvintes.
Até este ponto não comentei muito do baterista Michał Łysejko, todavia, ouvindo o cd percebe-se como ele é técnico e preciso ao tocar sua bateria e em In The Hall Of The Hanging Serpents constatamos como a sua presença é imprescindível para o Dieth, que mais uma vez acertou seus fãs em cheio com outro Death Metal matador, rude e impiedoso. A última de To Hell and Back é a instrumental Severance, que é mais calma, chega aos dedilhados que são desafiados pelas pancadas robustas de Michał Łysejko em sua bateria e eles seguem somente por essas linhas até o seu final de certa forma nos ajudando a relaxar após as canções devidamente demolidoras que ouvimos anteriormente.
To Hell and Back - que no Brasil saiu pela parceria da Shinigami Records com a Napalm Records - é um álbum que não fica limitado aos ditames tradicionais de um disco de Death/Thrash Metal e que reparamos como cada membro do Dieth teve a liberdade de criar suas partes e uni-las com as dos demais resultando em músicas bastante pesadas sim, porém, sempre muito interessantes de ouví-las. Em suma, temos uma ótima estreia deste três experientes músicos, que abandonaram tudo de ruim que aconteceu no passado e estão centrados no novo capítulo de suas vidas, sendo que já faço votos para que nos brindem com mais canções como estas fortes, intensas e eletrizantes dez composições.
Nota: 9,0.Por Fernando R. R. Júnior
Fevereiro/2024
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