Electric Earth - Touching The Void
14 Faixas - Tryss music - 2011 - Importado

    O Electric Earth é uma banda originada na Suécia, mais precisamente na cidade de Trollhättan e hoje conta com os seguintes membros: Peter Gottlieb nos vocais e guitarra, Tommy Scalisi na guitarra e backing vocals, Lyris M. Karlsson no baixo e "Draken" na bateria. O quarteto lançou seu terceiro cd Touching The Void em 2011, com produção de Jona Beijer, gravações e mixagem realizadas por Martin Klem no M15 Sonics, enquanto a masterização é um trabalho de Valle Adzic no Studio Deadline.

    As principais veias musicais do Electric Earth são o Hard Rock e o Heavy Metal influenciado por bandas como KISS, Black Sabbath, Stone Temple Pilots, Soundgarden e Led Zeppelin. Posso dizer que este Touching The Void é um álbum que marca a superação do quarteto, pois em 2009, o vocalista Peter Gottieb perdeu sua esposa após dois anos de luta contra o câncer. O cd que está em digipack exibe em sua capa a banda no palco pronta para iniciar um show, bem na filosofia que pregamos aqui no site, ou seja 'Rock On Stage', dito isso vamos às músicas.

    Amplification sentimos influências do movimento Grunge americano com o Hard Rock em uma linha pesada e muito bem cantada por Peter Gottieb de uma forma que cativa o ouvinte. Preste atenção nos solos de guitarras marcantes que essa primeira música possui. Black Butterfly é mais rápida, possui uma grande energia e nos mostra também as 'paradinhas' típicas de um Hard Rock, mas com um fundo de guitarra, baixo e bateria muito bem preenchidos para Peter Gottieb soltar sua voz para assim, o quarteto sueco nos ganhar no refrão, e mais uma vez os solos de guitarras merecem um destaque. Collision With A Sun exibe uma roupagem mais pesada, um pouco mais lenta e muito emocionante, especialmente na parte de voz e teclados ( com a participação de Martin Klem ), que recebe instantes depois a quantidade de peso necessária para transformar esta terceira faixa em uma balada Heavy, e assim a tornar certamente um dos pontos fortes do cd, tanto que dá vontade de acompanhar a letra.

    Intermission exibe algumas distorções e efeitos que mais parecem maquinário futurista que fazem a transposição para a pesada Free Fall, que com um andamento cadenciado e um pouco caótico, exibe elementos mais pesados que são vistos com uma certa frequência nas bandas deste Século XXI. Em Sugartooth, essa linha dos dias atuais prossegue no som do Electric Earth, ou seja, temos as guitarras mais distorcidas e pesadas, muito peso também na bateria, além de vocais um pouco mais agressivos, que não soam ruins, muito pelo contrário, é um caminho muito seguido e diferente do que se faziam nos anos 70, mas que trazem uma grande musicalidade à banda.

    Em Harvest Time os suecos atacam com um peso que lembra o Black Sabbath nos tempos do álbum Sabotage ( repare como no inicio, a parte instrumental buscou sua inspiração em Sympton Of The Universe ), mas esse peso é amenizado pelo vocalista assim que começa a cantar. Depois é hora de acalmar um pouco, bem apenas no começo de Judge Me, pois a música vira um rockão dos mais interessantes do cd com a guitarra, baixo e bateria em uma fusão perfeita, onde os solos de guitarras estão brilhantes e a letra é de fácil assimilação.

    O Electric Earth gravou Touching The Void de uma forma tão intensa que não se percebe a troca de faixa e isso aconteceu novamente em No Sleep, a nona do cd, que exibe uma maciça dose de solos de guitarras com bastante distorções, baixo muito bem postado e a bateria exibindo muitos de repiques, isso sem mencionar os vocais de Peter Gottlieb que te convidam para realizar os backings com a banda.

    O solo de guitarra presente traz a animada melodia de Need This Time traçando o caminho para o quarteto seguir uma certa quantia de peso, muito bem vocalizada, muitos toques nos pratos em um puro clima de festa, e afirmo, esta é uma verdadeira sonzeira de primeira tem uma mistura de som dos Seventies com o The Cult, o que a torna melhor ainda. Em seguida Bird Of Phoenix entra exatamente onde a última parou em uma sincronia perfeita que traz uma intensidade sonora única e nos faz sentir gratificado ao ouvir este cd, pois a sensação que passa é como se estivéssemos curtindo um show ao vivo. E detalhe, com o refrão e um ritmo envolvente que vão te pegar facilmente.

    É... o Electric Earth deixou as melhores para o final e em Skinstretch as guitarras comandam o som trazendo peso de uma forma frenética e incansável com a cozinha da banda ( baixo e bateria ) ligada aos guitarristas como se todos fossem um só. A faixa título, Touching The Void, é a seguinte e depois do grandioso solo inicial, o vocalista Peter Gottlieb canta com muito feeling e prova com as variações de ritmo, porque esta pode ser considerada um ponto forte do cd. Encerrando com maestria este vigoroso trabalho, temos a balada Worries na voz e piano, mas sem esquecer da guitarra, baixo e bateria,  e essa combinação, traz o clima mais dramático do Hard Rock.

    Com certeza o Rock On Stage é um dos primeiros sites brasileiros a publicar uma resenha do Electric Earth, e caro leitor(a), você sempre lê e ouve dizer que não temos mais bandas que sejam capazes de nos surpreender, não é mesmo? Bem este quarteto sueco conseguiu e muito.

    A sensação ao ouvir o disco é o que disse acima: de um álbum gravado ao vivo e dotado de faixas que funcionarão melhores ainda quando forem executadas nos palcos. Deu para sentir que os membros do Electric Earth colocaram mesmo seus corações em cada uma das catorze composições de Touching The Void. Te recomendo conhecer e ter este cd o quanto antes em sua coleção.
Nota: 9,5.

Site: www.electricearth1.com

 

Por Fernando R. R. Júnior
Agosto/2011

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