Equilibrium - Armageddon
 11 Faixas - Shinigami Records - 2016

        O Equilibrium teve sua fundação em 2001 para um único show apenas, porém, a aceitação dos público foi tamanha que acabou resultando em um demo em 2003 e no álbum de estreia da banda, o Turis Fratyr, que foi lançado em 2005. Neste período, algumas mudanças na formação aconteceram, mas nada que comprometesse o Metal Épico misturado a Folk e Black Metal do quinteto, que durante as gravações do álbum Armageddon era formado por Robert "Robse" Dahn nos vocais, Dom R. Crey e René Berthiaume nas guitarras, Hati na bateria e Makki no baixo. Armageddon é o quinto álbum de estúdio do Equilibrium e sua composição e letras  ficaram à cargo de René Berthiaume refletindo os acontecimentos mundiais atuais.

    Os processos de gravação e mixagem foram realizados por René Berthiaume em 2015 e 2016 enquanto que a masterização é do competente Maor Appelbaum no seu Maor Appelbaum Mastering em Los Angeles/Califórnia nos Estados Unidos. A elaborada capa e cheia de detalhes é do artista Skadi Rosehurst, que já trabalhou para o Equilibrium nos últimos cd´s e antes de comentar as músicas, faço um registro à uma curiosidade... a maioria delas está cantada em alemão.

    E é com os acordes épicos e com versos falados em alemão no texto do cientista Albert Eisten na voz de Marlin Wick, que Sehnsucht abre com sua harmonia positiva e mais sinfônica este Armageddon, que segue ainda neste idioma em Erwachen, só que agora com os vocais encorpados de Robert "Robse" Dahn que estão praticamente urrados, de certa forma contrastando com o clima medieval deveras melódico proposto pelo Equilibrium se tornando bastante cativantes com breves dedilhados do baixista Makki e um ritmo mais pesado, porém, excelente. Na sequencia temos as melodias singulares de Katharsis, que começam teoricamente calmas até se alternarem com linhas mais cadenciadas, onde destaco os solos de guitarras de Dom R. Crey e René Berthiaume, além seu pomposo ritmo repleto de vocais mais agressivos.

    Detentora de um ritmo melodioso envolvente, que recebem as flautas de Christoph Wellm, Robert Leuschner, Martin Hahn e Sebastian Fauth em meio a vocais menos urrados, a quarta faixa de Armageddon Heimat apresenta uma jeito mais próximo a um Gothic Rock sendo bem saborosa de se apreciar e conta com mais uma outra convidada, Jenny Böhm nos vocais femininos alimentando ainda mais a vibração da canção. A primeira e uma das únicas com versos em inglês é a mais épica e agressiva até aqui, pois, Born To Be Epic conta com algumas viradas de efeitos diferentes, que combinaram com essa linhagem medieval do quinteto. A furiosa Zum Horizont percorre os trilhos do Power Metal com vocais urrados, porém, daqueles que são possuidores de variações interessantes em seu decorrer deixando a canção mais intrigante e levando o ouvinte para dentro de seu universo, inclusive, produzindo uma vontade de dançar em seus trechos mais voltados ao Folk.

     De começo mais tranquilo e com uma bela melodia também mais Folk, Rise Again recebe suas doses de velocidade e de vocais coléricos em inglês à maneira que seus minutos passam com alterações em suas climatizações bastante divertidas, mas que não deixam de evidenciar o estilo raivoso do quinteto.    

    Os solos de guitarras mais cadenciados traçam o destino em que Prey seguirá para nos conduzir ante aos vocais urrados de Robert "Robse" Dahn na terceira e última faixa de versos em inglês, que é bastante pesada. Com ares glamorosos em seu princípio e versos em alemão Helden é a nona música de Armageddon e suas características mais épicas ganham forma e se fortalecem ao passar de seus minutos em interessantes evoluções instrumentais, além de vocais urrados e modificações de ritmo que são gostosas de se apreciar.   

    O interlúdio voltado ao Gothic Metal chamado Koyaaniskatsi conta com a voz de Hans-Jörg Karrenbrock lendo o texto de Stefan Hertrich em uma ótima harmonia mais tranquila e pomposa, graças aos teclados tocados por René Berthiaume e aos demais músicos da banda em seus respectivos instrumentos. No final de Armageddon temos o início melancólico de Eternal Destination, que torna-se mais robusto e com vocais raivosos em um andamento cinematográfico, porém, cadenciado, que se conectam aos trechos falados de Charly em uma virada mais viajante, que é implodida em seu final, notadamente mais destruidor em uma letra que critica a humanidade e o que esta faz com o Planeta Terra.

    A mistura de elementos de seu Folk Metal/Epic Metal, vocais urrados, letras na sua maioria em alemão e um andamento por vezes instigante fazem deste Armageddon um álbum a ser diluído em várias sessões de audição e uma oportunidade concedida pela Shinigami Records de conhecer uma inspirada banda germânica que não é de Thrash Metal ou Power Metal como é o caso do Equilibrium.
Nota: 9,0.

Sites: www.equilibrium-metal.net ou www.facebook.com/equilibrium

Por Fernando R. R. Júnior
Março/2017

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