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Ex Deo - The
Immortal Wars
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Estas batalhas épicas que Maurizio Iacono ( vocais ), Jean-François Dagenais e Stephane Barbe ( guitarras ), Dano Apekian ( baixo ) e Oli Beaudoin ( bateria ) escolheram como temática deste cd relatam algumas partes sobre o confronto de dois dos maiores generais de todos os tempos: Aníbal, que levou suas tropas até a Península Itálica e próximo ao coração do Império Romano e o general Cipião Africano, que derrotou Aníbal na Batalha de Zama atacando o inimigo com sua própria e maior arma, seus elefantes de guerra. Inclusive, recomendo uma leitura neste link do Wikipedia para mais detalhes desta batalha que reescreveu as regras da guerra e da estratégia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Zama. Na visão do vocalista Maurizio Iacono, The Immortal Wars é definido da seguinte forma: "uma extrema lição histórica mergulhada na violência resultando numa mistura brutal que irá transportá-lo de volta no tempo e fará o seu sangue ferver, nenhum detalhe foi poupado".
Na capa de Eliran Kantor ( Testament, Hatebreed, Sodom Iced Earth, Soulfly e Kataklysm ) temos um guerreiro romano diante de um elefante tombado após o final da sangrenta Batalha de Zama e nos encartes temos ilustrações Surtsey Iacono ( esposa do vocalista ) da Ocvlta Designs. As gravações de The Immortal Wars aconteceram no JFD Studio em Dallas/Texas nos Estados Unidos e no Pirate Studios em Quebec/Montreal no Canadá com a produção do guitarrista Jean-François Dagenais e do baterista Oli Beaudoin enquanto que os processos de mixagem e masterização foram realizados no Fascination Street Studios em Örebro na Suécia com o renomado Jens Bogren ( que trabalhou com Angra, Opeth, Amon Amarth, Paradise Lost, Pain Of Salvation, Kreator, entre muitos outros ).
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Mais densa e consideravelmente pesada, Hispania Siege Of Saguntum marca a segunda do cd com vocais ainda mais raivosos em uma base por vezes destruidora e em poucos outros momentos mais épicos, através de um andamento em sua maior parte cadenciado de uma forma cativante, porém, sempre furiosa e que termina em uma melodia mais dramática, nesta canção onde é retratado o cerco a Sagunto em 219 a.C. em que Aníbal ataca um reduto romano para conquistar mercenários. Para Crossing Of The Apls, o Ex Deo produziu um clima em que imaginamos os elefantes de guerra de Anibal atravessando os Alpes ( foram 37 no total ) até a eclosão de outra violenta composição, que chega com um ritmo carregado em que tanto os vocais urrados quanto os instrumentos são impiedosos, com destaque aos solos melódicos de Jean-François Dagenais e Stephane Barbe em suas guitarras, que por sua vez resultam num ritmo pulsante convocando o ouvinte a socar o ar a cada batida mais forte do baterista Oli Beaudoin, além de sentir o clima de trilha sonora de filme naquele momento emocionante em que uma batalha acontece.
A instrumental Suavetaurillia ( Intermezzo ) com as belas orquestrações feitas por Clemmens Wijers ou Ardek ( tecladista do Carach Angren ) conferem ares cinematográficos e comoventes a The Immortal Wars através de suas orientações de fundo árabe até se unirem na devastadora e sanguinária Cato Major: Cathago Delenda Est!, que é detentora de um estilo cadenciado em seu Death Metal Melódico sendo excelente para sacudir o pescoço enquanto ouve-se o marcante vocal de Maurizio Iacono e o andamento instrumental devidamente poderoso e envolvente. O estilo de guerra é tamanho que sente-se a necessidade de desembainhar sua espada e também lutar... seja para se defender ou conquistar as posições inimigas ( depende de qual dos dois generais você simpatizou mais ).
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Somente pelo contexto histórico, já recomendo a audição e a leitura das letras para um mergulho maior no conceito de The Immortal Wars, porém, com a forma eficiente, brutal, feroz e empolgante empregada pelo Ex Deo a cada faixa, levam esta álbum lançado pela Shinigami Records no Brasil a um resultado que posso classificar como imperativo e fundamental para os amantes das sonoridades extremas em que a alquimia entre o Metal e a linhagem Sinfônica aconteceram perfeitamente com uma produção esplêndida, sendo que tudo efetuado de forma a despertar a curiosidade em conhecer detalhadamente os personagens, as conquistas e as estratégias utilizadas em cada combate analisando as vitórias e as derrotas de cada um dos lados que travaram esta longa guerra.
Nota: 9,0.Por Fernando R. R. Júnior
Outubro/2018
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