Graveyard - Hisingen Blues
10 Faixas - Hellion Records - 2012 

    Confesso que quando peguei o segundo cd do Graveyard, intitulado Hisingen Blues, já fiquei instigado pela ótima capa, e quando ouvi, fui surpreendido com a sonzeira contida nele e então, fui correndo olhar o ótimo encarte para ver qual o país de origem do quarteto e ao ver que seus nomes eram diferentes do que esperava, notei que não eram americanos, e sim suecos, e confirmando isso, seu line up é o seguinte: Joakim Nilsson e Joanatan Larocca-Ramm, ambos nas guitarras e vocais, Rikard Edlund no baixo e Axel Sjöberg na bateria.

    Para não deixar dúvidas verifiquei que a origem da banda foi em Gotemburgo no ano de 2006 e o som do quarteto não tem nada de Metal Extremo, Doom, Gothic Metal ou outro estilo mais costumeiro nesta terra gelada. O Graveyard bebeu ( e com muita  vontade ) da fonte do Southern Rock americano e o Rock Psicodélico dos anos 60. E essa ótima sonoridade foi concedida à banda na produção de Don Ahlsterberg no Don Pierce Studios e na masterização de Hans Olsson-Brookes e Don Ahlsterberg no Svesnka Grammofon Studio Mastering.

     Na abertura do cd já temos com Ain't Fit To Live Here o melhor estilo Rock setentista em um ritmo pesado que percebe-se influências de nomes como Led Zeppelin e Deep Purple em uma música gostosa de se ouvir. Depois temos o Blues lento e pesado de No Good, Mr. Holden e os vocais de Joakim Nilsson postam-se de maneira envolvente que te faz sentir todo o feeling cantado por ele junto à uma virtuosa parte instrumental, que caminha para um crescente muito bom mesmo.

    Na faixa título, Hisingen Blues, o Graveyard preparou uma linha mais Blues/Heavy Rock como era feito nos anos 60 por bandas como Big Brother And The Holding Company ( aquela que Janis Joplin foi vocalista ) com o baixo de Rikard Edlund elevando o grau da canção e isso, sem contar os longos e ótimos solos de guitarras e os vocais mais sujos de Joakim Nilsson. E os suecos não estão para brincadeiras, pois o andamento que embutiram em Hisingen Blues possuem viradas que são outro grande destaque desta música. Não sei se a intenção foi lembrar o Pink Floyd no título, mas a emocionante Uncomfortably Numb é um Blues mais lento que vai ganhando uma roupagem de guitarras muito boa de se ouvir que é o mais puro Heavy Rock e que jamais soa datado, pelo contrário influencia quem escuta, especialmente na hora que ouvimos os longos solos “Skynyrdianos” dos guitarristas do Graveyard, em suma, é uma sonzeira das boas que deve ser ouvida muitas vezes.

     Lembra da pegada do Jimmi Hendrix Experience? Pois é, essa é a primeira sensação que fica ao ouvir os riffs de guitarras de Joakim Nilsson e Joanatan Larocca-Ramm em Buying Truth ( Tack and Förlåt ), e tenho que mencionar também a eficiente combinação com o baixo de Rikard Edlund e a bateria de Axel Sjöberg caminham naquele 'pusta' som setentista, que faz um bem enorme curtir.

    Na instrumental Longing temos a harmonia vinda das guitarras com o órgão Hammond com a participação de Petrus Fredestad no Hammond, Erik Sjöberg Ridderström no legork e também de Nils Dahl no piano que dão um ar de “Velho Oeste" devidamente intensificados pelos assovios que ouvimos na música. E falando de referências à outras bandas, a seguinte provavelmente é uma ao Grateful Dead, pois seu título é Ungrateful Are The Dead e Petrus Fredestad continua com seu Hammond trazendo aquele som único que este órgão possui e devidamente aliado à uma sonoridade de guitarras e vocais que nos exibem mais outro grande momento de Hisingen Blues.

    Rss é um Blues/Rock mais agitado que é muito bem vocalizado por Joakim Nilsson e que traz a cozinha da banda com ótimas evoluções em meio aos solos de guitarras que são aquela sonzeira encorpada, que particularmente eu adoro ouvir, ou seja, “seventies”  puro.

    The Siren possui toques cativantes nas guitarras e vocais que te chamam para ouvir a música e sentir todo seu sentimento, mas quando Joakim Nilsson solta a voz temos um Blues de primeira que é cheio de peso, energia e eletricidade. Incluída como bônus track, Cooking Brew encerra brilhantemente Hisingen Blues, com mais doses na medida de solos devidamente edificados nas guitarras ( que seguem cada vez mais longos ), linhas bluesadas e  vocais com a quantidade certa de emoção. 

    Se o Graveyard fosse uma banda americana entenderia o porque de Hisingen Blues ser um excelente álbum mais voltado para o Southern Rock/Rock Psicodélico, pois isso está no sangue da maioria dos nascidos nas cidades americanas, mas o quarteto é sueco e nos mostra este fabuloso disco que você tem obrigação de conferir, ainda mais se for fã dos sons feitos nos finais da década de 60 e inicio dos 70 de nomes como Led Zeppelin, Jimi Hendrix Experience, Lynyrd Skynyrd, Big Brother & The Holding Company e por aí vai.
Nota: 10.

Site: http://www.myspace.com/graveyardsongs

Por Fernando R. R. Júnior
Maio/2012

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