Innvein - Timeless
8 Faixas - Independente - 2013

        E o Prog Metal floresceu também na Argentina com a formação do Innvein, banda surgida em outubro de 2012 em Buenos Aires, que conta com Eduardo Giola no baixo, Alejandro Pavone na bateria, Ignacio Rodriguez nos vocais e guitarra, Rodrigo Delucchi nos teclados, posteriormente completados por Patricio Rodriguez na guitarra e vocais guturais.

    No início, o Innvein trilhava o Prog Metal com elementos sinfônicos, mas depois quando o segundo guitarrista foi incluso, que eles partiram para os lados mais pesados do estilo. Timeless foi o resultado das gravações do que seria apenas um EP com duas músicas, mas com o decorrer das sessões de gravação, acabou tornando-se um álbum com oito faixas, que foi gravado no Absolute Studios em Buenos Aires e lançado em 2013, com capa do vocalista Ignacio Rodriguez e do tecladista Rodrigo Delucchi, que ficou um pouco sombria e devidamente progressiva.

    Blackout abre o cd com bons e rápidos riffs de guitarras, que são vocalizados com muito carisma por Ignacio Rodriguez e contam com boas evoluções de teclados, baixo e bateria e vale dizer que, inteligentemente, eles souberam colocar os holofotes em cada instrumento na hora certa. Depois, com linhas mais cadenciadas Poisoned apresenta uma envolvente canção em sua parte instrumental aliadas a vocais de muita entrega de Ignacio Rodriguez com alguns versos guturais de Patricio Rodriguez, que recebem ótimos solos de teclados feitos por Rodrigo Delucchi apresentando um crescente cada vez maior, mais pesado e muito interessante.

    E o Innvein evidencia seu lado Heavy Metal nestas três primeiras faixas, pois, com a título Timeless, eles exibiram belas melodias que são vocalizadas com muita destemor por Ignacio Rodriguez, mas sempre com ritmo e muito peso, confirmando isso, pode-se perceber também seus 'triggers' na bateria de Alejandro Pavone. Aliás, repare em seguida, quando Ignacio Rodriguez e Patricio Rodriguez chamam a música com seus solos de guitarras e na atuação do dedicado vocalista, com seus gritos agudos.

    Em Innocence Lost, o quinteto exibe um lado mais caótico, que vai aumentando até o primeiro verso mais agudo surgir, entretanto, depois a banda conduz a música de forma bastante emocionante por suas linhas cadenciadas e mais progressivas, que nos mostram também grandes evoluções na bateria. Nesta quarta faixa, podemos observar ainda mais a versatilidade de Ignacio Rodriguez nos vocais.

     Para Dead Flowers, os 'hermanos' continuam com suas linhas instrumentais intricadas, que denotam crescimento vocálico de muita categoria, sinal que a coesão da banda como um todo está muito boa, confirme prestando atenção nos solos de guitarras da dupla Ignacio Rodriguez e Patricio Rodriguez e na atuação do tecladista Rodrigo Delucchi, que ambientam o fundo feito pelo baterista Alejandro Pavone e o baixista Eduardo Giola. Aliás seu refrão pega na cabeça e te faz querer sair cantando com o vocalista.

    Com dedilhados mais sombrios recebemos a mais progressiva das faixas de Timeless, pois a instrumental Crimson Sunset deve ser ouvida de olhos fechados para que se possa sentir a viagem em seus teclados, que ao se ligarem aos solos de guitarras nos levam para a energia da épica Dust And Oblivion, cuja sequencia instrumental demonstra a capacidade do quinteto, nesta que é disparada a melhor parte do cd. Quando chega a hora de Ignacio Rodriguez cantar seus versos, com o clima criado anteriormente, temos um verdadeiro momento a la Dream Theater, que depois ganha as notáveis viradas de bateria, teclados, baixo, solos de guitarras e alguns versos guturais contrastando com o clima progressivo proposto. Porém, esta sétima faixa termina de forma mais calma, com vocais bem suaves, uma atmosfera bastante progressiva e deveras emocionante.

    Terminando o cd ouvimos um longo solo de guitarra eclodir para que sejamos levados até os empolgantes vocais de Ignacio Rodriguez em uma base realizada com muita melodia, que toma conta da música com suas linhas mais aceleradas, que praticamente remetem-se a um Power Metal, e ao caminhar para o final, o Innvein aplicou uma combinação composta de solos de teclados, de guitarras, trampo correto de bateria e baixo, além de até alguns parcos vocais guturais, que duelam com os vocais limpos e servem para tirar um pouco da viagem progressiva.

    Com as boas qualidades que forma expostas neste álbum de estreia Timeless é muito provável que o Innvein consiga uma aceitação significativa seja em sua terra natal ou no Brasil, pois souberam fundir com precisão as melodias e harmonias do Rock Progressivo com a eletricidade do Heavy Metal e se continuarem com assim, caminham a passos largos para estarem entre as grandes bandas sul-americanas.
Nota: 8,5.

Sites: www.invein.hol.es e www.facebook.com/inveinmetal.

Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2014

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