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Os resultados obtidos nesta primeira parte de gravações foram levados ao mestre Andy Sneap, que cuidou da mixagem e da masterização sendo realizada no Backstage Studio em Derbyshire na Inglaterra. Comprovando a qualidade da pedrada, Of Ghosts And Gods ganhou o prêmio Juno ( o Grammy canadense ) de 2015 como melhor álbum de Metal do ano e está envolto pela capa obscura toda preta e com detalhes acinzentados retratando a brevidade da vida humana na arte de Surtsey. Nesta resenha vamos saber porque temos em mãos um vencedor de Juno em sua categoria.
Com diálogos rápidos, que trazem o andamento pesado e inicialmente cadenciado, Of Ghosts And Gods é aberto com a destruidora Breaching The Asylium, que alterna vocais urrados com momentos acelerados tocados com primor pelo Kataklysm e convocando o ouvinte para agitar em cada um deles. Com o baterista Oli Beaudoim realizando uma sequencia nervosa no primeiro instante de The Black Sheep recebemos uma revoltada composição, que é ótima para um 'headbanging' e com uma fortificada linhagem instrumental com alterações de considerável técnica a cada trecho onde ouvi-se com clareza cada instrumento, apesar deles massacrarem tudo. Devidamente sombria e assustadora, Marching Through Graveyards te conquista por sua impactante fusão de baixo, bateria e guitarra, que antes mesmo de Maurizio Iacomo soltar seus poderosos e raivosos guturais em um ambiente denso e feroz com elevações de velocidade nos momentos corretos, que deixam claro que o Kataklysm está disposto a nos esmagar.
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Para Carrying Crosses, o Kataklysm mantém o nível de sua agressividade intacto e nos exibe uma faixa que é mais arrastada, salvo em alguns poucos trechos velozes, porém, sua condução de vocais sempre irados e a habilidade de cada músico em seus instrumentos nos deixam ligados a cada toque de baixo e bateria ou ainda em cada solo de guitarra. Shattered apresenta uma avassaladora sequencia de bateria, baixo e guitarra, sendo que e notável o peso aplicado nas quatro cordas por Stéphane Barbe, que conduzem ao ritmo feroz e cadenciado da canção de versos vociferados com cólera em cada estrofe por Maurizio Iacomo.
Em Hate Spirit recebemos uma veloz porrada em seus primeiros momentos, que se torna mais cadenciada e com muitos urros, que são ideais para se 'banguear', onde também tenho que destacar o solo do baixista Stéphane Barbe. A última antes do bônus exclusivo é a faixa The World Is A Dying Insect, que mostra uma linhagem instrumental obscura e cheia de efeitos até receber todo o seu peso, que está repleto de uma complexidade única do Kataklysm e obviamente também... dos berros violentos de seus vocais, que fazem uma crítica para a humanidade enquanto notamos modificações no seu andamento, que sempre acabam por nos surpreender por conta da habilidade aplicada.
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Outra vez a parte instrumental chama a atenção por suas linhas melódicas, como é o caso de Elevate, mas assim que os vocais de Maurizio Iacomo entram em cena, a sua raiva consome a nossa atenção, quase nos forçando a 'banguear' em sua audição. Fechando os bônus e o cd temos a explosiva Blood In Heaven com um andamento arrastado, encorpado e vocalizado com urros extremos, que chamam os exuberantes solos de J-F Degenais na guitarra e que certamente conquistou ( além de destruir os pescoços ) dos fãs sul-africanos.
Of Ghosts And Gods é indicado aos fãs de um Death Metal técnico, onde cada faixa demonstra uma competência única e uma dedicação dos músicos muito grande, sendo que realmente concordo com o prêmio obtido, pois, o Kataklysm fez sim um dos melhores discos do ano.
Nota: 9,5.Sites: www.facebook.com/kataklysm e http://kataklysm.ca/.
Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2017