Lost Society - Braindead
 9 Faixas - Shinigami Records - 2016

    Com apenas 14 anos de idade, o guitarrista finlandês da cidade de Jyväskylä Sammy Elbanna fundou o Lost Society em 2010. Em três anos ( 2013 ) foi disponibilizado o álbum de estreia Fast Loud Death, que já chamou a atenção pela Europa levando ao quarteto hoje formado pelo citado Sammy Elbana - agora só nos vocais, Mirko Lehtinen no baixo, Arttu Lesonen na guitarra e Ossi Paananen na bateria a gravarem o seu  segundo álbum com o título de Terror Hungry no ano seguinte ( 2014 ) e se apresentarem como atração de abertura do Suicidal Angels.

    E a mistura soldada com precisão de Thrash Metal e o chamado Metal Moderno rendeu ao quarteto o seu terceiro lançamento de estúdio, o álbum Braindead, que foi gravado no Sonic Pump Studios em Helsinque na Finlândia por Nino Laurenne ( que produziu Amorphis, Elvenking, Finntroll, Wintersun e outros ), Tuomas Yli-Jaskari, Miro Varjus e Mirko Lehtinen. O processo de mixagem ficou por conta de Nino Laurenne  e masterização por Svante Forsbäck no Chatmakers. A capa de Jan Meininhaus ( que já fez capas para Bolt Thrower, Sick Of It All e U.D.O. ) exibe uma garota marcada por cicatrizes com o logo da banda ensanguentada nela e alguns outros nomes escritos na parede meio que já te instiga a colocar o cd logo para rolar.

    O disco inicia com I Am The Antidote, que mostra uma pegada pesada de baixo, bateria e guitarra ( esta com solos mais melodiosos ) e vocais expelindo muita raiva em uma linha de Metal Moderno, que está muito bem explorada pelo Lost Society e vai te envolvendo naturalmente, além de também te enfeitiçar pela forma que Arttus Lesonen capricha nos solos de sua guitarra, que vão crescendo de forma cadenciada. Depois em Riot, o quarteto apresenta uma faixa mais agressiva em seus vocais e cadenciada na parte instrumental, que está conduzida com primor pela banda de modo a acertar em cheio os fãs de Rage Against The Machine pela singela personalidade dos finlandeses.

    Ao som de passos discretos e uma motosserra, ouvimos um grito aterrorizante de uma mulher ( também quem ficaria quieto ao ouvir alguém com uma motosserra se aproximando... ) e são eclodidos vários riffs de guitarra e uma acelerada sequencia de baixo e bateria na destruidora e visceral Mad Torture, que pelo jeito que foi vocalizada por Sammy Elbana e por seu nível de fúria se assemelha às pedradas do Slayer. Destaque para os elaborados solos de guitarra de Arttu Lesonen e sua cativante base instrumental, que fazem um verdadeiro convite para 'banguear'.

    Mais uma vez começando formidavelmente, a quarta de Braindead é a raivosa e cadenciada Hollow Eyes, que irá te conquistar com facilidade através de seus poderosos riffs de guitarra, que estão devidamente aliados à vocalizações furiosas e contundentes, que somadas à fortificada base de baixo e bateria, na cortesia de Mirko Lehtinen e Ossi Paananen - respectivamente - que mostram variações interessantes produzindo uma vibração maior e gradual, porém, sempre mantendo um peso inabalável.

    Para Rage My Up, o Lost Society dispara um rápido, impetuoso, totalmente cru e insano Thrash Metal, que é altamente propicio para a abertura de uma roda e sair batendo a cabeça em um ritmo que gosta-se instantaneamente e que segue até o final, que é de se quebrar tudo mesmo. A dilacerante, veloz e quase Punk Hangover Activation promove um verdadeiro e eletrizante massacre sonoro, por conta de dois motivos: é dotada de vocais coléricos e também de  uma verdadeira artilharia de guitarra, baixo e bateria. Nesta, o Lost Society se superou e cravou a mais surpreendente faixa de Braindead

    Em Only ( My ) Death Is Certain encontramos dedilhados mais calmos, que ajudam a respirar depois da esmagadora canção anterior, mas, como a proposta do quarteto é sentar bordoada e sem dó... eles se tornam mais encorpados assim que o guitarrista Arttu Lesonen nos envia notas mais poderosas e sustentando este andamento temos o baixista Mirko Lehtinen e o baterista Ossi Paananen em atuações eficazes até que Sammy Elbana apareça e despeje toda sua cólera ao cantar seus versos. Entretanto, se atente também para as variações que eles aplicaram nesta excelente sétima música de Braindead que elucida a competência da banda, pois, os caras aqui alternaram de um ritmo aniquilador para um mais melódico com uma facilidade enorme.

    O cover para P.S.T. 88 do Pantera - naturalmente uma das influências do quarteto - é a próxima e ficou no mesmo grau da original te inspirando banguear e relembrar-se da banda Texana em sua audição. Para terminar Braindead e inclusa como bônus temos Terror Hungry ( California Easy Listening Version ) com uma longa sequencia de dedilhados que exibem uma faceta mais Rock ao som do Lost Society ( diferente da original do primeiro álbum ) e sempre caminham com os atraentes solos do guitarrista Arttu Lesonen.

    Existe uma música não mencionada no tracklist bônus da versão em vinil e aqui como hidden track, a Overdose Brain, que que está ao vivo, passa uma pegada raivosa como é o costume do quarteto e serve para esclarecer como é o poder de fogo dos finlandeses no palco e também como eles são capazes de empolgar os presentes, que vibram muito em sua execução, além é claro, dos ouvintes deste cd.

    Braindead é um álbum tão bom que faz até parecer que o Lost Society é uma banda norte-americana, pois, denota várias influências de nomes como o Slayer, Lamb Of God, Pantera, Slipknot e Exodus, mas não... eles são da gelada Finlândia, uma terra com tradição no Metal e estão prontos para irem além e alçarem o sucesso por onde passarem. Acredito que iremos ouvir falar muito deste lançamento da Shinigami Records no Brasil.
Nota: 9,5.

Sites: http://lostsocietyfinland.com/, https://www.facebook.com/lostsocietyfinland/
e http://www.youtube.com/user/lostsocietyfinland.

Por Fernando R. R. Júnior
Maio/2016

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