M:Pire Of Evil - Crucified In South America
15 Faixas - Shinigami Records - 2014

    O M:Pire Of Evil é uma banda inglesa formada em 2010 quando Jeff ‘Mantas’ Dunn ( guitarra ) e Tony ‘The Demolition Man’ Dolan ( vocal e baixo ) saíram do Venom, e ambos desejavam manter a pegada pesada, mas sem as restrições que - segundo eles - existiam na sua antiga banda nos últimos anos. Desta forma, o novo trio começou os trabalhos para lançar discos com a pegada de Black/Thrash Metal, mas sem esquecer das origens NWOBHM. Inicialmente se intitularam como Prime Evil, porém, pelo fato da existência de uma banda com nome idêntico na Inglaterra foi escolhida a nova denominação de M:Pire Of Evil.

    O primeiro EP do trio foi Creatures Of The Black de 2011 e um ano depois, lançaram o álbum Hell To The Holy. No ano de 2013, eles lançaram cd Crucified e em 2014, a gravadora Shinigami Records o relançou com o título de Crucified In South America ( que foi remasterizado e com direito à algumas faixas bônus exclusivas do EP Double Jeopardy ). Completa o line up que gravou este disco, o baterista Marc “JXN” Jackson, que entrou no lugar de Antton.

        Jeff ‘Mantas’ Dunn realizou a produção, mixagem e masterização de Crucified In South America no ZFT Studios em Northumberland, sendo somente a bateria gravada no Blast Recordindgs em Newcastle por Tom Lewis. A capa e os encartes também ficaram aos cuidados de Jeff ‘Mantas’ Dunn. Neste cd, o M:Pire Of Evil optou por regravar músicas do Venom dos álbuns Temple Of Ice de 1991 ( justamente a faixa título ), Prime Evil de 1989 ( com as faixas "Parasite", "Blackened Are The Priest" e "Carnivorous" ), The Waste Lands de 1992 ( com "Black Legions", "Kissing The Beast", "Wolverine", "Crucified" e "Need To Kill" ) junto a apenas duas inéditas.

    Temples Of Ice abre este Crucified In South America em ótimos riffs de guitarra, que descambam em um veloz Heavy Metal vocalizado com muito ódio por Tony ‘The Demolition Man’ Dolan, mas recebe trechos onde fica cadenciado e também solos de baixo efervescentes, além de ótimas viradas feitas pelo baterista Marc “JXN” Jackson, que já deixam claro o caminho que será seguido neste trabalho. Depois temos Parasite, que mantém a pegada feroz nos vocais entre os frenéticos riffs do guitarrista Jeff ‘Mantas’ Dunn em um som bem direto e que te inspira a banguear com a banda. No começo da furiosa Kissing The Beast, somos expostos a um solo de guitarra excelente, que traz um andamento avassalador, seja nos coléricos vocais de Tony ‘The Demolition Man’ Dolan ou nos explosivos toques de Marc “JXN” Jackson em sua bateria, que está cheia de pedais duplos, e isso meu amigo(a) criou uma música para sair entrando em rodas.

    Em Blackned Are The Priests, o M:Pire Of Evil apresenta uma versão mais lenta e severamente sombria, que segue até que a guitarra e a bateria rompam este ritmo e tragam as suas linhas metálicas à tona, que são vocalizadas com muita raiva por Tony ‘The Demolition Man’ Dolan em um andamento cadenciado, que destaca a sua atuação marcante no baixo. Para Carnivorous, o trio atacou com um Heavy/Thrash Metal rápido e direto, onde as evoluções instrumentais e vocais cativam o ouvinte instantaneamente, pois temos uma vibração, que vai crescendo à maneira que vamos ouvindo.

    Depois, com uma ótima introdução feita na bateria e guitarra, que exibe linhas raivosas nos vocais, Black Legions exibe um 'Heavão' envolvente, que possui uma combinação de solos de guitarra, baixo e bateria, sendo todos tocados com muito ímpeto pelo trio, como se estivessem realizando a trilha sonora do final dos tempos.

   Ao som de sirenes de ataque aéreo soando forte, Need To Kill começa com bombas sendo estouradas para que em poucos instantes o M:Pire Of Evil exiba uma pesada e 'estralhaçadora' música, que segue por coléricas linhas cadenciadas, mas que em seu decorrer ganha uma 'metralhante' velocidade e que sempre conta com os vocais cheios de ira de Tony ‘The Demolition Man’ Dolan. Com a trinca de baixo, bateria e guitarra apresentando evoluções ora mais rápidas, ora mais cadenciadas, Wolverine é vocalizada com a devida agressividade por Tony ‘The Demolition Man’ Dolan nos levando à outro momento marcante deste Crucified In South America. Senão bastasse, na seguinte eles elevam as dosagens de raiva a níveis mais altos em um andamento cadenciado para que Crucified, a nona e maldosa faixa do cd seja executada trazendo uma certa surpresa: alguns solos melodiosos.

 

    E com um andamento do tipo que é para 'sentar a porrada sem dó', a destruidora Demone mostra o trio fazendo questão de cravar a mais pesada música deste cd, mas que graças a alguns solos de guitarra ganha muita melodia, até que seja retomado o seu ritmo dilacerante nos vocais.

   Com o baixo e a bateria sendo tocados por Tony ‘The Demolition Man’ Dolan e Marc “JXN” Jackson com muita força, e a guitarra de  Jeff ‘Mantas’ Dunn enviando solos cada vez mais nervosos ante a vocais de plena cólera, Talking It All fornece uma das mais pesadas composições do cd, que certamente deixaram os fãs mais antigos muito contentes.  

    Este álbum Crucified In South America conta com algumas canções bônus e a primeira é a sinistra Manitou ( outra das criações do Venom repaginadas aqui ), um Heavy que possui trechos falados e ótimas linhagens de guitarra e bateria/percussão, que entram na cabeça e não saem facilmente. Em seguida, recebemos duas músicas ao vivo, primeiro a 'Motorheadiana' Die Hard, que é um verdadeiro soco na cara e posteriormente, cheio de bons solos de guitarra, a Witching Hour, com o vocalista Tony ‘The Demolition Man’ Dolan perguntando as horas para então, com todo o ritmo intenso que o M:Pire Of Evil aplica em suas músicas... sair detonando para valer aos solos matadores de Jeff ‘Mantas’ Dunn na guitarra e também com o peso esmagador de Marc “JXN” Jackson em sua bateria. Para terminar o cd temos um remix para Manitou, que não se difere tanto da original.

    Mesmo contando com várias regravações dos tempos que Jeff ‘Mantas’ Dunn e Tony ‘The Demolition Man’ Dolan estavam no Venom, este Crucified In South America deixa claro o potencial da banda ao revisitar aquela velha e ótima sonzeira Heavy Metal que apreciamos desde sempre e que jamais cansamos de ouvir. E sendo assim caro leitor(a), temos um disco recomendado tanto para os antigos fãs do Venon quanto para os que já são fãs do M:Pire Of Evil, e claro, para os que curtem o Heavy Metal e seus caminhos mais extremos.
Nota: 9,5.

Sites:  http://mpireofevil.tripod.com/ e
https://www.facebook.com/mpireofevil.

Por Fernando R. R. Júnior
Maio/2015

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