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Os processos de produção, gravação e mixagem são assinados por Michael Hunter e foram realizados no The Racket Club Bucks And Real World ( onde já foram gravados álbuns de nomes como New Order, Tom Jones, Muse, Placebo, Brian Eno, Joss Stone e do dono Peter Gabriel ). A capa e encartes tiveram os cuidados de Simon Ward e a julgar pelo dourado que está incrustado pela capa, já podemos imaginar que a cobiça humana também é um de seus temas, afinal, estamos em um mundo capitalista, onde se vale mais o dinheiro e não as pessoas e suas ligações de amor.
A primeira de F.E.A.R. ( F*ck Everyone And Run ) é dividida em cinco partes intitulada como El Dorado, sendo sua primeira parte a I - Long Shadowed Sun, que abre o cd em uma atmosfera tranquila, quase introspectiva nos dedilhados de Steve Rothery e nos vocais cheios de 'feeling' de Steve ( "H" ) Hogarth, que se ligam na viagem profunda presente em II - The Gold, que traz um arrepiante ritmo melancólico nos teclados de Mark Kelly de forma a impressionar aos fãs de Pink Floyd e assim, suas melodias são intensificadas ficando cada vez mais deliciosas de se ouvir, especialmente nos solos de guitarra, que seguem até unirem-se em III - Demolished Lives, composição que nos propõe uma reflexão pelo estilo que é conduzida pelo Marillion e isso, se torna maior assim que IV - F E A R entra em cena, pois, a sensação questionadora se amplifica assim como suas críticas, que recomendo verificar seu encarte ao acompanhar a atuação marcante de Steve ( "H" ) Hogarth ao cantá-la. A última parte de El Dorado é a V - The Grandchildren Of Apes, que é muito emblemática e viajante, enfim, é para ouvir, pensar e soltar sua mente em uma relaxante harmonia, que termina mais animada.
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No momento que sentimos sua vibração aumentar já estamos em III - Vapour Trails In The Sky, que entre seus incríveis toques de teclados e um solo deveras intimista e esbelto, eles prosseguem calmamente até que chegam seus versos finais em outra suave modificação, e assim, estamos em IV - The Jumble Of Days e Steve ( "H" ) Hogarth cantando de forma tranquila sua primeira estrofe e logo depois temos um longo e soberbo riff de Steve Rothery para mais outra sequencia fascinante de voz e teclados, que em seus instantes finais fica mais robusta, viajante e esplendorosa. Terminando esta segunda suíte de F.E.A.R. ( F*ck Everyone And Run ) temos apenas nos vocais e piano a V - One Tonight concluindo esta The Leavers, que se formos analisar seria sobre despedida e saudade.
Em White Paper, o Marillion nos exibe mais uma música melancólica, que nos proporciona reflexões, linhas instrumentais viajantes e intimistas, que sofrem uma modificação para um ritmo mais positivo que acontece em um crescente executado com brilho pelo quinteto. Na terceira longa suíte de F.E.A.R. ( F*ck Everyone And Run ), cujo título principal é The New Kings, o Marillion optou por começar disparando na lata e sem dó o significado da abreviação do título do cd, ou seja, I - Fuck Everyone And Run, que é uma viagem imensa vocalizada com levez e muito carisma por Steve ( "H" ) Hogarth, que nem parece uma crítica e conta com um marcante solo de guitarra aliado à uma base sensacional de baixo, bateria e teclados, que se direcionam para II - Russia´s Locked Doors e te surpreendem tanto em sua letra sobre a ganância humana, quanto em sua exuberante parte instrumental, que percorre camadas repletas de formosura. Isso se relaciona com III - A Scary Sky em uma imersão profunda em um estilo melancólico, cuja letra é sensibilizante. Fechando The New Kings, os ingleses nos mostram IV - Why Is Nothing Ever True?, uma elaborada criação com a intenção de nos fazer questionar o que tem acontecendo no mundo. A última deste grandioso álbum F.E.A.R. ( F*ck Everyone And Run ) é a curta Tomorrow's New Country, que basicamente narra através da voz e piano a conclusão do Marillion para este atual momento, que deixo para você interpretar ao ouví-la.
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Após cautelosas audições de F.E.A.R. ( F*ck Everyone And Run ) do Marillion só posso dizer que estamos diante de um dos melhores álbuns já lançados pela banda em sua história e de um dos melhores de 2016, enfim, estamos diante de uma verdadeira obra-prima do Rock Progressivo, que será referenciado no futuro e que brilhantemente faz parte dos álbuns que a Shinigami Records coloca no mercado brasileiro. Ahh um detalhe final, são quase 70 minutos que são tão magníficos, que você nem percebe o tempo passar, que acrescento o que Steve ( "H" ) Hogarth disse: "Nós aproveitamos o incrível privilégio de ter uma plataforma e uma audiência para incentivar às pessoas a se olhar no espelho e perguntar-se sobre as grandes questões - assim como nós fazemos" e complementa: "Nós não sabemos quantos álbuns mais vamos fazer ou quanto tempo mais vamos viver. Tudo tem que ser o melhor possível" e eu aqui concluo.. que seja muito... muito tempo meus caros amigos do Marillion.
Nota: 10,0.
Sites: http://www.marillion.com/, https://www.facebook.com/MarillionOfficial/
e http://www.youtube.com/marilliononline.Por Fernando R. R. Júnior
Março/2017