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Michael Schenker
Fest - Revelation
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As gravações de Revelation foram realizadas entre dezembro de 2018 a março de 2019 e divididas entre a Alemanha e os Estados Unidos, sendo que os estúdios escolhidos foram o Kidpool Studio Greven e o Kidwood Studio Munstertal na Alemanha com a mixagem de Michael Voss. O Brotheryn Studios em Oja na Califórnia/Estados Unidos foi onde Jason Mariani capturou Simon Phillips na bateria, o Empire Studios em Bensheim na Alemanha foi onde Rolf Munkles registrou o baterista Bodo Schopf e novamente em Los Angeles aos cuidados de Jimmy Waldo, que gravou os vocalistas Graham Bonnet e Robin McAuley.
A masterização de Revelation aconteceu em Viena na Áustria no CS Mastering com Christoph "Doc" Stickel e a capa que mostra Michael Schenker "guitarrificado" para desespero dos membros de sua banda é de Zsofia Dankova, sendo que no encarte deste lançamento da Shinigami Records no Brasil temos as letras ( aliás, com homenagem ao saudoso Ted McKenna ) e fotos dos músicos destacando qual é a sua posição neste desenho da capa. E antes de aprofundar nas músicas de Revelation quero acrescentar as palavras de Michael Schenker que expressam sua definição do cd: "Há um significado profundo na capa e no título do novo álbum. Ilustra minha vida musical em um relance, com muito a ser revelado. Por isso eu chamei o álbum de Revelation [Revelação]. Outro título para este álbum poderia ter sido Purity and Passion versus Greed and Corruption [Pureza e Paixão versus Ganância e Corrupção]".
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Já Gary Barden emprestou sua voz para Crazy Daze, um Hard Rock altamente marcante, especialmente, nas 'conversas' do baterista Simon Phillips com o guitarrista Michael Schenker, aliás, como é incrível reparar nos solos que feitos por ele com facilidade e como ele os deixa fluir livremente. O princípio de Lead You Astray é de uma singular beleza e ganha uma excelente aceleração assim que Robin McAuley canta seus versos depositando muito feeling em cada um deles, porém, algo que chama a atenção nesta oitava canção são os seus solos de guitarra beirando à Música Clássica e isso aliado ao seu exuberante Rock'n'Roll.
Com o chileno Ronnie Romero ( atualmente também no Rainbow ) nos vocais o Michael Schenker Fest nos entrega a intensa e também contagiante We Are The Voice, que basta apenas uma audição para que se torne uma das favoritas no cd e que fique em nossa memória, aliás, sinta o poderio de seus solos de guitarra e leia sua letra, que é um verdadeiro tributo ao Rock. Na décima, a Headed For The Sun, temos Gary Barden e Doogie White cantando com a conhecida personalidade esta veloz composição, que também está consolidada entre as que são um saboroso prazer ouvir cada um de seus minutos e que desejamos apertar o 'repeat' para uma nova audição, e isso que mencionei apenas seu ritmo e os vocais, porque quando chegam os solos... meu caro leitor(a) perceba como Michael Schenker glorifica ainda mais a composição.
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Como bônus deste Revelation temos três canções ao vivo, sendo a primeira Armed And Ready, que ficou tão esbelta quanto a original de quando Michael Schenker a exibiu para o mundo no primeiro álbum do The Michael Schenker Group de 1980 e inclusive, quero que você perceba os solos inclusos neste impactante Rock'n'Roll. Instantes depois é a vez de Bad Boys do disco Save Yourself lançado pelo The Michael Schenker Group em 1989 nos entregar o poder de seu Hard Rock até nós com as empolgadas vocalizações de Robin McAuley. E por fim um dos clássicos máximos do U.F.O. com a apoteótica versão de Rock Bottom ( gravada originalmente no Phenomenon de 1974 ) onde Michael Schenker nos enfeitiça com os solos flamejantes de sua guitarra que estão longos, majestosos e repleto de improvisos, assim como nos seus vocais, que seguem garantindo a vibração da plateia e a nossa por nada menos que quinze espetaculares minutos.
Como Michael Schenker deixa claro ao dizer: "Eu tenho duas tatuagens nas costas. Uma diz: 'Nascido para vencer', a outra: 'Nascido para ser livre'. Essas crenças estão no coração de Revelation. Eu entendo mais quem sou hoje e por que a vida aconteceu do jeito que aconteceu. Quando era criança, me divertia tocando guitarra. Não perseguia nada, não competia com ninguém. Eu sempre quis mais a minha realização que a minha fama. Para mim, era tudo sobre ser eu mesmo. Era tudo sobre a alegria de tocar a guitarra. E depois de todos esses anos, ainda é". O guitarrista está satisfeito com o disco e feliz com o projeto Michael Schenker Fest e eu aqui só posso concluir que este sentimento resultou em um de seus melhores da carreira com este Revelation em que ele convidou seus amigos para uma festa daquelas e nos presenteou com um dos melhores discos de 2019. Não ouse deixar de fora da sua coleção.
Nota: 10,0.Por Fernando R. R. Júnior
Fevereiro/2020
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