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Myrath -
Shehili
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Asl ( Intro ) nos expõe a toda mística árabe no ar entre cânticos e falas com a participação de Mehdi Ayachi e sons de instrumentos típicos da cultura local nos levando para uma viagem até a cidade de Tunis durando até que a junção com seu eficiente Prog Metal ocorra em Born To Survive destacando os cativantes vocais de Zaher Zorgati entre as contundentes linhas instrumentais, que estão por vezes mais pesadas e por outras mais progressivas. Depois do começo vibrante, o Myrath mantém sua empolgação com You've Lost Yourself, que percorre seu estilo Progressivo em meio a vocalizações cheias de emoção de Zaher Zorgati em um estilo que me lembrou do Queensrÿche nos tempos de Geoff Tate nos vocais entre formosos, bem feitos e pesados solos de guitarra feitos por Malek Ben Arbia. Atente para suas lindas melodias de baixo, de bateria e teclados na cortesia de Anis Jouini, Morgan Berthet e Elyes Bouchouca, respectivamente.
Com os ritmos árabes construindo o ambiente para Dance, o Myrath exibe a continuação direta de Believer, que conta a seguinte história segundo o vocalista Zaher Zorgati: "uma dançarina síria que enfrentou ameaças de morte por parte do Estado Islâmico, mas, preferiu continuar dançando, mesmo que isso significasse dançar através de ruínas e tumbas. Mesmo com seu formato pesado e repleto das linhas da cultura árabe, Dance vai te conquistar facilmente, assim como sua letra, confirme ouvindo atentamente os solos de guitarra e a excelente base feita nos demais instrumentos para que o vocalista cante seus versos e faça o seu refrão fixar em sua memória.
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De ares positivos e admiráveis, a oitava de Shehili é No Holding Back e o Myrath nos coloca em frente de uma belíssima melodia vocalizada com destreza por seu vocalista, onde merecem serem lembrados os solos de guitarra e de teclados, que são breves, mas fundamentais para o clima da música, tanto que não foi por acaso que ela foi escolhida para um dos clipes dos tunisianos. Nos toques lindos feitos pelo tecladista Elyes Bouchoucha, o Myrath apresenta agora a impactante Stardust, que começa mais lenta e ganha um formato épico excelente e de certo ponto de vista até dramático, além de soberbas linhas viajantes e vocais admiráveis. Depois em Mersal sentimos uma ar festivo cujos primeiros versos são em árabe e depois em inglês te conectando à música imediatamente. Aliás, esta alternação em seus versos continua lhe conferindo um estilo único e intrigante, e isso, sem mencionar suas formosas linhas instrumentais.
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É o Myrath não só conseguiu entregar em Shehili um disco em que fundiu tudo com habilidade ( ou seja seu Prog Metal com seu lado cultural árabe em uma produção cristalina ) bem como foi além confirmando e superando as expectativas de todos que ouviram Believer e que certamente será um dos melhores discos do ano através de canções, que foram definidas por Zaher Zorgati como: "O propósito da nossa música é induzir felicidade e alegria, para homenagear aqueles que se recusam a cair ou a perder a esperança, mesmo em um mundo cheio de ódio e incerteza." E concordo plenamente com esta afirmação do vocalista, tanto que a viciante energia positiva presente nos pouco mais de quarenta e cinco minutos do álbum te fazem desejar ouvi-lo mais vezes, e é o que vou fazer.
Nota: 10,0.Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2019
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