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As cordas e guitarras foram registradas por Will Malone no Rak Studios em Londres na Inglaterra por Robbie Nelson e algumas gravações adicionais foram realizadas no Junk Mail Studios em Estocolmo na Suécia e no Psalms Studios em Bath na Inglaterra. A masterização é de John Davis e foi realizada no Metropolis Studios. A capa que mostra um sinistro e belo pavão é de Travis Smith, que nesta edição dupla em 'digipack' triplo torna-se ainda mais bonita e luxuosa.
Com dedilhados calmos na voz de Pascale Marie Vickely, Persephone começa Sorceress proporcionando um ambiente gostoso de se ouvir, que abre o caminho para a faixa título Sorceress em um estilo mais Progressivo com trechos mais cadenciados, onde destacam os toques do baterista Martin Axenrot e as variações dos demais instrumentos, que atravessam crescentes cativantes ante a excelentes linhas de vocais e alguns pontos mais pesados de uma enorme riqueza musical. Mas, outro ponto que tenho que enaltecer é a viagem que recebemos com os toques do tecladista Joakim Svalberg no final da música para afundar nossa mente na melodia dos suecos.
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Em Crysalis, o Opeth navega por caminhos mais pesados, porém, longe do Death Metal de outrora, pois, agora as viagens são próximas a um Prog Metal e neste ritmo envolvente, os vocais soam mais tranquilos, embora sinta-se uma certa tensão no ar, que evidencia os solos de teclados junto a guitarra no padrão do Deep Purple e depois mergulham em uma viagem significativamente única. Novamente aos dedilhados, que são comandados por Fredrik Åkesson somos expostos à uma emocionante melodia em Sorceress 2, canção que é vocalizada a la Pink Floyd por Mikael Åkerfeldt de forma bastante intimista tal como no álbum A Saucerful Of Secrets e praticamente não tenho palavras para descrever o bem estar que esta música proporciona ao ouvinte, ou seja, feche os olhos e delicie-se.
Para The Seventh Soujoun, o Opeth percorre uma trilha de altivez em seus dedilhados em meio a ritmos instrumentais e percussões que exibem influências orientais, onde é imperativo ouvi-las de olhos fechados para absorver tamanha musicalidade. Em tempo, você pode abrir ( ou não ) os olhos para pegar o encarte e acompanhar os breves versos finais.
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Com distantes dedilhados, Era é a décima de Sorceress e o seu andamento mais intimista é rompido por uma sequencia de muito peso na trinca baixo, bateria e guitarra, que te deixam intrigado ao notar os seus vocais se questionando para onde o Opeth pretende levar esta composição. E afirmo após ouvi-la atentamente: que sonzeira ímpar eles criaram aqui, que deve ser apreciada com muita atenção. No término deste primeiro cd desta edição dupla limitada de Sorceress temos Pascale Marie Vickery narrando os versos de Persphone ( Slight Return ) de forma bastante tranquila.
Se você estiver com a versão simples de Sorceress ficará contente também, pois, terá nas mãos com um dos melhores álbuns lançados em 2016, porém, se tiver adquirido esta versão que estou fazendo sua resenha... seu prazer será ainda maior, pois, tenho mais algumas músicas para comentar e você conferir as sensações ao ouvi-las na sequencia. Iniciado com The Want, o segundo cd exibe um grau de introspectividade muito enorme logo nos primeiros versos, que dão lugar para uma positiva melodia Progressiva, seja nos vocais ou em cada linha instrumental, que sai de partes calmas para as altas com uma incrível habilidade do quinteto.
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De formato mais encorpado e imponente, a segunda é The Drapery Fails do álbum Blackwater Park de 2001, que ao ser exibida com a presença da orquestra e do coro ficou ainda mais esbelta em suas linhas Progressivas me remetendo ao Jethro Tull, que devem serem ouvidas com a mente livre para uma maior imersão em seus sabores, que chegam para os fãs mais antigos do Opeth aos vocais guturais de Mikael Åkerfeldt em evoluções e modificações instrumentais magníficas. Por fim, o vocalista avisa que até então nunca havia tocado a Voice Of Treason na turnê e que com a orquestra seria o ideal para que a música do então último álbum, o Pale Communion exalasse toda a sua imensa viagem egípcia repleta de contratempos feitos pelo baterista Martin Axenrot e assim como na atuação dos demais ... te deixarem boquiabertos com tamanha sonzeira.
Posso até estar cometendo um exagero, mas creio que Sorceress será apontando no futuro como um referencial na carreira do Opeth, um dos seus melhores discos e que deverá ser incluso em sua coleção o mais breve possível, pois, temos aqui uma banda que não tem medo de se reinventar e nos brindar com álbuns fabulosos como este Sorceress, que foi lançado no Brasil em versão dupla limitada pela Shinigami Records.
Nota: 10,0.Sites: www.opeth.com e www.facebook.com/opeth.
Por Fernando R. R. Júnior
Junho/2017