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Oranssi Pazuzu -
Mestarin Kynsi
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Sua produção foi realizada pelos membros do Oranssi Pazuzu junto a Julius Mauranen no Headline Studio, onde aconteceram também as suas gravações no mês de agosto de 2019. Já os processos de mixagem e de masterização são assinados por Julius Mauranen ( no Studio Hekkonen ) e Jaako Viitalähde ( no Virtalähde Mastering ), respectivamente. Sua capa psicodélica e um tanto que sombria é de Jeena Haapaharju e as suas seis músicas cantadas em finlandês culminam em uma somatória de fatores que a tornam a audição deste lançamento da Shinigami Records em parceria com a Nuclear Blast no Brasil totalmente inesperada a cada uma de suas faixas em que vou aprofundar mais nas linhas seguintes.
Logo no início de Mestarin Kynsi temos os climas viajantes presentes em Ilmestys ( que até lembram das viagens Psicodélicas do Pink Floyd dos seus primeiros anos ) com dedilhados e percussões sendo responsáveis por isso, mas, também os toques sinistros de seu Black Metal, que no momento em que Juho "Jun-His" Vanhanen canta seus versos ( com uma voz que parece um zumbi ) nos certificamos de suas linhas extremas. E este ritmo caminha por vertentes mais densas e se torna consideravelmente pesado e Psicodélico. Após o término abrupto da primeira canção, Tyhjyyden Sakramentti explora o chamado Space Rock com suas viagens calmas e orientadas pelos toques feitos pelo baixista Toni "Ontto" Hietamäki e pelos toques do baterista Jarkko "Korjak" Salo com o lado assombroso aparecendo nos vocais de Juho "Jun-His" Vanhanen, ou seja, nem todas as viagens são boas e está se intensifica em um caos, que alia linhas lisérgicas com robustez, urros e agressividade, formatos costumeiramente encontrados em uma música de Black Metal.
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Aproveitando a sinfonia bizarra onde termina a canção anterior, os finlandeses iniciam Kuulen Ääniä Maan Alta e novamente eles nos colocam diante de seus trechos percussivos e de baixo, entretanto, agora com os sintetizadores revelando os vocais de Juho "Jun-His" Vanhanen na mais encorpada doideira deste cd, que após este momento dilacerador volta a ficar calma e tenebrosa. Finalizando este grotesco Mestarin Kynsi eles enviaram a completamente atordoante Taivaan Portti, onde o Black Metal está aflorado e marca a segunda participação de Jutta Rahmel e Maija Pokela com Juho "Jun-His" Vanhanen nos vocais, que estão simplesmente agonizantes e conduzem a música à um término impressionantemente Psicodélico, explosivo e anárquico.
Se o verão do amor de Woodstock de 1969 não fossem três dias de música, paz e amor, e por algum motivo tivessem se tornado um banho de sangue, as bandas não teriam a alegria que mostraram em tantos álbuns posteriores e aí, o Psicodelismo poderia ser desta forma bruta como o Black Metal contido em Mestarin Kynsi do Oranssi Pazuzu, que nos convida nestas seis canções para uma viagem ao inferno sem volta por estradas amaldiçoadas em letras ( e olha que foram escritas antes da pandemia... ) cujo estilo pesado e psicológico criam tons filosóficos e sérios, onde a parte mística se encontra com a nossa complicada realidade, conforme o letrista Toni "Ontto" Hietamäki explica: "uma tempestade psíquica que inesperadamente torna-se selvagem e colorida".
Nota: 7,5.Por Fernando R. R. Júnior
Julho/2021
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