Orianthi - O
10 Faixas - Shinigami Records/Frontiers Records - 2020

    Para nós seguidores do Hard Rock e do Heavy Metal, a linda e talentosa guitarrista australiana da cidade de Adelaide chamada Orianthi Paraganis será sempre lembrada por sua passagem na banda de Alice Cooper, mas a bela garota já esteve na banda de Carlos Santana, de Carrie Underwood e namorou em 2016 o guitarrista Richie Sambora ( ex-Bon Jovi ) e isso levou à formação do projeto RSO com ele ( ou Richie Sambora & Orianthi ) e aos EP's Rise e Making History ( ambos de 2017 ) e também ao álbum Radio Free America ( 2018 ), porém, o namoro acabou e a parceira também. 

    Entretanto a beldade foi - em anos anteriores - a guitarrista da turnê de retorno do ícone Pop Michael Jackson na divulgação do disco This Is It e como artista solo, Orianthi lançou seu primeiro álbum em 1999 nomeado como Under The Influence e depois dele vieram Violet Journey ( 2007 ), Believe ( 2009 ) e Heaven In This Hell ( 2013 ). Seu primeiro grande sucesso foi com a canção Accord To You, que alcançou certificado de platina e já conta com mais de 17 milhões de audições no Spotify e no Tik Tok com sua hashtag #accordingtoyou bateu a marca de 83 milhões de visualizações tornando-se uma tendência elevada à chamada Geração Z.

    Seu mais recente disco, que foi lançado neste ano de 2021 no Brasil e que recebeu o singelo título de O é definido por ela da seguinte forma: "bem inspirado, visceral e pouco elaborado, Marti [Fredriksen, produtor] e eu buscamos criar um som único e uma energia para cada música. Experimentamos muito com sintetizadores e diferentes tonalidades de guitarra". O que rompe um hiato de sete anos de sua carreira solo foi gravado em apenas 28 dias em Nashville/Tennesse nos Estados Unidos no Sienna Recordind Studios e no Poppy Studios ao lado de Marti Frederiksen.

    Sobre o sucessor de Heaven Is This Hell, Orianthi Paragaris comenta: "O novo álbum não rompe totalmente com o estilo do anterior, mas é diferente. As pessoas vão ouvir os riffs pesados e solos grandiosos, mas haverá outros sons como loops de bateria e sintetizadores". Aliás, vale enfatizar outra frase dita por ela: "'O' não é um álbum instrumental!!! As letras das músicas falam sobre histórias e experiências de vida de outras pessoas". E ao seu lado estiveram Evan Frederiksen na bateria e o citado Martin Frederiksen na percussão e programações. Na capa de O temos a estonteante guitarrista com seu instrumento nas mãos com um olhar que passa a seguinte sensação: "pare de olhar e coloque o álbum para rodar logo" e é isso que farei a partir de agora para contar para vocês seus detalhes.

    Ao som de tiros e algumas linhas experimentais ao fundo, O é aberto com a faixa Contagious em um estilo pesado e relativamente direcionado ao Heavy Metal Moderno com Orianthi soltando sua voz, mas, o grande destaque fica mesmo para quando ela sola sua guitarra com toda a destreza que é possuidora. Em seguida temos Sinners Hymn com um ritmo e vocais encorpados que fazem a canção se tornar mais pulsante e capturar o fã levando-o a interagir com ela durante o passar de seus minutos, e isso, claro, além de admirar os solos de guitarra feitos por ela mais ao seu final.  Depois de duas canções pesadas, Orianthi acalma bastante em Rescue Me com um andamento bastante contagiante e com vocais exalando uma influência de Soul, Blues e até Country, porém, a formosa loura soube adicionar trechos fortes em sua guitarra devidamente acompanhados pelo baixo, pela gaita e pela bateria tornando esta terceira faixa deveras interessante.

    Para Blow, Orianthi apresenta uma música de ares Pop e com uma linhagem eletrônica, que em seu decorrer exibe também momentos fortificados lhe aproximando de um Heavy Metal e é interessante como ela canta seus versos na condução de seu ritmo, que se mostrou bastante diversificado de riffs com muita distorção e fortemente amparado no baixo. Novamente investindo em  um ambiente eletrônico e um tanto Pop chegamos a Sorry, canção que ela deixa a guitarra de lado um pouco e mostra seus encantos nos vocais. A sexta de O é a exuberante balada Crawling Out Of The Dark, onde seus dedilhados e os seus vocais expressam muita paixão da musicista, que fazem desta faixa ser um grande momento do cd, que saliento os seus solos de guitarra devidamente impactantes, que cá entre nós ... poderiam serem maiores/demorar mais.

    Deixando os toques poderosos realizados pelo baixista Evan Frederiksen aparecerem mais, Impulsive é uma envolvente criação de Orianthi sempre em parceria com Marti Frederiksen e vale dizer que em suas camadas musicais com distorção, solos e um ótimo ritmo, assim como as vocalizações de Orianthi, deixam claro porque este Rock'n'Roll de aparência suja e repleto de eletricidade foi escolhido como o primeiro single e clipe de O. Com ajuda de Nikki Sixx ( Mötley Crüe ) em sua letra, Streams Of Consciousness é dotada de um vibrante andamento, seja na forma que Orianthi canta ( com mais raiva ) ou nos seus flertes com o Blues que faz em sua guitarra, porém, sem nunca esquecer de seu formato pesado.

    A penúltima é Company e aqui... os toques eletrônicos e Pop estão em evidência de vez e ela os une em uma pegada Rock, entretanto, não será do agrado de todos, mas, denota que Orianthi explorou vários caminhos neste álbum, um fato que é muito bom para ela como artista. Para finalizar somos introduzidos a Moonwalker, cujo início espiritual dá lugar à uma faixa Pop e introspectiva em que ela procurou cantar depositando muita emoção e dedicação às suas melodias, onde seu foco está no Pop/Eletrônico, sendo que na sua maior parte são vocais e programações, salvando-se apenas em seus solos de guitarra.

    Embora seja possuidora de uma ótima voz e uma capacidade única tocando sua guitarra, O não é um álbum totalmente Hard Rock e Heavy Metal ( estilos que amamos e que sempre queremos nos discos dos artistas que ouvimos ) e é possuidor de uma imensa presença de mergulhos no Pop/Eletrônico em algumas de suas músicas, o que poderá afastar os mais puristas e agregar outros que preferem sons desta forma ou ainda incluir ambos os casos, pois, as músicas que são mais Rock e Heavy são excelentes. A verdade é que estamos diante de um diversificado disco de uma grande guitarrista, que provavelmente teve o objetivo de compor e gravar canções com estas experimentações, e, de qualquer forma... vale ficar tanto de olhos quanto de ouvidos na competente Orianthi.
Nota: 8,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Setembro/2021

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