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Engana-se quem pensa que o Orphaned Land é uma banda nova, pois os praticantes do que tem sido chamado de "judeu muçulmano Metal" ou "Oriente Médio Progressive Metal" iniciaram suas atividades em 1991 com o nome de Resurrection e após o lançamento do seu terceiro cd, Mabool: The Story Of The Three Sons Of Seven, eles excursionaram por quatro continentes e quase trinta países participando de importantes festivais como Wacken Open Air, Summer Breeze, Hellfest e ProgPower. Este cd conceitual The Never Ending Way Of ORWarriOR é dividido em três partes e está acima dos problemas político-religiosos sofridos pelo povo hebraico e árabe, tanto que as fotos que ilustram essa resenha são, segundo o vocalista Korbi Farhi uma uma sinergia entre as três religiões monoteístas. Vale comentar também que as gravações levaram mais de 600 horas de estúdio em colaboração com a Orquestra Árabe de Nazaré e vocais multilíngues ( inglês, árabe, hebraico iemenita ) e instrumentos orientais como Saz, Santur, flautas árabe, meio-percussões orientais, Cumbus, bouzouki que garantiram uma sonoridade única ao trabalho, dito isso, vamos às músicas.
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The Path Part 2: The Pilgrimage To Or Shalen mostra mais peso e possui um andamento de guitarra mais cadenciado para que os guturais de Kobi Farhi atuem em conjunto com os vocais limpos de Shlomit Levi, que em seu trecho instrumental tece novas viagens, especialmente quando as guitarras de Yossi Sa'aron e Matti Svatizky são soladas. Olat Ha'tamid tem o aspecto de um cântico religioso que ganha acordes mais Heavy Metal após a incursão na língua nativa do Orphaned Land, que ajudam a passar ainda mais a ideia de uma oração mesmo pela forma de cantar do versátil Kobi Farhi e também pela competente fusão de flauta, guitarras e os demais instrumentos locais.
Com flauta, teclados e narrações no melhor estilo de trilha de filme temos The Warrior, a sétima de The Never Ending Way Of ORWarriOR que marca o começo da segunda parte intitulada Lips Acquire Stains - The WarriOR Awakens, exibindo seu andamento sombrio com versos cantados por Kobi Farhi em um enorme feeling. Mais alguns pontos fortes de The Warrior: o lento solo de guitarra que além de longo, parece que será interminável, o grande peso de bateria de Avi Diamond e uma excelente ambientação nos teclados de Eden Rabin, enfim, viaje pelas areias do deserto. A curta His Leaf Shall Not Wither é no violão de Matti Svatizky e é bem suave com Kobi Farhi cantando de forma mais introspectiva e com muita emoção.
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Barakah tem solos de guitarras que amplificam a potência do peso do Orphaned Land e assim é construído o princípio da terceira parte, Barakah - Enlightening The Cimmerian, oportunidade para Kobi Farhi soltar seus guturais em uma impressionante variação instrumental que passa por um solo de violão pesado, que é devidamente acompanhado pela guitarra e bateria, e assim oscilam em momentos mais Death cadenciados com calmos. Detalhe, a seguinte, Codeword: Uprising é interligada com a anterior e mantém essa linha pesada e cheia de variações instrumentais de forma que não se perceba a mudança de faixa, confirmando o grau de precisão alcançado pelo Orphaned Land neste trabalho. In Thy Never Ending Way (Epilogue) exibe a força das guitarras junto com os instrumentos de cordas resultando em um andamento mais devagar com os backing de Shlomit Levi aparecendo mais, mas o grande destaque vai para o solo de guitarra e também para a linda melodia no piano de Eden Rabin nesta faixa que encerra The Never Ending Way Of ORWarriOR.
Os israelenses exibiram em The Never Ending Way Of ORWarriOR muitas características regionais de sua rica cultura local que foram agregadas ao Heavy Metal, motivo que fez deste álbum trazido no Brasil pela Shinigami Records uma experiência única para aqueles que gostam de explorar os ritmos diversos da música pesada mundial. Recomendo ouvir o álbum muitas vezes para que se possa saborear cada detalhe da excelente proposta do Orphaned Land, uma banda que consegue unir fãs judeus e muçulmanos nos seus shows cantando em árabe e hebraico, e criando assim, uma solução pacífica para os problemas da Terra Santa, só mesmo o Heavy Metal para conseguir superar a intolerância.
Nota: 9,5Site: http://www.orphaned-land.com e http://www.myspace.com/orphanedmyspace
Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2011