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Paradise Lost -
Medusa
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Na abertura de Medusa temos Fearless Sky, que tem seu título explicado por Nick Holmes da seguinte forma: "Sempre gostei da expressão 'o homem mais rico do cemitério', pois, resume bem o conceito de vida, o nosso propósito para a existência e o que realmente significam todas as posses materiais quando morremos. No entanto, particularmente no Ocidente, a vida adulta parece ser acumular coisas sem sentido ou admirar outras pessoas que acumularam coisas mais sem sentido que as nossas. Em um filme famoso, a mãe de alguém disse: 'Só há uma fortuna que um homem realmente precisa... o resto é apenas para mostrar'. Também gosto dessa expressão". E esta primeira faixa começa mais lenta, entristecida até que em poucos instantes depois seu ritmo fúnebre apareça junto aos vocais, que estão devidamente urrados e combinados com as linhas de bateria e baixo em um Doom Metal de primeira, onde recomendo uma atenção maior para as modificações de andamento que o quinteto realizou na música e nas viradas do baterista Waltteri Väyrynen, porém, não se esqueça de perceber como os vocais limpos e rasgados de Nick Holmes também se encaixam perfeitamente.
Em Gods Of Ancient o estilo carregado do Paradise Lost se evidencia logo de cara, assim como seus vocais ora urrados ora rasgados com a parte instrumental simplesmente 'pesadaça' e executada com primor nos mantendo ligados a cada instante desta faixa, cuja letra avisa que devemos adorar o Sol, as estrelas e a Lua, pois, é mais possível de compreendê-los que os deuses apontados pelas outras religiões. Bom... aí vai da crença de cada um. E Gods Of Ancient conta com a participação de Steve Crobar nos backing vocals. Em From The Gallows, os riffs encorpados e sempre longos feitos por Greg Mackintosh e Aaron Aedy em suas guitarras dão lugar a um andamento por vezes cadenciado e em outras mais rápido, porém, sempre com os vocais raivosos de Nick Holmes em uma execução cativante, que não posso deixar de ressaltar também os toques certeiros do baixista Steve Edmondson.
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Sempre com solos distorcidos e porque não dizer agonizantes, a seguinte é a No Passage For The Dead e sua letra é vocalizada com fúria por Nick Holmes e é sobre as religiões, que enaltecem uma vida gloriosa após a morte e esquecem do breve tempo de nossa existência no planeta. Mesmo com vocais guturais e um andamento robusto ( mais lento ) neste Doom Metal dos ingleses é possível ouvir tudo claramente, além dos backing vocals do convidado Heather Mackintosh, onde saliento excelente produção do cd. Blood & Chaos flerta com o Gothic Metal, está repleta de urros e seu ritmo te captura facilmente e tudo isso em uma letra que exprime o ódio contra a humanidade, que conforme é sabido... destrói tudo por onde passa. Aliás, a solução para o problema retratado na anterior vem com a emblemática, rasgada e deveras fortificada Until The Grave.
Solução que é a seguinte - deixar somente poucos humanos no planeta, sendo que Nick Holmes inclusive explica este posicionamento: "As ideias em torno desta música são baseadas em: inocentes abandonados sem motivos, chacinas fundadas em ódio sem fundamento, medo e desumanização gradual com base em mentiras e propagandas". Novamente as viradas do baterista Waltteri Väyrynen e os solos dos guitarristas Greg Mackintosh e Aaron Aedy alcançam o devido brilho em Until The Grave finalizando a edição normal de Medusa, pois, na nacional contamos com dois bônus.
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Mais uma vez, o Paradise Lost olha para dentro de si ( e de sua relevante história ) e apresenta um álbum que remete aos primórdios do Doom Metal e do Gothic Metal revelados com sabedoria em letras e ritmo quase sempre angustiante. Em suma, Medusa te deixará sim petrificado tal como a Gorgona grega, porém, não após um olhar, mas uma audição, pois, se trata de um disco que é deveras pesado, conseguiu manter o padrão e até ir além de onde o ótimo anterior The Plague Within chegou, além de certamente ser um dos melhores lançamentos de 2017 e que bom que a Shinigami Records disponibilizou o disco no Brasil.
Nota: 10,0.Site Oficial: http://paradiselost.co.uk/.
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Youtube: http://www.youtube.com/paradiselostuk.
Instagram: https://www.instagram.com/officialparadiselost/Por Fernando R. R. Júnior
Abril/2018