Paradise Lost - Faith Divide Us Death Unite Us
10 faixas - 2010 - Shinigami Records

    O Paradise Lost é uma banda de Halifax, na Inglaterra, formada em 1988 sendo uma das responsáveis pela origem do doom metal. Nestes 20 anos de serviços prestados ao heavy metal o Paradise Lost lançou 12 álbuns de estúdio sendo que o último dessa conta é  Faith Divide Us Death Unite Us ( 2009 lá fora e 2010 aqui no Brasil pela Shinigami Records ) que será abordado detalhadamente neste resenha.

    A formação responsável por este cd gravado entre fevereiro e março de 2009 no Fascinantion Street Stuidos em Orebro na Suécia com produção e mixagem realizadas por Jens Bogren é a seguinte: Nick Holmes nos vocais, Gregor Mackintosh e Aaron Aedy nas guitarras, Steve Edmondson no baixo e Peter Damin na bateria ( no estúdio apenas, nas tours que assume as baquetas é Adrian Erlandsson ).

    As Horizons End abre o cd com cânticos religiosos que são interrompidos pelo peso denso das guitarras de Gregor Mackintosh e Aaron Aedy, também pela bateria de Peter Damin, além dos bons vocais de Nick Holmes que vão sofrendo no decorrer da música uma diminuição para que então surjam os dedilhados mais viajantes na hora dos solos. Iremain é um pouco mais rápida e bastante agressiva, especialmente pela forma de cantar de Nick Holmes, mas as linhas de guitarras, baixo e bateria trazem melodias agradáveis, mas profundamente nebulosas. A mudança de andamento para caminhos progressivos, que antecedem os solos de guitarras é muito qualitativa e um grande destaque desta segunda música.

    First Light é pesada e apesar do nome, o que vemos aqui são ares bastantes sombrios além de um ótimo trabalho da bateria de Peter Damin e linhas mais viajantes, porém, não menos pesadas. Os vocais de Nick Holmes que aparecem mais ao fundo em vários momentos e outros estão mais agressivos, isso traz muito do universo gótico à canção.

    Frailty apresenta também uma condução cheia de viagens, mas a banda não esquece de aplicar muito peso seja nas guitarras de Gregor Mackintosh e Aaron Aedy ou então na bateria de Peter Damin, que evoluem para uma das mais pesadas faixas do cd. Com essa forte base instrumental Nick Holmes canta os versos de Frailty de uma forma bastante impetuosa envolvendo e muito o ouvinte.

    Na faixa título Faith Divide Us Death Unite Us, o Paradise Lost exibe dedilhados mais suaves e vocais mais calmos, mas isso só até quando as guitarras brilhem com firmeza, aí a banda efetua uma competente divisão de forças ( calma e peso ) que carrega ainda mais vigor  à obra. A pesada The Rise Of Denial chega a mostrar um certo cântico tipicamente religioso, mas a ideia da banda é o metal, e assim o quinteto mantém sua atitude mais forte. O ponto forte vai para as inversões de ritmos que eles fazem, especialmente nos longos, progressivos, pesados e muito bem feitos solos da dupla de guitarristas Gregor Mackintosh e Aaron Aedy.

    Em Living With Scars além de mostrar a habilidade do baterista Adrian Erlandsson, Nick Holmes vocifera com bastante raiva e é amparado por virtuosos solos dos guitarristas da banda. Com marcações no piano temos Last Regret que apresenta um profundo sentimento na voz de Nick Holmes e o andamento mais lento vai recebendo muito peso que deixam a música mais nebulosa e chamo sua atenção para a beleza dos solos de guitarras.

    Mais uma vez a parte instrumental do Paradise Lost recebe todos os holofotes com o ritmo rápido de Universal Dream, que deixam o caminho até que fácil, para o vocalista aumentar a emoção nesta nona faixa de Faith Divide Us Death Unite Us. A soturna In Truth entra com ótimos riffs de guitarras mesmo sendo bastante introspectiva e até um pouco sombria eu diria para encerrar o cd.

    Algumas partes que mais me chamaram a atenção em Faith Divide Us Death Unite Us foram as gravações, onde percebe-se todos os instrumentos com muita clareza, a capa com insinuações de bem e mal, as curtas letras vocalizadas perfeitamente e a beleza das melodias produzidas pelo Paradise Lost. Estes fatos fizeram deste disco um trabalho que merece ser ouvido por várias vezes mesmo por quem não aprecia tanto o estilo dos ingleses.
Nota: 9,5

Site: http://www.paradiselost.co.uk e http://www.myspace.com/paradiselostuk

Por Fernando R. R. Júnior
Junho/2010

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