Polar - Nova
12 Faixas - Shinigami Records/Arising Empire - 2020

     O Polar surgiu na cidade de Guildford, Surrey na Inglaterra e teve sua fundação no ano de 2009. De lá para cá já foram quatro álbuns e dois EP's direcionados ao Post Hardcore, sendo o sucessor de No Cure, No Savior de 2016 foi nomeado como Nova demonstrando o seu amadurecimento musical e também como pessoas. Assim, o quinteto formado por Adam Woodford nos vocais, Tom Green e Fabian Lomas nas guitarras, Johnny Bowman no baixo e Mick Jones na bateria produziu o Nova junto a Justin Hill, que também assina a mixagem e a masterização.

    E nada melhor que conhecer mais sobre o álbum Nova com as considerações do guitarrista Fabian Tomas: "Uma nova é descrita como a estrela candente mais brilhante e sentimos que este álbum seria o nosso material mais brilhante."

    E ele continua: "Antigamente escrevíamos sobre coisas que víamos no mundo e pelas quais éramos apaixonados. Algumas pessoas até pensavam que estávamos nos tornando uma banda política. Desta vez, escrevemos sobre coisas muito mais pessoais para nós. É muito mais gratificante. Todos nós temos altos e baixos em nossas vidas [privadas e profissionais] e na banda temos uma plataforma perfeita para transmitir esses sentimentos. Estamos abordando alguns assuntos muito pessoais que estão próximos do nosso coração. À medida que vamos envelhecendo, coisas diferentes acontecem conosco".

    Sobre a sonoridade das doze composições, eles declararam: "Este álbum é muito mais profundo no aspecto criativo. As partes pesadas são muito pesadas e os refrãos são muito mais interessantes. Também tem muito mais Pop, mas da nossa maneira única. Quando muitas outras bandas ficam mais leves à medida que passa o tempo, sem dúvida nós ficamos mais pesados porém, ao mesmo tempo mais acessíveis. Afinal, existem muitas formas diferentes de ser pesado". Vejamos seus detalhes para concordar ou não com os membros do Polar.

    A instrumental Mære abre o disco com breve viagens que são suplantadas com a agressividade contida em Devil, que como manda o figurino do estilo contém partes Melódicas em meio o seu clima tenso e são exatamente neles que o Polar consegue te deixar interessado em seu Post Hardcore. E os vocais furiosos de Adam Woodford estão de volta em Cradle, pois, graças ao ritmo de toques poderosos feitos pelo baixista Johnny Bowman, o Polar dá o curso da música aliando suas partes melódicas e diminuindo sua cólera até que chegam ao seu refrão todo cheio de melodia que é parar ficar na memória. 

    Para Drive, os vocais raivosos dividem o espaço com riffs robustos e até algumas incursões eletrônicas antes de seu contagiante refrão em uma alternância de andamento bastante variada. A quinta de Nova é a encorpada Adore, que entre seus acalorados vocais temos seus momentos melódicos em que o Polar não corta a intensidade de sua raiva e é também interessante de se mencionar como o baterista Nick Jones segura o ritmo nos bumbos para que as evoluções aconteçam com muito peso a cada uma delas.

    Acalmando um pouco, o quinteto exibe a sua segunda faixa instrumental com a viajante e serena Sonder. Após distantes vocais femininos de Ellie Price, Adam Woodford berra com força os versos de Amber dentro da movimentação raivosa deste Post Hardcore do Polar, que até detém trechos Pop, mas, suas linhas mais caóticas despertam a sua atenção na composição, onde novamente saliento os toques do baixista Johnny Bowman que tecem as características mais marcantes desta faixa.

    Mergulhando nas partes eletrônicas em seus primeiros instantes, que pouco depois são tomados pela fúria incontida do Polar e que é somente quebrada no refrão, Breathe já é a oitava de Nova e pela sua construção sempre colérica e cadenciada, certamente fará muitos fãs pularem em suas execuções ao vivo. Sem firulas e direta como um Hardcore costuma ser Prey chega desferindo porradas por todos os lados, sempre amparadas nos vocais de Adam Woodford e nos toques praticados pelo baixista Johnny Bowman, que juntos direcionam o caminho desta composição, que é disparada uma das mais violentas do cd.

    Logo em seguida a tanta ferocidade ouvida na anterior, o Polar concede um tranquilo interlúdio nos vocais e no piano com uma nova presença da convidada Ellie Price em Dusk, mas, isso ocorre apenas para voltar quebrando tudo em Midnight, a opressiva décima primeira canção de Nova, que só é menos impetuosa no seu refrão melódico, porque de resto eles não economizaram suas porradas sonoras. Por fim, temos aos vocais limpos Brother, que até começa calma, mas ganha seu peso ao decorrer de suas partes nervosas para duelarem com as calmas seguindo desta maneira até o seu encerramento consideravelmente melódico e porque não dizer .... viajante.

    Mesmo com toda a aspereza inerente ao Post Hardcore percebida neste lançamento da Shinigami Records em parceria com a Arising Empire no Brasil, posso seguramente afirmar que nos momentos onde o Polar colocou bastante melodia, progressividade e até um pouco de Pop em suas músicas acabaram fazendo a diferença neste álbum Nova, pois trouxe uma combinação distinta à este sexto registro de estúdio dos ingleses e também devo concordar com a posição definida pela banda no princípio desta resenha. Ouça e tire sua opinião.
Nota: 8,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2020

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