Power Paladin - With The Magic Of Windfyre Steel
9 Faixas - Shinigami Records/Atomic Fire Records - 2022

    Olhando para a capa, o nome da banda e o nome do disco desta resenha fica evidente que estamos diante de uma banda de Power Metal nos moldes do Rhapsody, Edguy, Helloween e Blind Guardian ( aliás, suas principais influencias ). Entretanto, a grande curiosidade aqui é de onde o Power Paladin se originou: na Islândia ( terra do The Vintage Caravan, Sólstafir, Kontinuum e Audn ) e precisamente na capital Reykjavík no ano de 2017, sendo provavelmente, a única banda de Power Metal do país insular.

    Neste primeiro registro de estúdio que recebeu o sugestivo nome de With The Magic Of Windfyre Steel somos apresentados à nove composições, que foram gravadas por Ingi Þórisson ( guitarra ), Bjarni Egill Ögmundsson ( teclados ), Atli Guðlaugsson ( vocais ), Kristleifur Þorsteinsson ( baixo ), Bjarni Þór Jóhannsson ( guitarra ) e Einar Karl Júlíusson ( bateria ) no Windfyre Studios em Reykjavík enquanto que  a mixagem foi realizada por Haukur Hannes no Mastertape Studios e a masterização é de Frank de Jong e feita no Hal5 Studio.

    Já a capa que mostra um castelo, um vale, um dragão e uma comitiva de seis membros ( mais Power Metal 'espadinha' impossível ) é de James Child e desta maneira vamos viajar ao mundo mágico e de aventura criado pelo sexteto islandês e que foi inspirado pelos autores de livros de fantasia Brandon Sanderson e Jow Abercrombie. E a banda emitiu a seguinte declaração: "Iron Maiden, Dio, Helloween... a lista de bandas dos anos 80 que nos influenciou é meio óbvia, mas enquanto amadurecíamos, começamos ouvir muito mais bandas da segunda geração do Power Metal como Edguy, Rhapsody e Hammerfall".

    A história começa com Kraven The Hunter através de uma melodia que exibe um ritmo bastante rápido e totalmente centrado no Power Metal com os vocais exalando muita positividade, refrões grudentos e solos que remetem ao Iron Maiden, porém, consideravelmente mais melódicos e a maior surpresa fica para um solo de violão em meio aos solos de guitarras. Com pássaros cantando e tons iniciais medievais mais Folk, que dão lugar aos acaloradíssimos solos de bateria, teclados, baixo e guitarras devidamente combinados, Righteous Fury pende para a potência do Helloween, porém, com a velocidade do DragonForce e conquistará facilmente os fãs do estilo.

    Ao som de passos e de uma velha e barulhenta porta sendo aberta, somos expostos à linda melodia feita no piano tocado por Bjarni Egill Ögmundsson, que trazem a empolgante Evermore, um Power Metal de aromas épicos e que é possuidor também de muita intensidade a cada trecho. Os sinos anunciam Dark Crystal, a quarta de With The Magic Of Windfyre Steel, onde o Power Paladin dispara uma tonelada de riffs frenéticos de guitarras para nos conduzir à mais pesada composição do disco até aqui com direito a variações muito interessantes e uma atuação vibrante de Atli Guðlaugsson nos vocais, sendo que mais uma vez o seu refrão foi criado para fixar em nossa memória.

     Novamente apresentando um início puramente medieval, que fornece o espaço para que o Power Metal floresça transbordando adrenalina, o Power Paladin exibe em Way Of Kings uma linhagem inspirada no Helloween ( particularmente nos vocais de Atli Guðlaugsson ), com uma 'rifflerama' digna dos padrões do Iron Maiden, além de um refrão altamente pegajoso.

    Para a Ride The Distant Storm, os islandeses mergulham outra vez no Power Metal robusto a la Helloween e mostraram um canção com a costumeira energia e aceleração que apreciamos em bandas assim, pois, eles nos enviaram quantidades enormes de solos de teclados, guitarras, baixo e bateria, todos novamente muito bem unidos e, obviamente, com versos vocalizados com a devida destreza.

    Com trovões e um lobo uivando em seus primeiros segundos, Creatures Of The Night, que á e sétima do cd, apresenta o convidado Mágnus Benedikt Sigursson no comando do órgão e oscila entro o Power Metal e o Heavy Metal possuindo um trecho que os amantes de sonoridades oitentistas curtirão imediatamente... ouça e me fale, pois, aqui a dupla de guitarristas Bjarni Þór Jóhannsson e Ingi Þórisson atuou de forma marcante como também foi o caso do vocalista Atli Guðlaugsson. Inclusive, estes solos exalam prolongamentos que nas execuções ao vivo desta música serão ainda melhores e marcarão um dos prováveis melhores momentos do shows do Power Paladin.

    Na cinematográfica Into The Forbidden Forest, que já é a penúltima de With The Magic Of Windfyre Steel, encontramos uma composição bem solidificada nos pilares do Power Metal com um refrão convidativo para se cantar com a banda ( tente escapar dos tradicionais ôôôôôôôô ) e que é grandiosa no tamanho que deve ser estabelecida nos patamares praticados pelo Rhapsody Of Fire e até do Manowar ( conforme pode ser notado na sua parte final ). No encerramento do disco temos Bjarni Egill Ögmundsson emocionando com seus toques no piano até que o seu ritmo galopante e até um pouco viajante presente em seu Power Metal tome conta de There Can Be Only One, canção que eles até exageraram um pouco nos agudos de seu refrão, todavia, graças à sua atmosfera calcada no estilo do Hammerfall, eles souberam nos manter atentos a cada uma de suas evoluções.

    Neste With The Magic Of Windfyre Steel, o Power Paladin não reinventou a roda e nem redescobriu o fogo, além do mais, não era sua intenção, entretanto, soube como criar um disco de Power Metal nos moldes do estilo declarando em suas nove canções suas influências de forma que mesmo sem novidades teremos uma saborosa audição em cada um de seus cinquenta e um minutos. Assim sendo, caro leitor(a) do Rock On Stage, não hesite em conhecer este álbum que no Brasil foi lançado pela Shinigami Records em parceria com a Atomic Fire Records.
Nota: 8,5.

Por Fernando R. R. Júnior
Outubro/2023

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