Powerwolf - Blessed & Possessed
11 Faixas - Shinigami Records - 2015

    O Powerwolf foi criado na Alemanha em 2003, mas é uma banda globalizada, pois, ao longo dos anos tiveram em seus integrantes um francês e seu atual vocalista é romeno. O som praticado pelo quinteto é voltado para o Power Metal, entretanto, o estilo dos músicos, com rostos pintados lembra uma horda de Black Metal... e o mais curioso: a temática de seus álbuns, iniciada com o debut Return In Bloodred é sobre lobisomens, elementos de terror, religiões e um satanismo fictício.

    E o line up do Powerwolf conta com Attila Dorn nos vocais, Matthew Greywolf na guitarra, Charles Greywolf no baixo, Roel Van Helden na bateria e Falk Maria Schlengel nos teclados, que juntos prepararam o sexto álbum de estúdio intitulado como Blessed & Possessed, cujas gravações aconteceram entre janeiro e março de 2015 no Kohlekeller Studios em Seeheim Jungenheim na Alemanha com o produtor Kristian Kohlmannslehner e no Studio Greywolf com David Buballa e Charles Greywolf.

    Os órgãos foram registrados no St. Eglise Barbe em Crusnes em Thionville na França. A mixagem é da competente dupla Fredrink Nordström e Henrik Udd e foi realizada em abril de 2015 no Studio Fredman em Gotenburgo na Suécia. Jens Borgen assina a masterização, que também foi realizada na Suécia, só que no Fascination Street em Orebo neste mesmo mês e a ótima capa, que mostra um lobo pregador é do guitarrista Matthew Greywolf.

    A faixa titulo Blessed & Possessed, que é um vibrante Power Metal ficou com a honra de abrir o cd com muita empolgação em seus acordes épicos cheio de coros e seu ritmo deveras contagiante. Attila Dorn canta seus versos com precisão e o quinteto segue a fórmula do estilo adotada por todos os grandes nomes sempre provocando boas vibrações no ouvinte, que graças aos seus solos de guitarra, bateria e teclados, que estão muito bem combinados caracterizando uma 'baita' começo. Em seguida temos a acelerada Dead Until Dark, que te envolve em sua primeira audição, seja por conta de seu ritmo instrumental ou pelos seus vocais, que passam muita eletricidade, além disso, como manda o 'regulamento do Power Metal', o refrão é daqueles que se guarda na cabeça facilmente e te faz querer socar o ar. De ares mais medievais Army Of The Night, nos expõe a uma aura melódica bastante forte, onde os teclados de Falk Maria Schlengel marcam presença de uma forma mais evidente no andamento cadenciado da canção, que te conquista pelo jeito intenso que é vocalizada.

    Depois temos uma das melhores na minha opinião com Armata Strigoi e suas linhas mais animadas, que te inspiram a cantar seus versos na hora e quando chegamos aos solos de guitarra, você já consegue visualizar o momento onde os fãs participarão nos shows gritando os 'ôôôôôôôô' com a banda. We Are The Wild entra com um ritmo firme, mais cadenciado e com Atilla Dorn vocalizado de uma forma muito cativante te convocando para cantar com ele, e então, recomendo você pegar o encarte do cd e fazer isso, pois, além de aumentar o seu prazer de ouvir a canção, também será possível perceber a coesão instrumental que é proporcionada nos velozes solos de guitarra e teclados ( sendo que a bateria e o baixo sempre apoiam com devida destreza ).

    Novamente repleta de momentos épicos - seja nos vocais ou na condução pesada dos instrumentos - Higher Than Heaven te conclama a interagir mesmo durante as execuções do cd na sua casa, seja cantando ou socando o ar ( para não dizer 'bangueando' ), afinal, é impossível para quem curte um Power Metal ficar parado diante desta sexta faixa de Blessed & Possessed, mesmo que não conheça tanto a banda.

    E a pulsação continua firme com a puramente Power Metal Christ & Combat, que tem sua letra abordando as cruzadas e mantém a pegada incansável do Powerwolf, que não diminui a sua vontade de agitar, sendo que isso é conduzido pela banda em um estilo beligerante, que é bastante melódico e com direito a uma atuação marcante do baixista Charles Greywolf. Na sequencia de Blessed & Possessed, o quinteto nos envia a fascinante Sanctus Dominus com boa parte de suas letras cantadas em latim em um ritmo que é cadenciado e lotado de riffs contundentes de guitarra e teclados, que nos levam a apreciá-los instantaneamente. Em Sacramental Sister, o Powerwolf ataca com um Power Metal incendiário, farto de força positiva e que ficará na memória graças aos solos marcantes de Matthew Greywolf em sua guitarra. Essa é outra que ao vivo será sensacional e naturalmente pedida pelos fãs.

    Com outra enorme quantidade de linhas épicas e agora mais velozes, All You Can Bleed é um vigoroso e vislumbrante Power Metal, onde a banda mostrou que sabe como criar harmonias e versos que fazem toda a diferença e nos fazem curtí-los com facilidade, tanto que, não se assuste se sair cantarolando eles após poucas vezes que ouvir do cd.

    Para terminar Blessed & Possessed temos a quase religiosa Let There Be Night com o ribombar de um trovão e um uivo de um lobisomem, que se ligam em um andamento de batalha muito interessante e que te conecta ao som com destaque aos solos de teclados de Falk Maria Schlengel e aos repiques do baterista Roel Van Helden. Entretanto, os sons de uma tempestade nos instantes finais do cd junto à ovelhas e lobos conferem uma aura sombria ao conceito explorado nas canções.

    Não é por acaso que o sucessor de Preachers Of The Night pode ser considerado como a 'obra-prima' do Powerwolf, afinal, eles aliaram as quantidades e tonalidades necessárias para que o cd lançado no Brasil pela Shinigami Records seja colocado entre os melhores do ano. Então não perca tempo e trate de incluir este Blessed & Possessed em sua coleção.
Nota: 9,5.

Sites: www.powerwolf.net, http://www.facebook.com/powerwolfmetal
e http://www.youtube.com/powerwolfmetal.

Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2015

Voltar para Resenhas