Tanto que não foi por acaso que foram incluídos no Hall da Fama de Anaheim na Califórnia nos Estados Unidos pela sua influência em inúmeras bandas de lá. Ao lado de Don Van Stavern estão no Riot V os músicos Todd Michael Hall nos vocais, Mike Flyntz e Nick Lee nas guitarras e por fim, Frank Gilchriest na bateria, que chamaram Chris "The Wizard" Collier ( Metal Church, Flotsam & Jetsam, Korn, Slipknot e outros ) para cuidar da produção, mixagem e masterização de Amor Of Light, que foi realizada pela CMC21 Productions no Mission: Black Studios em Santa Clarita na Califórnia nos Estados Unidos. A capa de Amor Of Light mostra os guerreiros ornamentados com o rosto do filhote de foca, figura típica e estranha dos discos da banda, porém, devidamente prontos para a batalha é do artista Mariusz Gandzel ( Crytal Viper ) enquanto que o layout e artes adicionais são de Timo Pollinger. Assim vamos para o combate com o som do Riot V.

    Logo na abertura já sentimos a energia de seu revigorante Power Metal com Victory, canção com doses corretas de peso, harmonia e vocalizações envolventes, além de um refrão para ficar na memória em que saliento também os solos melódicos de guitarras, como é o costume do estilo e que sempre esperamos nas músicas de bandas assim. Exibindo vocais em coro sozinhos, antes mesmo que a sua linhagem Power Metal apareça e tome conta, a faixa End Of The World passa seu alto astral em que a banda soa pesada, coesa e melódica de forma que não posso destacar nenhum dos cinco componentes do Riot V em especial, mas recomendar um atenção ao seus cativantes solos de guitarras. Em Messiah, o Riot V apresenta algumas vozes que resultam na mais veloz canção desta trinca inicial e por consequência... na mais flamejante em que sentiremos um prazer extra ao ouvir os toques do baterista Frank Gilchriest e os solos da dupla Mike Flyntz e Nick Lee nas guitarras, tais quais os principais nomes do Power Metal fazem.

     A elaborada e também veloz canção título do cd, a Amor Of Light é a sétima do disco e aqui o Riot V se mostrou bastante empolgado enviando este sentimento até nos com muita facilidade através de uma atraente melodia, onde eles mergulharam fundo nos solos Power Metal extraídos das guitarras e da incessante bateria de pedal duplo, e isso, sem mencionar no fato de como sua letra te joga para cima ao dizer que com a armadura de luz não teremos medo da escuridão. Sem respirar somos expostos a solos reluzentes da entrosada dupla de guitarristas, que trazem a inspirada e mais calma Set The World Alight, que além dos ótimos vocais de Todd Michael Hall, a canção conta também com um andamento que te conecta com sua esbelta harmonia devidamente expressa em solos cada vez melhores, em um ponto alto da dupla Mike Flyntz e Nick Lee.

    Relatando a região do Rio Grande, San Antonio é outra inflamável criação do Riot V de ritmo e vocais certeiros para atingirem o coração do fã de Power Metal. A cadenciada e bastante encorpada Caught In The Witches Eye, que tem um estilo épico, onde sentimos convidados a cantar seu refrão com Todd Michael Hall e posso afirmar seguramente: a atuação do Riot V aqui a credenciam como uma das melhores faixas do cd, que segue com Ready To Shine, composição que eles nos mostram um andamento positivo, robusto e consideravelmente emblemático fazendo esta décima primeira ser bastante marcante. Para a próxima, os norte-americanos disparam Raining Fire, outra música rápida moldada nos padrões do Power Metal com riffs e solos galopantes exaltando sua melodia, seus vocais incandescentes e sua bateria frenética o tempo todo, e desta forma, te interligando à sua harmonia.

Inclusa como bônus, o Riot V colocou a cadenciada Unbelief, onde o baixo tocado por Don Van Stavern bem como as guitarras soladas por Mike Flyntz e Nick Lee se sobressaem para que Todd Michael Hall possa soltar sua ótima voz alcançando assim outra relevante canção deste Amor Of Light, cujo crescimento floresce em um Heavy Metal de primeira.     Por fim, um presente para os fãs neste 16º álbum de estúdio com a Thundersteel ( 2018 Version ), que comemora o 30º aniversário do álbum de mesmo nome e que se trata especificamente de um Heavy Power Metal acelerado feito com primor único, que caso ainda você não o conheça caro leitor(a) saiba que irá gostar imediatamente, pois, ela não se tornou um clássico da banda por acaso. Aliás, isso está mais evidente no comentário de Don Van Stavern: "Esta música é muito importante para mim porque é uma das primeiras músicas que escrevi com o membro fundador Mark Reale. Na verdade, escrevemos isso para projeto do Mark chamado Narita antes de gravá-la com o Riot. O álbum foi um dos mais vendidos da banda, ao lado de Fire Down Under, e também foi a minha entrada no Riot".

    Ele continua: "Estou muito orgulhoso de ter escrito esta música e estava um pouco apreensivo de tentar recriar a magia porque muitas bandas tentam e falham, mas, uma coisa é certa, o poderoso Riot V conseguiu! Todos sabemos que nada se compara ao original, mas na minha opinião como compositor original, esta é uma versão maravilhosa da qual estou muito orgulhoso e tenho certeza de que Mark lá cima também o está. Eu mudei algumas partes para saboreá-la um pouco mais, mas, ainda é rápida e agressiva! Estou muito orgulhoso desses caras. Esta versão Power Metal do Riot que eu coloquei originalmente na mesa nos anos 80 é o que estamos tentando transmitir hoje em dia. Com uma gravadora como a Nuclear Blast e com este som, definitivamente nós ganhamos um público mais novo e o Riot agora obterá o reconhecimento que realmente merece! Droga, em alguns 'meets and greets' algumas crianças acham que Unleash The Fire é o nosso primeiro álbum! Hahaha."  Enfim, um clássico puro sangue para se cantar com a banda.

    Entretanto, não é só isso, porque a edição brasileira de Amor Of Light, que foi lançada pela Shinigami Records em parceria com a Nuclear Blast conta com o show do Riot V no Keep It True Festival de 2015 na Alemanha e nos traz mais 13 músicas gravadas por Arne Lakenmacher ( live show mix ) e Michale Dotzler ( live recording ), que foram mixadas e masterizadas no Greenman Studios em Arnsberg na Alemanha por Sebastian "Seeb" Levermann.

    Ainda mais rápidos em Wings Are For Angels ( do Immortal Soul de 2011 ), o quinteto deixa claro que seus shows são para ninguém ficar parado e se você aprecia solos melódicos, os que foram executados nesta sexta faixa são os melhores do disco. Depois dos aplausos, Don Van Stavern no baixo junto aos guitarristas Mike Flyntz e Nick Lee trazem a cadenciada Sign Of The Crimson Storm, que conclama os fãs a cantarem os versos deste clássico do Thundersteel junto a Todd Michael Hall, especialmente o seu refrão. E o público presente no Keep It True Festival participa na formosa Bloodstreets ( outra do Thundersteel ) com mais veemência e certamente abriram um sorriso tal como eu aqui ouvindo o disco durante seus solos de guitarras. A contagiante Take Me Back do Unleash The Fire é a próxima e é uma das minhas favoritas desta apresentação por conta da atuação irrepreensível do Riot V, que coroa a música com reluzentes solos.

       Warrior, que foi gravada no primeiro disco, o Rock City de 1977 entra enviando sua voltagem animada de riffs e vocais emblemáticos em um estilo tipicamente Heavy Metal, que desperta os "ôôôôôôô" dos fãs e Todd Michael Hall inteligentemente deixa eles completarem alguns versos. No bis, o Riot V ataca com a eletricidade contida em Road Racin', cujo ritmo e vocais vão facilmente conquistar o ouvinte nesta composição do álbum Narita de 1979. Para finalizar, os americanos tocaram a clássica Swords And Tequila do Fire Down Under de 1981 e o seu hino máximo Thundersteel, que causaram uma participação efetiva do público e uma satisfação enorme, que graças a este formidável Amor Of Light possuir este show incluso podemos também saborear um pouco de suas emoções mesmo estando em casa.

    Além de ser um ótimo disco e contar com este show no Keep It True Festival de 2015, Amor Of Light faz a união do presente do Riot V com o seu rico passado se tornando um item indispensável para os fãs e os aficionados pelo Power Metal de primeira categoria na pegada norte americana.
Nota: 9,5.

Por Fernando R. R. Júnior
Março/2021

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