Samadhi Sitaram - KaliYuga Babalon
8 Faixas - Sliptrick Records - Importado - 2017

    Os russos do Samadhi Sitaram da capital Moscou são praticantes de um Heavy Metal que mistura as variações de Djent, Groovecore, Deathcore e Mathcore e em 2016 se tornaram mais conhecidos no cenário Underground europeu por conta que suas músicas caminham para fora dos padrões conhecidos e também por causa dos vídeos provocadores e consideravelmente incomuns.

    O álbum de estreia, que foi disponibilizado em 2016 teve o título de CyberHarmony e trouxe também os três primeiros videoclipes, que alcançou uma ótima aceitação das revistar Bunker, Atmosfear, OR'Zine, Terroraiser e do EQ Journal, que ajudaram a banda se apresentar na cerimônia de encerramento do Festival de Filmes de Terror de Moscou "Kaplya (Drop)".

    Para o segundo álbum, a gravadora Sliptrick Records assinou com a banda e no dia 8 de agosto de 2017, o conceitual e debochado KaliYuga Babalon com uma temática centrada na história de uma era em que a decadência moral, ética e espiritual da humanidade se tornou imensa e que chegou de acordo com a profecia das escrituras do Srimad Bhagavatam em seu capítulo 12 com muitas de suas letras cantadas em russo. Os responsáveis por tal feito são os músicos Sergey Zakharov ( Brutal RA ) na guitarra, baixo e backing vocals, Alexey Mosin Shark Akulich no baixo e samples, A. Poddy Achy foi o baterista convidado.

    Com ares clássicos Introduction abre KaliYuga Babalon se conectando ao seu Heavy Metal, que aparece através de ótimos solos de guitarra tocados por Sergey Zakharov até que em poucos instantes, o caos completo do Samadhi Sitaram ecloda na violenta Kali-Yuga, onde somos expostos a vocais urrados em russo e uma fúria instrumental que aproxima o que ouvimos à um Death Metal. Depois, eles seguem detonando com a cadenciada The Death Of A Stone, que está repleta de vocais agressivos e riffs crus expressando uma imensa fúria incontida em seu maior tempo com alguns ( poucos ) flertes eletrônicos.

    A quarta é a colérica Apotheosis e logo em suas primeiras notas, percebe-se uma ligação com o New Metal em meio a sua ira Death Metal, que ocupa a maior parte da composição, que está fortemente urrada e também com sua letra em russo. Aos dedilhados mais calmos temos a curta instrumental Q. Prelude, canção que também possui seus breves momentos extremos e está unida em ...QLiphot..., que é dotada de uma cólera simplesmente insana, seja no baixo, na bateria ou na guitarra, sendo somente quebrados em poucos dedilhados, porém, mesmo neste momento os vocais continuam bastante enraivecidos e em inglês.

    A sétima e penúltima Kalyuga Babalon é a longa Orgy - Ritual Babalon, que se inicia com toques crus e opacos de guitarras entre tiros, gritos agonizantes, explosões e rajadas de metralhadoras até recebermos vocais sinistros e devidamente raivosos em cada urro pronunciado em russo ante seu clima carregado em que existem também um longo, aterrorizante e obscuro discurso entre sons distorcidos de guitarra e bateria, que cá entre nós... poderia ser melhor, pois se torna cansativo e desnecessário, pois, é um verdadeiro anticlímax ao que ouvimos até aqui.

    Ainda bem que o Death Metal puro e, neste caso, cadenciado de Shangri-la reaparece garantindo a última dosagem de cólera presente em KaliYuga Babalon, que serviu para apagar a decepção que tivemos na anterior.

    KaliYuga Babalon é um álbum que mesmo com mais audições será difícil apreciar em alguns pontos, mesmo percebendo que o Samadhi Sitaram saiba quando quer... executar um bom Death Metal com misturas de outros estilos. Espero que em futuros trabalhos, eles sejam mais básicos e não incluam gigantescos discursos ritualísticos e apenas disparem 'pauladas' como nos bons momentos deste cd.
Nota: 6,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Junho/2020

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