Scorpion Child
 10 Faixas - Shinigami Records - 2016

    Criada em 2006 na cidade de Austin, Texas nos Estados Unidos, o Scorpion Child foi influenciado por nomes como o Pentagram, Harry Chapter e Lucifers Friend, que moldaram o seu Heavy Rock de alma setentista, que já resultou no EP Thy Southern Sting ( de 2009 ) e neste autointitulado cd de 2013, que foi lançado em 2016 no Brasil pela Shinigami Records. Este primeiro cd dos texanos foi produzido, gravado e arranjado por Chris "Frenchie" Smith ( nomeado para o Grammy ) e mixado por Jason "Big Dick" Buntz e Donny James no The Bubble em Austin/Texas, exceção feita apenas para a faixa Paradigm, que foi registrada no Same Sky Studios e mixada no Enormous Door também na cidade natal do Scorpion Child.

    A masterização é de Dave McNair em seu Dave McNair Mastering e a capa, que exibe uma paisagem desértica com um  homem segurando um quadro onde temos em tese o mesmo lugar, só que com tudo gelado, que é bastante viajante é de Dehron Hite-Benson e o line-up responsável por estas músicas é o seguinte: Aryn Jonathan Black nos vocais, Christopher Jay Cowart e Tom Frank nas guitarras, Shaun Diettrick Avants no baixo e Shawn Paul Alvear bateria e percussão.   

    E o Heavy Rock emocionado, encorpado e contagiante começa com Kings Highway, onde além dos solos mais largados de guitarras podemos notar saborosas viradas na bateria e vocalizações envolventes, que caminham para crescentes empolgantes. Em seguida, os guitarristas Christopher Jay Cowart e Tom Frank aumentam a adrenalina com os solos vibrantes presentes em Polygon Of Eyes, que além de ter sido escolhida como o primeiro single do cd é dotada de um ritmo acelerado e pulsante, que remete aos anos 70, especialmente ao estilo disperso que percebemos quando Aryn Jonathan Black canta seus versos com destaque ao seu refrão, que fixa-se na cabeça. Após uma evolução sedutora do baterista Shawn Paul Alvear, o Scorpion Child conduz a terceira canção do cd através de um ritmo que te captura com facilidade, graças a junção perfeita dos vocais com a parte instrumental, que é um puro Rock´n´Roll, onde sentimos suas faíscas sonoras saltarem nos ouvidos.

    Orientada pela eletricidade dos solos de guitarras ( que mostram uma clara influência de Jimi Hendrix ) e com um andamento deveras atraente, Salvation Slave segue pesada até que tudo pare e então ecloda uma linha viajante e repleta de uma fantasmagórica harmonia, comum no passado e sempre excelente, porém, esquecida atualmente por muitos, que tornam esta música uma verdadeira sonzeira, onde somos convocados a participar de seus "hey... hey..." me levando a imaginar como serão suas execuções ao vivo. Liquour é outra que te conquista desde a sua primeira audição, pois, o quinteto soube exibir uma garra Heavy Rock trilhada como os mestres deixaram escrito aliando excelentes melodias com vocalizações esbanjando carisma para completar... solos de guitarras expelindo muita voltagem em uma cozinha esplêndida capitaneada por Shaun Diettrick Avants no baixo e Shawn Paul Alvear bateria.

    Seja para encantar as mulheres ou nos emocionar... uma balada como Antioch não poderia faltar no cd, além de Aryn Johathan Black depositar muito magia ao cantar, os demais aplicam solos e backing vocals, que realçam as sensações que temos ao ouví-la em uma atmosfera positiva, cujo destaques maiores estão contidos nos solos dos guitarristas Christopher Jay Cowart e Tom Frank. Depois, o baterista Shawn Paul Alvear, que já brilhou nas anteriores executa uma competente base que alicerça o Rock´n´Roll infectante de In The Arms Of Ecstasy, canção que caminha deliciosamente nas vocalizações e transcende o plano físico em seus solos de guitarras mais longos até que finalmente retorne ao chão e termine primorosamente.

    A eletrizante Paradigm entra com mais velocidade em uma atuação reluzente dos vocais de Aryn Jonathan Black e dos guitarristas Christopher Jay Cowart e Tom Frank fazem desta oitava faixa nos levar a pensar como será a banda no palco dando o chamado 110% de sua energia, pois, fica evidente o equilíbrio da alquimia musical atingido por eles, seja a parte instrumental quanto nos vocais.

    Aos dedilhados "Zeppelinianos" e contendo muita emoção em suas linhas de vocais, Red Blood The River Flows se torna bastante marcante por este clima introspectivo, que vai ganhando mais força e tonar-se uma animada e impactante composição do Scorpion Child com solos de guitarras que ampliam seu poder e ficam literalmente efervescentes. Esta maravilha, que certamente constará nos set lists dos shows da banda segue ainda por um prolongamento como se fosse uma música incidental, pois, após vários minutos onde ouvimos apenas guizos de cobras, o quinteto dispara um momento de voz e violão tocados com muito 'feeling' em um ambiente propositalmente viajante como se estivesse realizando uma despedida. Terminando o cd e inclusa como bônus da versão brasileira da Shinigami Records, temos a pesada e um tanto que sombria Keep Goin', cuja pegada de guitarras, vocais e teclados transformam esta canção - que é um cover do Lucifer´s Friend - em uma magnífica sonzeira setentista e provou ser excelente escolha do Scorpion Child, pois, só posso classificá-la como uma das melhores do cd em uma versão com muita personalidade.

    Assim como são os casos do Rival Sons, do Graveyard e do nosso King Bird, o Scorpion Child bebeu das melhores fontes do Heavy Rock dos anos 70 e saiu de lá com impressionantes composições que deixam claro a imortalidade do nosso tão amado estilo musical. Eles lançaram lá fora em 2016 o álbum Acid Roulette, que a julgar pela categoria deste primeiro lançamento, não deve demorar para sair aqui no Brasil também. Então, caros leitores(as), longa vida ao Rock'n'Roll e ao Scorpion Child.
Nota: 10,0.

Sites: http://www.scorpionchildofficial.com/, https://www.youtube.com/user/scorpionchildmusic
e www.facebook.com/scorpionchild.
 

Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2017

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