Sinsaenum - Echoes Of The Tortured
 21 Faixas - Shinigami Records - 2016

    Considerado como o "Supergrupo do Death Metal", o Sinsaerum conta com os experientes e famosos músicos Frédéric Leclercq ( do Dragonforce ) no baixo, guitarras e sintetizadores e vocais, Joey Jordison ( ex-Slipknot e atual Vimic ) na bateria, Attila Csihar ( do Mayhem ) e Sean Zatorsky ( do Dååth e Chimaria ) nos vocais, Heimoth ( do Seth ) no baixo e Stephane Buriez ( do Loudblast ) na guitarra. Quando eles anunciaram o nascimento do projeto no dia 19 de maio de 2016 causaram um verdadeiro frissom nos sites especializados, pois, teríamos a reunião de um 'dream team' do estilo, que deixou todos curiosos.

       O nome do projeto foi definido por Joey Jordison e as composições são de Frédéric Leclercq sendo trabalhadas há 10 anos, após as primeiras conversas entre os dois nos rápidos ( e raros ) momentos onde se encontravam pelos festivais mundo afora que tocavam com o Dragonforce e o Slipknot, onde foi estabelecido o alicerce do Sinsaerum. E isso, sem fecharem contrato com uma gravadora ou sem saber se o álbum - nomeado como Echoes Of The Tortured - seria lançado oficialmente.

    Mas, que bom que foi, pois, temos um petardo destruidor nas mãos, que foi utilizado para suas gravações o Evil One Studios e o E-Factory Studios para algumas guitarras e o baixo e o Dios Dirty Box Studios e o Xplose Soundlabs para os vocais. A mixagem e a masterização são assinadas pelo renomado mestre Jens Bogren ( Opeth, Arch Enemy, Kreator, Machine Head e vários outros ) no seu Fascination Street Studios na Suécia. Na capa temos uma infernal e desolada paisagem em um desenho de Costin Chioreanu da Damnation Creations, que também cuidou do logotipo da banda e dos encartes. E bem o resultado da junção destas peças ímpares que formam o Sinsaenum rendeu 21 composições, que vou comentar de seus detalhes nas próximas linhas.

    A sombria canção instrumental Materialization começa a desenhar em nossa mente o ambiente extremo com seu solo mais viajante, que instantaneamente se conecta em Splendor And Agony, um Death Metal técnico, urrado e de ritmo matador, que passa por momentos cadenciados e outros mais acelerados, onde se destacam os solos de guitarras, primeiro de Stephane Buriez e depois de Frédérik Leqlercq.

    Depois, a instrumental Excommunicare suaviza com seus sintetizadores e antecede a pedrada seguinte, cujo nome é Inverted Cross e traz uma feroz devastação sonora, seja por conta de seus guturais feitos pela competente dupla de vocalistas ou por sua intensa parte de guitarras, baixo e bateria em um ritmo que deixa claro o porque de seu título.

   A instrumental March é um convite para a batalha, que começa com a cadenciada Army Of Chaos, que está cheia de vociferações furiosas, cujo refrão é para ficar na cabeça, assim como seus constantes riffs de guitarras no estilo que lembrou-me do Venom e a faixa conta ainda com Schmier ( do Destruction ), Dr. Mikannibal e Mirai Kawashima ( da banda japonesa Sigh ) nos backing vocals.

    Para a instrumental Redemption, o Sinsaenum promove alguns efeitos sinistros, que trazem a agressiva Dead Souls em uma linhagem cadenciada, que destaca os solos de guitarras com mais distorção e o jeito obscuro dos urros de Attila Csihar e Sean Zatorsky em uma condução aniquiladora, confirme reparando no que Joey Jordison faz em sua bateria.

    Em mais um interlúdio instrumental, o Sinsaenum exibe uma melodia quase infantil com Lullaby e até bonita, mas, você sente que tem algo maléfico no ar, que fica evidente assim que Final Curse eclode com seus poderosos solos de guitarras, que são bastante rápidos e estão juntos com vocalizações mortíferas nesta que é a mais veloz de Echoes Of The Tortured até aqui. Aos obscuros dedilhados feitos por Frédéric Leqlercq, que trazem uma melodia mais longa e também ótimas viradas na bateria feitas por Joey Jordison, Condemned To Suffer torna-se instantes depois tão demolidora quanto as demais com seus vocais guturais devidamente insanos da forma que o andamento desta décima primeira canção solicita.

    Com um estilo mais épico semelhante ao de uma religião pagã, Ritual, mais uma da muitas faixas instrumentais deste cd introduz a violenta Sacrifice, onde os urros ferozes e os riffs guitarras andam juntos na mais colérica composição de Echoes Of The Tortured. Em mais uma incursão instrumental, agora com a aterrorizante Damnation, que traz a explosiva The Forgotten One, que é cheia de solos acelerados e muitos urros caóticos e encorpados, além de viradas incríveis do baterista Joey Jordison.

    Com um tom dramático, porém, agonizante, a instrumental Torment é o princípio de Anfang Des Albtraumes, que é mais cadenciada, violenta e melódica, sempre com as guitarras soladas em 'velocidade terminal' excetuando-se apenas os inesperados dedilhados que surpreendem o ouvinte , que instantes depois exibem urros mais raivosos do que nunca em um clima extremamente sanguinário.

    Na sequencia outro interlúdio instrumental e sinistro com Mist, que antecede a esmagadora faixa título, a Echoes Of The Tortured, que é apresentada com toda a linhagem exterminadora dos vocais de Attila Csihar e Sean Zatorsky. Aliás, além de todo o impacto deste Death Metal notamos alguns solos mais melodiosos até que o estado de fúria plena reapareça e tome conta novamente desta décima nona composição. Empitness é a última instrumental do cd e desta vez encontramos alguns toques de bateria, dedilhados, solos mais longos e melódicos, que trazem sua face obscura para se fundir na última do cd, a Gods Of Hell, que começa com uma evolução forte de bateria e de guitarras para que pouco depois os revoltosos vocais guturais atirem seus versos massacrantes no ar.

    Em geral, este Echoes Of The Tortured é um álbum que não dá trégua ao ouvinte, exceção aos seus vários interlúdios e que mostrou que a junção de tantos nomes de respeito pode funcionar. Quem aprecia trabalhos viscerais e com cuidados com as partes instrumentais para que mostrem suas melodias e um ímpeto incansável - quando necessário - vai gostar do supergrupo Sinsaenum, pois, a mistura Estados Unidos, França e Hungria rendeu um álbum exterminador.
Nota: 9,0.

Sites: http://www.sinsaenum.com/ e https://www.facebook.com/Sinsaenum.

Por Fernando R. R. Júnior
Março/2017

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