Sirenia - The Seventh Life Path
12 Faixas - Shinigami Records - 2015

    Em janeiro 2001, o guitarrista e vocalista norueguês Morten Veland deixou o Tristania e montou logo em seguida o Sirenia, sendo que este novo lançamento de agosto de 2015 é o sétimo da carreira da banda e recebeu o emblemático título de The Seventh Life Path e sucede o Perys Of The Deep, que mostrou a banda realizando um regresso positivo para as origens de seu Gothic/Symphonic Metal.

    Agora, com este The Seventh Life Path, o duo que comanda o Sirenia composto por Morten Veland ( guitarra, vocais, baixo, piano, sintetizador, programações e bandolin ) e Ailyn Gimenez ( vocais ) partem para um álbum mais experimental, que mescla o seu o Gothic /Symphonic Metal ao Heavy Metal tradicional e ao Power Metal com muita harmonia em cada uma de suas composições.

    As gravações deste novo trabalho foram realizadas no Audio Avenue Studios em Tau na Noruega e no Sound Suite Studios em Marseille na França, sendo a produção e a engenharia assinadas pelo mentor do Sirenia, Morten Veland. Os processos de mixagem e masterização ficaram por conta de Endre Kirkesola no Dub Studios também na Noruega e a belíssima capa, que é um tanto sombria e adequada à temática do cd é de Gyula Havancsák. The Seventh Life Path foi lançado no Brasil pela Shinigami Records em 'digipack' valorizando o formato físico e antes de aprofundar nos comentários das músicas, quero lhes dizer caros leitores(as) do Rock On Stage, que ao vivo o Sirenia conta com o citado duo principal e os músicos Jonathan A. Perez na bateria e Jan Erik Soltvedt na guitarra.

   The Seventh Life Path é aberto com suas linhas mais orquestradas, épicas e que são muito cativantes presentes na primeira faixa, a Seti, que tece um convite para se mergulhar na atmosfera medieval típica de uma batalha e em poucos minutos, a canção instrumental dá lugar para a pesada Serpent, onde somos expostos ao Symphonic Metal com os vocais suaves de Ailyn Gimenez e os agressivos de Morten Veland. Na parte onde a guitarra, baixo, teclados e bateria eclodem para valer, o 'cérebro da banda' colocou envolventes melodias cheias de trechos Progressivos e outros mais Heavy Metal, que ganham de vez o ouvinte. Depois temos Once My Light, que denota a forma enfeitiçante dos vocais de Ailyn Gimenez, que novamente nos encanta com sua atuação angelical em meio a uma base que caminha para um Heavy Metal, entretanto, o que chama a atenção são as variações de andamento que foram criadas nesta música, que serão um deleite para os fãs do estilo com diversas e belas climatizações.

    Quem participa de forma marcante por todo o cd é o Sirenia Choir composto por Daniel Surian, Mathieu Landry, Emmanuelle Zoldan e Emilie Bernou, fato que não é diferente na terceira do cd, a Exilir, que é iniciada com um vigoroso riff de guitarra de Morten Veland, que recebe a participação de Joakim Naesj nos vocais limpos junto ao 'chefe' norueguês, que solta seus guturais, porém, para contrastar com essa brutalidade, a beldade Ailyn Gimenez está presente trazendo sua doce leveza à canção, que também é cheia de saborosas variações.

    Para a quinta do cd, cujo título é Sons Of The North, o Sirenia Choir aparece entre toques opacos de baixo, que trazem ares mais Vikings ao som da banda em um ritmo cadenciado e apropriadamente beligerante, que somente é balanceado quando Ailyn Gimenez canta o refrão com toda sua ternura, aliás, repare na beleza das orquestrações e narrações, que foram criadas nesta faixa. The Seventh Life Path segue com Earendel em um flerte mais como Black/Death Metal Melódico por seus vocais ora coléricos - graças a Morten Veland - e ora tranquilos - por conta da atuação eficaz de Ailyn Gimenez, mas, o Sirenia surpreende mesmo com a alteração mais romântica que realiza mais próximo ao final da música, antes de retomar o ritmo Metal de sua linha condutora e terminar melancólica.

    Em Concealed Dispain, o andamento sinfônico misturado a linhas extremas de vocais caminham juntos fortemente até que a 'elfa' Ailyn Gimenez traga seus graciosos vocais ante a uma complexa variação instrumental, que eleva a amplitude desta música e também passa influências de Heavy Metal. Na oitava, que é a Insania ouvimos uma aura de Heavy mais tradicional ante a vocais raivosos de Morten Veland com o Sirenia apresentando com primor sua intrigante diversidade musical, que aqui contém momentos para umas 'boas bangueadas' expressando uma dualidade quando Ailyn Gimenez canta suas partes, que passam aquela linha de disputa entre bem e mal.

    Na sequencia, eles nos enviam Contemptuos Quietus, que pende mais para o Symphonic Metal em mais outra grande interpretação de Ailyn Gimenez nos vocais e também nos empolgantes riffs de guitarra, mas isso, até o som imergir em uma robusta linha progressiva e só reaparecer com os guturais de Morten Veland em trechos onde se destacam os coros líricos, que mais uma vez foram providenciados pelo Sirenia Choir.

    Sem diminuir sua intensidade sonora, o Sirenia nos envia a 'bordoada' The Silver Eye, que é municiada de um ritmo e vocais fortes, onde Ailyn Gimenez só manifesta-se após uma complexa parte instrumental, que posteriormente exibe aquele a duplicidade muito bem fundida pela banda em trechos sinfônicos, onde percebemos vocais calmos e extremos devidamente intrínsecos à canção. E todas essas modificações feitas com muita categoria te deixam prestando atenção em cada um de seus minutos.

    Depois desta sensacional composição chegamos na melancólica ( e que jamais poderia faltar em trabalhos como este ) Tragedienne, canção que Ailyn Gimenez canta com muita emoção junto a Morten Veland no piano e teclados nos conectando com sua fascinante harmonia devidamente progressiva, que ficou com a honra de finalizar com maestria The Seventh Life Path.

    Todavia, como bônus nesta versão brasileira encontramos uma versão em espanhol desta última música, que recebeu o título de Tragica e que não deixa de representar uma homenagem ao país natal da bela vocalista, que ficou tão encantadora quanto sua versão em inglês. The Seventh Life Path marca um dos melhores lançamentos de Symphonic Metal do ano e também deixa claro que eles cravaram um álbum que deverá ser absorvido em várias audições, pois, a complexidade presente em cada uma destas doze faixas são dignas dos grandes nomes do estilo e isso me leva a afirmar seguramente que o Sirenia continuará produzindo álbuns de muita qualidade como este.
Nota: 9,5.

Sites: http://www.sirenia.no/, https://www.youtube.com/user/SireniaOfficial
e
https://www.facebook.com/sirenia.

Por Fernando R. R. Júnior
Outubro/2015

Voltar para Resenhas